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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

ATAULFO ALVES DE SOUZA - BIOGRAFIA


                     
              ATAULFO ALVES DE SOUZA- 1909/1969

Ataulfo Alves de Souza nasceu em Miraí, zona da Mata, em Minas Gerais, na Fazenda Cachoeira, em 2/5/1909. Teve suas primeiras lições de canto com o pai, "Capitão" Severino, repentista, violeiro e sanfoneiro.

Com a morte do pai, aos 10 anos, passou a morar no centro da cidade de Miraí, com a mãe e 6 irmãos. Sua infância ficou registrada em sua memória, e essa vida de menino pobre mas feliz foi o tema de Meus Tempos de Criança, composto anos mais tarde.

MEUS TEMPOS DE CRIANÇA
Ataulfo Alves

Eu daria tudo que eu tivesse 
Pra voltar aos dias de criança. 
Eu não sei pra quê que a gente cresce,
Se não sai da gente essa lembrança... 
Aos domingos, missa na matriz 
Da cidadezinha onde eu nasci... 
Ai, meu Deus, eu era tão feliz 
No meu pequenino Miraí!
Que saudade da professorinha, 
Que me ensinou o be-a-bá...
Onde andará Mariazinha 
- Meu primeiro amor - onde andará? 
Eu, igual a toda meninada 
Quanta travessura que eu fazia... 
Jogo de botões sobre a calçada... 
Eu era feliz e não sabia!

Executando pequenos trabalhos para ajudar a família, só em 1927 encontrou em Afrâno Moreira de Resende, médico recém-formado de Miraí, o passaporte para a cidade grande. 

Acompanhando o Dr. Afrânio em sua mudança para o Rio de Janeiro, logo se cansou dos serviços que fazia e procurou novos horizontes trabalhando em várias outras atividades. 

Casou-se em 1928, e dos cinco filhos do casal, dois revelaram dotes artísticos: Adeilton e Ataulfo Júnior.

Sua vida musical começou no Bloco Fala Quem Quiser, do Rio Comprido, em 1933, e suas primeiras composições musicais chamaram a atenção do engenheiro de gravações da RCA Victor, Mr. Evans, que imediatamente gravou três de seus sambas: Sexta-Feira, Tempo Perdido e Sonho. Em 1935 gravou Saudades do meu Barracão, e daí por diante seu nome firmou-se em plena ascensão. 

Em 1936, as vozes de Silvio Caldas e Carlos Galhardo colaboraram para o sucesso de Saudade dela, A você, Quanta tristeza.

Já conhecido no meio musical, Ataulfo começou a atrair parceiros como Claudionor Cruz e J. Pereira, mas o seu maior parceiro foi Wilson Batista. 

A dupla Ataulfo-Wilson Batista conquistou os carnavais de 1938 e 1940, com Ó seu Oscar, O Bonde são Januário, Eu não sou Daqui, e outras.

O excelente compositor seguia sua carreira compondo seus sambas, que poucos se atreviam a gravar. Orlando Silva foi responsável pelo sucesso de Errei, erramos, em 1941. Mas Ataulfo resolveu cantar ele próprio suas composições e Leva meu Samba foi sua primeira gravação como cantor. Pegaria verdadeiro gosto pela interpretação em 1942 cantando Saudades da Amélia!, um clássico composto em parceria com Mário Lago, depois de nenhum cantor querer gravá-lo.
                                 SAUDADES DA AMÉLIA
                                       Ataulfo Alves - Mário Lago

Nunca vi fazer tanta exigência,
Nem fazer o que você me faz.
Você não sabe o que é consciência,
Nem vê que eu sou um pobre rapaz.
Você só pensa em luxo e riqueza,
Tudo o que você vê você quer,
Ai, Meu Deus, que saudade da Amélia,
Aquilo sim, é que era mulher...
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer.
E quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, que se há de fazer?
Amélia não tinha a menor vaidade,
Amélia é que era mulher de verdade!
Amélia não tinha a menor vaidade,
Amélia é que era mulher de verdade!

Sua voz era afinada mas modesta, e o recurso do coro com vozes femininas deu origem ao conjunto que Pedro Caetano batizou provisoriamente de "Ataulfo Alves e suas Pastoras" mas que se tornou sua marca registrada. Ao conjunto "Ataulfo e suas Pastoras" deve-se o sucesso de muitas gravações nos anos seguintes. 

Dessa fase temos Leva meu samba, Oh! Seu Oscar, Vai, mas vai mesmo, Sei que é covardia, mas..., Meus tempos de criança, Bonde de São Januário, Vida da minha vida, Mais um samba popular, Não posso viver sem ela entre as mais conhecidas.

Suas composições têm um quê de tristeza, o que torna inconfundível a música de Ataulfo Alves, na análise de Mario Lago, seu grande parceiro.

Em 1954, compôs para um show na boate Casablanca, então o point da Praia Vermelha, um de seus maiores sucessos: Pois é, que mereceu uma tela pintada por Pancetti, em sua homenagem. Agradecido, Ataulfo compôs Lagoa Serena dedicando-a a Pancetti, e este retornou a homenagem oferecendo a tela a Ataulfo. O quadro "Lagoa Serena" está desaparecido, enquanto "Pois é" permanece em poder da família. Gravado só em 1955, Pois é tornou-se uma das obras inesquecíveis do compositor.

Em 1957 compôs o samba que melhor refletiu seu estilo nostálgico e melancólico: Meus tempos de criança, interpretado até hoje por quase todos os grandes cantores nacionais.

Ataulfo participou da caravana que Humberto Teixeira organizou em 1961 para divulgar a música brasileira na Europa. Entre as músicas dos shows, duas inéditas que fizeram sucesso posteriormente: Mulata Assanhada e Na cadência do Samba.

Um acontecimento nessa excursão mexeu com o coração do sensível Ataulfo. Numa apresentação em Estocolmo, antes de começar a cantar, um grupo na platéia entoou Saudades da Amélia, levando o cantor-compositor a chorar de emoção.

Também lhe coube representar o Brasil no 1º Festival Internacional de Arte Negra em Dakar, Senegal, em 1966.
O advento da bossa-nova envolveu Ataulfo em uma parceria com Carlos Imperial, e das muitas músicas produzidas, Você passa eu acho graça foi o maior sucesso. A gravação de Ai, que saudade da Amélia junto com Roberto Carlos é histórica.

Amélia dos Santos Ferreira - a musa inspiradora do clássico Ai, que saudade da Amélia, faleceu aos 91 anos de idade, em 27 julho de 2001, e era na época da composição a empregada da cantora Aracy de Almeida.

Em 1967 Laranja Madura conquistou o público de imediato.
De gestos finos e muito educado, Ataulfo Alves foi apontado pelo colunista social Ibrahim Sued como um dos homens mais elegantes do Brasil. 

Chegou a ter sua própria editora por volta de 1961, e soube empregar o dinheiro que ganhou, adquirindo bens que lhe permitiram viver tranquilamente.

Das curiosidades de sua vida, costumava "reger" seu conjunto com um lenço branco e esse lenço foi passado a seu filho Ataulfo Junior em 1965, quando sentia-se já enfraquecer por conta da úlcera duodenal que o levou em 1969, pouco antes de completar 60 anos.

Compôs mais de 320 músicas, e é apontado como uma das maiores produções da música popular brasileira em número e também em sucessos. Até falecer continuava em evidência, fato raro entre os compositores de sua geração.

Em Miraí, a rua onde morava recebeu seu nome, e a cidade prestou-lhe altas homenagens em 1 de maio de 1962.

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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

ANTÔNIO CARLOS JOBIM - BIOGRAFIA

                                                          ANTÔNIO CARLOS JOBIM

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim
*
 Rio de Janeiro, RJ – 25 de Janeiro de 1927
+
 Nova Iorque, USA – 08 de Dezembro de 1994

Compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro.
É considerado um dos maiores expoentes da música brasileira e um dos criadores do movimento da Bossa Nova. Tom Jobim é um dos nomes que melhor representa a música brasileira na segunda metade do século XX e é praticamente uma unanimidade entre críticos e público em termos de qualidade e sofisticação musical.
Nasceu no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, mudando-se logo com a família para Ipanema. A ausência do pai durante a infância e adolescência lhe impôs um contido ressentimento, desenvolvendo no maestro uma profunda relação com a tristeza e o romantismo melódico, transferido peculiarmente para as construções harmônicas e melódicas. Aprendeu a tocar violão e piano tendo aulas, entre outros, com o professor alemão Hans-Joachim Koellreutter, introdutor da técnica dodecafônica no Brasil.

No dia 15 de outubro de 1949, Antônio Carlos Jobim casou-se com Thereza Otero Hermanny, com quem teve dois filhos, Paulo (n. 1950) e Elizabeth (1957).
Em 30 de abril de 1986, ele casou-se com a fotógrafa e vocalista da extinta Banda Nova Ana Beatriz Lontra, que tinha a mesma idade de sua filha Elizabeth. Tom e sua segunda esposa tiveram dois filhos juntos, João Francisco (1979) e Maria Luiza (1987).
Pensou em trabalhar como arquiteto e chegou a se empregar em um escritório, mas logo desistiu e resolveu ser pianista. Tocava em bares e boates em Copacabana, como no Beco das Garrafas no início dos anos 50, até que em 1952 foi contratado como arranjador pela gravadora Continental. Além dos arranjos, também tinha a função de transcrever para a pauta as melodias de compositores que não dominavam a escrita musical. Datam dessa época as primeiras composições.

A primeira canção gravada, Incerteza (com Newton Mendonça), na voz de Mauricy Moura. Tereza da Praia, parceria com Billy Blanco, gravada por Lúcio Alves e Dick Farney pela Continental (1954), foi o primeiro sucesso. Depois disso participou de gravações e compôs com Billy Blanco a Sinfonia do Rio de Janeiro, além de outras parcerias com a cantora e compositora Dolores Duran (Se é por Falta de Adeus, Por Causa de Você).

Em 1956 musicou a peça Orfeu da Conceição com Vinícius de Moraes, que se tornou um de seus parceiros mais constantes. Dessa peça fez bastante sucesso a canção antológica Se Todos Fossem Iguais a Você, gravada diversas vezes. Tom Jobim fez parte do núcleo embrionário da bossa nova. O LP Canção do Amor Demais (1958), em parceria com Vinícius, e interpretaçãoes de Elizeth Cardoso, foi acompanhado pelo violão de um baiano até então desconhecido, João Gilberto. A orquestração é considerada um marco inaugural da bossa nova, pela originalidade das melodias e harmonias. Inclui, entre outras, Canção do Amor Demais, Chega de Saudade e Eu Não Existo sem Você.

A consolidação da bossa nova como estilo musical veio logo em seguida com o 78 rotações Chega de Saudade, interpretado por João Gilberto, lançado em 1959, com arranjos e direção musical de Tom, selou os rumos que a música popular brasileira tomaria dali para frente. No mesmo ano foi a vez de Sílvia Telles gravar Amor de Gente Moça, um disco com 12 canções de Tom, entre elas Só em Teus Braços, Dindi (com Aloysio de Oliveira) e A Felicidade (com Vinícius).

Tom foi um dos destaques do Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova York em 1962. No ano seguinte compôs, com Vinícius, um dos maiores sucessos e possivelmente a canção brasileira mais executada no exterior: Garota de Ipanema. Nos anos de 1962 e 1963 a quantidade de “clássicos” produzidos por Tom é impressionante: Samba do Avião, Só Danço Samba (com Vinícius), Ela é Carioca (com Vinícius), O Morro Não Tem Vez, Inútil Paisagem (com Aloysio), Vivo Sonhando. Nos Estados Unidos gravou discos (o primeiro individual foi The Composer of ‘Desafinado’ Plays, de 1965), participou de espetáculos e fundou sua própria editora, a Corcovado Music.

O sucesso fora do Brasil o fez voltar aos EUA em 1967 para gravar com um dos grandes mitos americanos, Frank Sinatra. O disco Francis Albert Sinatra e Antônio Carlos Jobim, com arranjos de Claus Ogerman, incluiu versões em inglês das canções de Tom (The Girl From Ipanema, How Insensitive, Dindi, Quiet Night of Quiet Stars) e composições americanas, como I Concentrate On You, de Cole Porter. No fim dos anos 60, depois de lançar o disco Wave (com a faixa-título, Triste, Lamento entre outras instrumentais), participou de festivais no Brasil, conquistando o primeiro lugar no III Festival Internacional da Canção (Rede Globo), com Sabiá, parceria com Chico Buarque, interpretado por Cynara e Cybele, do Quarteto em Cy. Sabiá conquistou o júri, mas não o público, que vaiou ostensivamente a interpretação diante dos constrangidos compositores.
Aprofundando seus estudos musicais, adquirindo influências de compositores eruditos, principalmente Villa-Lobos e Debussy, Tom Jobim prosseguiu gravando e compondo músicas vocais e instrumentais de rara inspiração, juntando harmonias do jazz (Stone Flower) e elementos tipicamente brasileiros, fruto de suas pesquisas sobre a cultura brasileira. É o caso de “Matita Perê” e “Urubu”, lançados na década de 70, que marcam a aliança entre a sofisticação harmônica de Tom e sua qualidade de letrista. São desses dois discos Águas de Março, Ana Luiza, Lígia, Correnteza, O Boto, Ângela. Também nessa época grava discos com outros artistas, casos de Elis e Tom, com Elis Regina, Miúcha e Tom Jobim e Edu e Tom. Passarim, de 1987, é a obra de um compositor já consagrado, que pode desenvolver seu trabalho sem qualquer receio, acompanhado por uma banda grande, a Nova Banda. Além da faixa-título, Gabriela, Luiza, Chansong, Borzeguim e Anos Dourados (com Chico Buarque) são os destaques.
Os arranjos do Maestro Leo Peracchi para este disco histórico foram apresentados na íntegra no cesc pompéia, S. Paulo, em 25 e 26 de agosto. As músicas tiveram a interpretação de Celine Imbert, Jane Duboc, Ná Ozzetti, Miriam Peracchi, Mônica Salmaso, Tetê Espíndola, e Vania Bastos. Acompanhamento da Orquestra Jazz Sinfônica.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We are the world, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985) abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
É difícil escolher os mais significativos entre os mais de 50 discos de que participou, como intérprete ou arranjador. Todos eles têm algo de inovador, de diferente e especial. Seu último CD, Antônio Brasileiro, foi lançado em 1994, pouco antes da sua morte, em dezembro, nos EUA.
Biografias foram lançadas, entre elas Antônio Carlos Jobim, um Homem Iluminado, de sua irmã Helena Jobim, Antônio Carlos Jobim – Uma Biografia, de Sérgio Cabral, e Tons sobre Tom, de Márcia Cezimbra, Tárik de Souza e Tessy Callado.
Inexplicavelmente, a genialidade de Tom Jobim continua sempre mais reconhecida nos palcos internacionais que entre os brasileiros, que estão em melhores condições de apreciar a beleza de suas canções, por exemplo no que se refere à concatenação melodia e letra. Como traduzir “Caingá candeia, é o Matita Pereira(…)” “Passarinho na mão, pedra de atiradeira(…)” da canção “Águas de Março”?

O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro foi renomeado Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão – Antônio Carlos Jobim ‘, só por pressão junto ao Congresso Nacional de uma comissão de notáveis, formada por Chico Buarque, Oscar Niemeyer, João Ubaldo Ribeiro, Antônio Cândido, Antônio Houaiss e Edu Lobo, criada e pessoalmente coordenada pelo crítico Ricardo Cravo Albin.
Composições mais conhecidas
* “Chega de Saudade” (1957), o marco inicial da bossa nova
* “Água de Beber”
* “Desafinado” (1959), vencedora de três prêmios Grammy
* “Samba de Uma Nota Só” (1959)
* “A Felicidade” e “O Nosso Amor”, do filme Orfeu Negro (1959)
* “Insensatez” (com Vinícius de Moraes) (1960)
* “Garota de Ipanema” (com Vinícius de Moraes) (1963)
* “Fotografia” (1965)
* “Triste” (1967)
* “Wave” (1967)
* “Águas de Março” (1970)
* “Luísa”
* “Corcovado”
* “Dindi”
* “Retrato em Branco e Preto” (com Chico Buarque)
* “Samba do Avião”
* “Anos Dourados”
* “Eu te Amo”
* “Meditação”
* “Só Tinha de Ser com Você” (1974)
* “Sabiá”
* “Eu sei que vou te amar”
* “Falando de amor”
* “Ela é carioca”
Discografia
* Sinfonia do Rio de Janeiro – 1954
* Tom Jobim e Billy Blanco – 1960
* Brasília e Sinfonia da Alvorada – 1961
* Antônio Carlos Jobim – 1963
* Caymmi visita Tom – 1964
* Antônio Carlos Jobim com Nelson Riddle e sua Orquestra – 1964
* Getz/Gilberto featuring A. C. Jobim – 1964
* A Certain Mr. Jobim – 1965
* Love Strings & Jobim (Tom Jobim Apresenta) – 1966
* Wave – 1967
* Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim – 1967
* Compacto Duplo – 1968
* Tide – 1970
* Stone Flower – 1970
* Sinatra & Company.s – 1971
* Disco de Bolso – O Tom de Tom Jobim e o tal de João Bosco – 1972
* Matita Pere/Jobim – 1973
* Elis & Tom (com Elis Regina)- 1974
* Urubu – 1976
* Compacto Duplo – 1977
* Miúcha & Antônio Carlos Jobim – 1977
* Tom, Vinícius, Toquinho, Miúcha, gravado ao vivo no Canecão – 1977
* Miúcha e Tom Jobim – 1979
* Sinatra-Jobim Sessions – 1979
* Terra Brasilis I & II – 1980
* Edu & Tom / Tom & Edu – 1981
* Gabriela, Trilha do Filme – 1983
* O Tempo e o Vento – 1985
* Para Viver um Grande Amor, Trilha do Filme – 1985
* Rio Revisited (com Gal Costa) – 1987
* Passarim – 1987
* Tom Jobim (inédito) – 1987
* No Tom da Mangueira – 1991
* Antônio Brasileiro – 1994
* Antônio Carlos Jobim and Friends – 1996
* Antônio Carlos Jobim em Minas ao vivo: Piano e Voz – 2004
Bibliografia
* Helena Jobim: Antônio Carlos Jobim, um Homem Iluminado, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
* Luis Carlos Lisboa: A vida de Tom Jobim, Rio de Janeiro: Rio Cultura/Faculdades Integradas Estácio de Sá, 1983.
* Sérgio Cabral: Antônio Carlos Jobim – Uma Biografia, Rio de Janeiro: Lumiar, 1997.
* Márcia Cezimbra, Tárik de Souza e Tessy Callado: Tons sobre Tom.
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quarta-feira, 19 de junho de 2013

LUPICÍNIO RODRIGUES - BIOGRAFIA


                  UM DOS MAIORES COMPOSITORES QUE O BRASIL JÁ CONHECEU

 Lupicínio Rodrigues, cantor e compositor, nasceu na Ilhota, vila pobre do bairro Cidade Baixa em Porto Alegre, RS, no dia 16/9/1914 e faleceu, por insuficiência cardíaca, na mesma cidade no dia 27/8/1974.

Quarto filho do funcionário público Francisco Rodrigues e da dona-de-casa Abigail Rodrigues, Lupicínio teve 20 irmãos.

Nunca foi um bom aluno. Desde criança não prestava atenção nas aulas, só pensava em cantar, batucar e paquerar as meninas. Precoce, aos 12 anos já fugia de casa para participar das rodas de música de seu bairro, e aos 14, em 1928, compôs sua primeira música, a marchinha Carnaval, que nunca foi gravada. Lupicínio explica: "Três anos depois a marcha conquistou o primeiro lugar num concurso oficial, executada pelo cordão carnavalesco Prediletos. Um ano mais tarde, (...) a música foi executada pelo cordão carnavalesco Rancho Seco e novamente ganhei o primeiro lugar. E agora o mais interessante: vinte anos depois, quando eu fazia parte de uma comissão que julgava músicas carnavalescas, me apareceu novamente a marchinha, desta vez cantada pelo grupo Democratas, e como sendo de autoria de outros dois compositores. Eu não falei nada aos outros membros da comissão e a música novamente venceu. Deixei os meninos receberem o prêmio e até convidei-os para tomarem uma cerveja comigo." 1

Durante sua infância, o que mais gostava de fazer era jogar futebol, paixão essa que o levou, anos depois, em 1959, a compor o hino oficial de seu time predileto, o Grêmio, de Porto Alegre.

Com certa dificuldade, completou o curso ginasial e aprendeu o ofício de mecânico. Sua família era humilde e numerosa, então, desde menino Lupicínio trabalhava para ajudar nas despesas: "foi fazedor de parafusos na Fábrica de Cipriano Micheletto, empurrador de roda de bonde na Cia. Carris Porto-alegrense, baleiro na frente do Cinema Garibaldi e entregador de pacotes na Livraria do Globo." 2

Toda sua família tinha talento para a música. Seu pai, astuto, percebeu que o jovem, boêmio desde garoto, não queria saber de trabalho. Então, aos 15 anos, com documentos falsificados para 18, S. Francisco apresentou Lupicínio ao Exército como "voluntário". Nas horas de folga, Lupi cantava no conjunto formado pelos soldados de seu batalhão. Em 1932, foi mandado para São Paulo, mas não chegou até a frente de batalha da Revolução Constitucionalista. Foi promovido a cabo e transferido para Santa Maria, RS, onde se apaixonou perdidamente por Inah, para quem compôs Felicidade, Zé Ponte e Nervos de aço..

Em 1935, deu baixa do Exército e retornou a Porto Alegre. Nesse mesmo ano, sua música Triste história, em parceria com o cantor e compositor Alcides Gonçalves, venceu o concurso da Prefeitura de Porto Alegre em comemoração ao Centenário da Revolução Farroupilha. No ano seguinte Alcides gravou em disco Triste história e Pergunta aos meus tamancos, também dos dois compositores e Lupicínio passou a trabalhar como bedel na Faculdade de Direito. Seu primeiro grande sucesso veio em 1938: Se acaso você chegasse.

Junto com o sucesso veio sua primeira desilusão amorosa, o que lhe inspirou a compor vários sucessos. Inah, seu grande amor, não suportou sua vida de boêmio e, decidida, no começo de 1939 rompeu o noivado.

"Um dos poucos casos de projeção nacional fora do eixo Rio-São Paulo, Lupicínio teve inicialmente dificuldades para gravar suas músicas, em parte devido ao isolamento em Porto Alegre. A solução encontrada foi dar co-autoria a alguém encarregado da divulgação, Felisberto Martins, diretor da Odeon." 3

A partir de 1946 tornou-se representante da SBACEN no Rio Grande do Sul. Ao contrário do que muitos pensam, Lupicínio não tocava nenhum instrumento musical. Compunha assobiando e fazendo ritmo com uma caixa de fósforos. Criador do gênero dor-de-cotovelo, construiu uma obra rica, com letras que, em sua maioria, falavam dos relacionamentos amorosos e das mulheres. Compôs cerca de 600 músicas, com aproximadamente 150 gravadas. Foi muito influenciado em seu modo de cantar por Mário Reis, e seus biógrafos acreditam que ele foi um dos precursores da bossa-nova.

Em 1947 foi aposentado por problemas de saúde. Ele costumava dizer que havia sido aposentado "por amor".

Depois de Inah Lupicínio ficou seriamente envolvido durante cinco anos com Mercedes, a Carioca, que o trocou por outro. Para ela o compositor dedicou Briga de amor, Minha ignorância, Nunca e Vingança. Nesse ínterim, teve uma filha com Juraci de Oliveira, que estava à beira da morte. Para legalizar a situação de sua filha, Tereza, Lupi casou-se com Juraci. Com sua segunda esposa, Cerenita Quevedo, Lupicínio teve mais um filho, o advogado Lupicínio Rodrigues Filho. Cerenita, que lhe inspirou uma de suas músicas mais bonitas, Exemplo, adotou Tereza (Clara Terezinha Rodrigues4), que deu nove4 netos a Lupicínio.

Boêmio profissional, teve várias casas noturnas e restaurantes em Porto Alegre. Dizia que não queria ganhar dinheiro, mas reunir amigos. Entre eles estavam o Jardim da Saudade, o Clube dos Cozinheiros, O Batelão, o Galpão do Lupi, Vogue e o Bar Vingança.

Nos anos 60 sua produção diminuiu, e entrou, como vários compositores da MPB, num período de obscuridade. Suas músicas não tocavam mais nas rádios, agora invadidas pela bossa-nova e pelo rock. Lupi passou a escrever uma coluna todos os sábados para o jornal Última Hora (de 1963 a 1964), onde abordava temas como a boêmia, o ciúme, a tristeza ou ainda fazia análises de suas composições.

Na década seguinte, graças à iniciativa da Abril Cultural, que lançou um disco contendo músicas de Lupi com intérpretes da nova geração, como Paulinho da Viola, Gal Costa, Gilberto Gil, Elis Regina e Caetano Veloso, Lupicínio foi redescoberto. "Na última grande entrevista que deu à imprensa, para o Pasquim, em 1973, perguntado sobre o que estava achando do panorama musical brasileiro, se não se sentia meio deslocado, respondeu com uma ponta de amargura (ainda não havia sido redescoberto) e outra de orgulho: ‘Eu não tenho nada com o ambiente musical brasileiro. Eu não sou músico, não sou compositor, não sou cantor. Não sou nada. Eu sou um boêmio" 5. A gravação de Felicidade tornou-se conhecida em todo o Brasil. Lupicínio ficou muito honrado com isso. Mas pouco tempo depois, no dia 27 de agosto de 1974, Lupicínio faleceu, deixando Cerenita e "todas as mulheres" desamparadas. Morreu o homem, nasceu o mito.

 1. RODRIGUES FILHO, Lupicínio (Org.). Foi assim: o cronista Lupicínio Rodrigues. Porto Alegre, L&PM, 1995 p. 83.
2. GONZALEZ, Demosthenes. Roteiro de um boêmio: vida e obra de Lupicínio Rodrigues . Porto Alegre, Sulina, 1986 p. 15.
3. MATOS, Maria Izilda S. de e FARIA, Fernando A. Melodia e sintonia em Lupicínio Rodrigues: o feminino, o masculino e suas relações. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1996, p. 42.
4. Informação dada em 21/9/2004, via e-mail, pelo neto de Lupicínio, David Jorge Rodrigues Hatsek.
5. RODRIGUES FILHO, Lupicínio (Org.). Foi assim: o cronista Lupicínio Rodrigues. Porto Alegre, L&PM, 1995 p. 15.
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

BADEN POWELL DE AQUINO - BIOGRAFIA


Por Philippe Baden Powell

PARA QUEM NÃO SABE...
Baden Powell é considerado um dos maiores violonistas de todos os tempos e um dos compositores mais expressivos da nossa música. Criador de um estilo próprio, foi o violonista mais influente de sua geração, tornando-se uma referência entre os violões havidos e a haver. Sua música rompe as barreiras que separam a música erudita da música popular, trazendo consigo as raízes afro-brasileiras e o regional brasileiro.

ORIGENS
Baden nasceu no dia 06 de Agosto de 1937 em uma cidadezinha no norte do estado Fluminense chamada "Varre-e-Sai". Ele nunca soube me dizer porquê a cidade tem esse nome, mas sempre falou dela com muito amor. Dizia que seu pai o havia ensinado a ter saudades de "Varre-e-Sai". Meu avô se chamava Lilo de Aquino, mas tinha o apelido de "Tic", era sapateiro de profissão e chef de escoteiro. Meu pai ganhou o nome de Baden Powell em homenagem ao fundador do escotismo: o General britânico Robert Thompsom S. S. Baden Powell.

A música faz parte da história da nossa família há algumas gerações, meu bisavô, Vicente Thomaz de Aquino, foi um fazendeiro negro que fundou talvez uma das primeiras e únicas bandas de escravos que tocavam e cantavam suas raízes. Sempre ouví muitas histórias de meus ascendentes mas infelizmente não conheci meus avós. A família decidiu se mudar para o Rio de Janeiro e com apenas três meses Baden tornou-se carioca do bairro de São Cristóvão. Cresceu ouvindo música; contava as histórias de seu pai, violinista amador, que fazia reuniões musicais em casa com os amigos Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Jaime Florence (o "Meira"), entre outros bambas da música dessa época. Contava também que costumava acompanhar os saraus batucando no armário do quarto.

Com oito anos Baden se apaixonou por um violão que sua tia ganhara numa rifa. Ela não tocava nada e por isso o deixou pendurado na parede da sala. Baden ficava "namorando" o instrumento, mas era muito tímido pra pedir emprestado. Um dia não resistiu e pegou escondido o violão, enrolou-o em uma toalha e guardou debaixo da cama. Ficava descobrindo o som do instrumento e se encantando cada vez mais por ele, dizendo para si mesmo: "Eu vou tocar você!". Até que a mãe dele, limpando o quarto, achou o instrumento escondido e reagiu muito mal, exigindo que Baden o devolvesse a sua tia, coisa que ele se recusou. Quando "Seu Tic" chegou do trabalho, soube da história e entendeu que havia algum interesse se manifestando, ele decidiu iniciar o Baden nas primeiras posições de acordes do instrumento. Em poucas aulas Baden já havia esgotado o pouco conhecimento violonístico do pai e foi encaminhado aos cuidados do Meira, grande mestre violonista que foi também professor de Rafael Rabello e Maurício Carrilho.

TRIBUTO AO PROFESSOR MEIRA
Baden aprendeu muito rápido, estudou violão clássico pela Escola de Tárrega e participava ainda iniciante das rodas de choro organizadas pelo professor: "O Meira colocava a gente sentado em volta da mesa e eu tinha que tocar tudo de ouvido, sem direito a erro, senão o pessoal brigava!", relembrava Baden.

A prática e convivência com os melhores músicos da época lhe valeram boa parte da sua sabedoria musical. Baden era um prodígio gênial e seu talento se desenvolveu muito rápido. No ano em que completou nove anos participou do programa de calouros "Papel Carbono", apresentado por Renato Murce na Rádio Nacional, e conquistou o primeiro lugar como calouro/solista de violão, interpretando o choro "Magoado" de Dilermando Reis. Concluiu o curso de violão em quatro anos, aos treze tinha no repertório uma transcrição própria do Muoto Perpetuo de Paganini. Um dia seus pais foram chamados por Meira, que lhes disse não ter mais nada a ensinar ao jovem virtuose. A partir daí, começou a atuar profissionalmente recebendo seus primeiros cachês em bailes e festas no suburbio e na boemia Lapa. O primeiro conjunto que formou foi um trio composto por Milton Banana na bateria e Ed Lincoln ao contrabaixo.

UM VIOLÃO NA MADRUGADA
Terminado o ginásio no Instituto Cyleno, em São Januário, Baden começou a trabalhar como músico de orquestra na Rádio Nacional, e fez excursões pelo Brasil organizadas por Renato Murce onde os convidados principais eram artistas de cinema da época como Adelaide Chiozzo, Carlos Mattos, Eliana e Cyl Farney. Durante a década de 1950 integrou o Trio do pianista Ed Lincoln, atuando na Boite Plaza em Copacabana: ponto de encontro dos amantes da boa música, entre os quais figurava um certo jovem Antonio Carlos Jobim, admirador do violonista e também atuante na noite carioca. Sua fama de exelente músico se espalhou rápido e em pouco tempo ele já era um dos músicos mais requisitados entre cantoras, como Alaíde Costa e Elizeth Cardoso, e estúdios de gravação. Nessa mesma época Baden começou a compor com seus primeiros parceiros: Nilo Queiroz, Aloysio de Oliveira, Geraldo Vandré e Ruy Guerra. Nessa primeira leva nasceram "Deve ser amor", "Não é bem assim", "Rosa flor", "Conversa de poeta", "Vou por aí", "Canção à minha amada", mas seu primeiro grande sucesso veio em 1956: "Samba Triste" em parceria com Billy Blanco. No final da década de 50 ele gravou seu primeiro disco, "Apresentando Baden Powell e seu Violão", lançado pela gravadora Philips, que hoje é Universal.


UM VIOLÃO AFRO - BRASILEIRO
No início da década de 60, Baden tocava na boate Arpège, em Copacabana, e recebeu a visita do poetinha Vinicius de Moraes, que foi assistí-lo. A parceria Tom & Vinicius já fazia barulho e Baden ficou muito entusiasmado com o convite do poeta para que fizessem umas "musiquinhas" juntos. "O Vinicius chegou me mostrando uma letra que ele disse ter feito pra toccata 147 de Bach, Jesus Alegria dos Homens, e cantarolou: - Entre as prendas com que a natureza… Aí eu pensei que ele era maluco, hahaha!". Marcaram uns três "bolos" (encontros aos quais, um dos dois sempre faltava) e depois se trancaram no apartamento do Vinicius durante quase três meses; violão, máquina de escrever e o melhor amigo do homem, segundo Vinicius, o cão engarrafado: Whiskie. O Vinicius, que ainda era diplomata, pediu uma licensa ao Itamarathy e ligou para os pais do Baden avisando que ele ia ficar em sua casa uns dias. Imagina, o Baden mal havia entrado na casa dos vinte e tomava guaraná! Durante esse período nacseram diversas composições, a primeira paerceria chama-se "Canção de ninar meu bem" e da mesma safra outras viraram clássicos da Bossa Nova e da MPB, como "Samba em Prelúdio", "Só por amor", "Bom dia amigo" e "O Astronauta". Entre essas parcerias se destaca uma suíte cuja a linha temática é a história dos Orixás (santos na religião do Candomblé), batizada de "Os Afros-Sambas", que talvez seja a obra mais característica da dupla. Em um depoimento Vinicius disse: "[…] o disco os 'Afros-Sambas' de Baden e Vinicius' realizou um novo sincretismo, deu uma dimensão mais universal ao candomblé afro-brasileiro".

E assim o movimento "Bossa Nova" ganhou uma nova vertente. O sucesso da dupla foi muito grande, Baden e Vinicius eram figurinhas fáceis no programa "O Fino da Bossa" apresentado por Elis Regina, que fez com que muitas dessas parcerias se tornassem sucessos. Conta a lenda que a letra do "Canto de Ossanha" foi escrita para Elis minutos antes de um programa ir ao ar, e ela cantou lendo o manuscrito do poeta como se já soubesse a música. A divina Elizeth Cardoso, amiga de Vinicius, também foi uma voz que imortalizou várias canções e sambas de Baden. Também Ciro Monteiro dedicou um disco à parceria chamado de "Baden e Vinicius".

Paulo César Pinheiro também foi um parceiro musical da maior relevância na obra de Baden. Juntos compuseram uma obra influenciada pelo samba e pelo choro, com letras inspiradas na liguagem popular e erudita. Paulo César Pinheiro é um letrista cuja poesia traduz fielmente as melodias de Baden. A obra desta parceria é uma evolução harmônica, melódica e poética do samba. O primeiro samba composto pela dupla foi "Lapinha", vencedor da I Bienal do Samba no ano de 1968, defendido por Elis Regina, que também imortalizou "Cai dentro", "Aviso aos navegantes", "Samba do perdão" e "Vou deitar e rolar".



UM VIOLÃO NO MUNDO
Ainda durante a década de 60, Baden faz sua primeira visita à terra onde mais tarde se consagraria: a França. Na verdade, por motivos de força maior, Baden deixou de ir para os Estados Unidos, seu pai havia ficado muito doente e ele resolveu ficar no Brasil. Pouco tempo depois o “seu Tic” faleceu, deixando a lembrança de um Velho amigo, à quem Baden dedicou uma canção homônima, com letra do Vinicius. 

Convencido por um amigo, não duvido muito que tenha sido o próprio Vinicius, de que a Europa tinha muito mais a oferecer do que os EUA, o Baden trocou sua passagem Rio-NY por uma Rio-Paris e embarcou para a cidade luz. Ele permaneceu na França por vinte anos e depois mais 5 na Alemanha, acho que ele realmente gostou de lá. O fato é que Baden se apaixonou por Paris e pelo povo francês, que o acolheu tão calorosamente. Chegando em Paris foi logo encaminhado ao Quartier Latin, bairro boêmio, onde se concentrava toda a juventude parisiense - reduto dos artistas e da efervecência cultural. Baden começou a tocar em pequenos restaurantes e bares e logo chamava atenção pela sua singularidade sonora. Ele sempre me disse para estar preparado musicalmente para qualquer situação, e me contava que entre duas músicas interpretava uma de suas releituras dos clássicos brasileiros como Manhã de Carnaval, captando a atenção de quem estava assistindo.

Ao final de três meses, prazo de isenção de visto concedido pela França a todo visitante, o compositor, ator e cineasta francês Pierre Barouh, que escreveu uma linda versão do "Samba da Benção" - "Samba Saravah" -, conseguiu que o Baden fizesse uma apresentação na primeira parte do show do cantor Jacques Brel. Foi a grande oportunidade de Baden: uma apresentação para um público entendido e apreciador de música. Bem como ele me aconselhou, estava mais do que pronto, e no final de seu concerto foi chamado mais 8 vezes de volta ao palco! Estavam na platéia agentes e empresários, diretores de gravadoras e jornalistas, todos impressionados e surpresos por uma música original e cheia de energia, que misturava samba com batuque, música clássica com improvisação, e lindas melodias dos já sucessos da Bossa Nova. Aquele foi o início de sua carreira internacional, a partir dali foram uma sucessão de propostas que resultaram em vários discos, tournées pelo mundo e parcerias inesquecíveis com diversos artistas com Stéphane Grappelli, Michel Legrand, Liza Minelli e Claude Nougaro, entre outros.

VIOLÃO ETERNO
Baden Powell trilhou um caminho de sucesso, respeitado e reverenciado por sua musicalidade e genialidade como instrumentista. Ganhou reconhecimento mundial, deixando seus acordes gravados no coração de vários fãs pelo mundo. Gravou mais de 70 discos e recebeu diversos prêmios pelo conjunto de sua obra, deixando um imenso legado a todos os músicos e amantes da música. Sua influência é marcante e está presente nas novas gerações de músicos, contribuindo para a evolução da música brasileira.


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sábado, 14 de abril de 2012

BEETHOVEN - BIOGRAFIA


                                                       b e e t h o v e n (1770-1827)
 Ludwig van Beethoven nasceu em Bonn (Alemanha), em 16 de dezembro de 1770, descendente de uma família de remota origem holandesa, cujo sobrenome significava ‘horta de beterrabas’ e no qual a partícula van, não indicava nenhuma nobreza. Seu avô, também chamado Luís, foi maestro de capela do príncipe eleitor de Bonn. O pai de Beethoven, Johann, foi tenor nessa mesma capela. Pretendeu amestrá-lo como menino prodígio no piano, mas era um homem fraco, inculto e rude, que terminou consumido pelo alcoolismo. Beethoven teve infância infeliz.

Aos oito anos de idade apresentou um concerto para cravo. Em uma carta pública de 1780, Christian Gottlob Neefe afirmava que o seu discípulo, Beethoven, de dez anos, dominava todo o repertório de J.S.Bach e o apresentava como um segundo Mozart. Beethoven fez os primeiros estudos em Bonn sob a orientação de Neefe (1781), tornando-se organista-assistente da capela eleitoral (1784).
Iniciou sua carreira de compositor com alguns lieder, três sonatas para piano e uns quartetos para piano e cordas. Sua fama começou a transcender e o príncipe eleitor o enviou para Viena. Maximiliano, arquiduque da Áustria, subsidiou seus estudos.
Foi uma viagem pouco proveitosa, pois Beethoven teve de voltar em pouco tempo para assistir a morte da mãe. Mesmo assim, chegou a conhecer Mozart já doente, absorto pela composição de Don Giovanni. Em Bonn, Beethoven atravessou um período de grandes dificuldades financeiras.
Pouco tempo depois, Haydn leu algumas de suas obras e convidou a voltar para Viena para seguir ‘estudos vigiados’ com ele. Também tomou lições com Albrechtsberg e Salieri. Exibia-se como pianista virtuose nos salões aristocráticos. Apesar das suas maneiras rudes e do seu republicanismo ostensivo, sempre esteve Beethoven generosamente protegido pela alta sociedade vienense (o arquiduque Rodolfo, as famílias Brunswick e Lichnowsky, o conde Rasumovsky etc.). Melhorou de posição social e formação musical pela ajuda de mecenas, que em 1792 lhe possibilitaram a mudança definitiva para Viena.
Em 1795 Beethoven publicou o sua primeira obra, integrada pelos Trios para piano Op. 1 (3). Obras que, como as Sonatas para piano Op. 2, mostravam a personalidade (embora não ainda o gênio) de seu criador. Esse gênio começou a se revelar só anos depois, em seu Op. 7 e Op. 10.
Os últimos anos do século XVIII parece ter sido a época mais feliz da desditosa vida de Beethoven: o sucesso profissional, a proteção e lisonja dos poderosos, as amizades profundas, talvez o amor. Embora várias figuras femininas tenham cruzado a sua vida, provavelmente a única realmente importante tenha sido a ‘jovem amada’, Giulietta Guicciardi, cujos 17 anos e encanto fútil conquistaram Viena, e a quem o compositor dedicou a sua Sonata ao luar.
Também foi nessa época (1801) que se instalou em Beethoven uma crescente surdez, que em pouco tempo se tornaria irreversível. Desesperado, Beethoven redigiu em Heiligenstadt, então subúrbio de Viena, seu testamento, decidido a suicidar-se. A crise foi, porém, superada e, sendo parcial sua surdez, o compositor ainda pôde continuar a sua carreira. Como ele mesmo descreveu, ‘foi a arte, e só a arte, que me salvou’. Beethoven utilizava uma corneta para atenuar sua surdez, antes de ter de usar os cadernos de anotações.
Foi o tempo de suaúnica ópera, Fidélio, exaltação do amor conjugal, das grandes Sonatas para piano - Patéticae Apaixonado, dos monumentais concertos, dos quartetos para cordas do período médio; o tempo, principalmente, das obras que lhe deram maior popularidade, suas revolucionárias sinfonias e, em especial, a Sinfonia n.º 5. Os membros da aristocracia austríaca, lhe concederam em 1809, uma pensão vitalícia. Sua carreira pública chegou ao ponto culminante em 1814, por ocasião do Congresso de Viena.
Depois desses sucessos, a surdez começou a piorar, isolando o mestre quase totalmente do mundo. A carência afetiva o levou a se trancar cada vez mais dentro de si mesmo. Seus últimos anos também se viram amargurados pela saúde precária, dificuldades financeiras e, principalmente, pelos problemas com seu sobrinho Karl, os quais, indiretamente, foram a causa da sua morte: após uma discussão, Beethoven saiu de casa no meio de uma tempestade, contraindo uma pneumonia que pôs fim a seus dias em 26 de março de 1827. O cortejo fúnebre contou com uma impressionante multidão de 20.000 pessoas, coisa inusitada em uma Viena que produzia gênios e depois, como Mozart, dava-lhe as costas.
Beethoven impressionou os contemporâneos, além de sua arte, pelas manifestações rudes de sua independência pessoal. Em torno de sua forte personalidade formaram-se lendas, destinadas a salientar os sofrimentos e a grandeza do homem titânico, chegando a falsear a perspectiva biográfica. A famosa carta (sem data e sem endereço) à ‘amada imortal’ não tem maior importância para a interpretação da obra, porque na arte de Beethoven não é sensível o elemento erótico. Errada também é a opinião de ter o mestre sofrido pela incompreensão dos contemporâneos: teve, em vida, os maiores sucessos e foi admirado como nenhum outro compositor.
Também teve notável êxito material e, chegou a ditar preços aos seus editores. Mas, sobretudo, foram mal compreendidos os efeitos de sua doença. Até 1814, a surdez não foi total, permitindo a elaboração de numerosas obras-primas musicais; depois dessa data, foi a própria surdez que abriu ao compositor as portas de uma nova arte, toda abstrata. A grandeza de Beethoven não foi, prejudicada pela surdez, e sua vida não se resume numa luta heróica contra a doença.
As obras de Beethoven são intensamente romântica pela extremo subjetivismo, no qual tem lugar a tragicidade patética e o júbilo triunfal, o idílio e o humorismo burlesco, o idealismo eloqüente e a música profunda. Mas a forma dessas manifestações é a do Classicismo vienense de Haydn e Mozart; são cuidadosamente elaboradas e severamente disciplinadas. Essa obra romântica é, paradoxalmente, a mais clássica que existe.
Beethoven viu-se admirado até a idolatria pelos seus contemporâneos. Sua influência sobre toda a música do século XIX foi avassaladora. Também as obras difíceis, as últimas sonatas e os últimos quartetos foram, enfim, compreendidos, e a imensa popularidade de Beethoven chegou a estender-se à Sinfonia n.º 9. Mas no fim do século começaram a surgir as primeiras vozes cépticas. Achou-se que Beethoven tinha escrito sinfonias, sonatas e quartetos os mais perfeitos, de modo que sua arte significava um fim, embora glorioso. Debussy ousou manifestar aversão à eloqüência do mestre. Na época moderna já não existem compositores beethovenianos. Sua influência parece terminada. Stravinsky encontrou palavras duras contra o subjetivismo e o emocionalismo do mestre, o que não o impediu de declarar a fuga para o Quarteto de cordas Op. 133 (1825), como a maior manifestação da música ocidental. Diferente de muitos outros compositores, Beethoven não foi menino prodígio. Teve evolução lenta. À sua primeira obra escrita e publicada em Viena deu o nome de Trios Op. 1, fazendo entender, com razão, apenas interesse biográfico e histórico. Também é necessário descontar algumas obras escritas por encomenda e elaboradas sem inspiração, como a Sinfonia de batalha, que foi composta em 1813 e apresentada em Viena em 1816 com sucesso retumbante mas efêmero.
Resta a grandiosa evolução, dos Trios Op. 1 até o último Quarteto Op. 135 (1826), evolução que não tem igual na história da música. O musicólogo russo Wilhelm von Lenz, considerando 1802 e 1814 como datas decisivas na vida do mestre, formulou a tese de três fases da criação de Beethoven: mocidade, maturidade, últimas obras. Embora cronologicamente inexata (algumas obras não se enquadram bem no esquema) a tese de Lenz é até hoje geralmente aceita.
Primeira fase - A primeira fase, de 1792 até 1802, caracteriza-se pelo frescor juvenil, pelo brilho virtuosístico, pelo estilo galante do séc. XVIII, embora interrompida por tempestades pscológicas bem pré-românticas e acessos de melancolia. Galante, naquele sentido, é o famoso Septeto Op. 20 (1799-1800); despreocupadamente alegre é a sua Sonata para piano e violino em fá maior Op. 24 - Primavera (1801); bem mozartiano ainda é o Concerto para piano n.º 3 em dó menor (1800).
A melancolia manifesta-se na Sonata para piano n.º 3 em ré maior Op. 10 (1796-1798), nos Quartetos Op. 18 (6) (1798-1800) e na Sonata para piano e violino n.º 2 em dó menor Op. 30 (1802), mas sobretudo na célebre Sonata para piano n.º 2 em dó sustenido menor Op. 27, à qual a posteridade tem dado o apelido de Sonata ao luar. Obra capital do pré-romantismo beethoveniano é a Sonata para piano em dó menor Op. 13, à qual o próprio mestre deu o nome de Patética (1798). A evolução do mestre evidencia-se na diferença sensível entre a Sinfonia n.º 1 (1799) e a Sinfonia n.º 2 (1802).
Duas obras das mais conhecidas de Beethoven não se enquadram bem no esquema de Lenz. Em 1803, já em plena segunda fase, a famosa Sonata para piano e violino em lá maior Op. 47 - Kreutzer é o exemplo mais brilhante da primeira fase. Por outro lado, já em 1802, a Sonata para piano n. 2 em ré menor Op. 31 manifesta toda a tragicidade do gênio beethoveniano.
Segunda fase - A segunda fase, a da plena maturidade, abre em 1803 com a colossal Sinfonia n.º 3 em mi bemol maior - Eroica. Do mesmo estilo trágico são, em 1804, a sombria Sonata para piano em fá maior Op. 57 - Apaixonado, e o segundo ato da única ópera de Beethoven, Leonora (mais tarde rebatizada Fidélio). Mas ao mesmo tempo, em 1804, escreveu o mestre a triunfal Sonata para piano em dó maior Op. 53 - Aurora (ou Waldstein) e, depois de duas aberturas menos bem logradas para a ópera, a Leonora n.º 3 (1806), que conquistou a sala dos concertos, talvez a mais gloriosa de todas as aberturas. Do ano de 1806 também são o intensamente lírico Concerto para piano n.º 4 em sol maior Op. 58, o majestoso Concerto para violino em ré maior Op. 61, e os Quartetos Op. 59, em fá maior, mi menor e dó maior, dedicados ao conde Rasumovsky, os quartetos mais brilhantes que existem.
Depois as obras-primas seguem-se sem interrupção: a trágica Sinfonia n.º 5 em dó menor (1805-1807), a mais famosa de todas, e a não menos trágica abertura Coriolano (1807), a idílica Sinfonia n.º 6 em fá maior - Pastoral (1807-1808), a sombria Sonata para piano e violoncelo em lá maior Op. 69 (1808) e o Trio para piano em ré maior Op. 70 (1808), de profunda melancolia; em 1809, a Sonata para piano em mi bemol maior Op. 81 - Os adeuses. Em 1810, a música de cena (incluindo grandiosa abertura) para a peça de Egmont, de Goethe; em 1812, a Sinfonia n.º 7 em lá maior, a mais intensamente poética de todas, a humorística Sinfonia n.º 8 em fá maior (1812) e o justamente famoso Trio para piano em si bemol maior Op. 97 - Arquiduque; enfim, em 1812, a última Sonata para piano e violino em sol maior Op. 96, despedida poética da segunda fase.
Terceira fase - Depois das festas de 1814, Beethoven, agora completamente surdo, retira-se para a solidão, elaborando uma música totalmente diferente, abstrata, interiorizada. O pórtico da terceira fase é a gigantesca Sonata para piano em si bemol maior Op. 106 - Sonata para piano (1818). Seguem, 1820-1822, as três últimas sonatas para piano, em mi maior Op. 109, em lá bemol maior Op. 110 e em dó menor Op. 111. A última, Op. 111, seria - dir-se-ia - o sacrossanto testamento pianístico de Beethoven, se não tivesse escrito, em 1823, as 33 Variações sobre uma valsa de Diabelli Op. 120. Sobre um tema banal, a maior obra de variações da literatura musical.
Do mesmo ano de 1823 são a Sinfonia n.º 9, que o coral do último movimento, que assustou os contemporâneos e é hoje a obra mais popular do mestre, e a gloriosa Missa solene, obra de religiosidade livre de um grande individualista. Em 1824 inicia Beethoven o ciclo dos últimos quartetos: em mi bemol maior Op. 127, em lá menor Op. 132 (1825), em si bemol maior Op. 130 (1825), do qual foi separada a Fuga final Op. 133. Enfim, em 1826, o Quarteto em dó sustenido menor Op. 131, mais uma dessas obras gigantescas para o pequeno elenco de quatro instrumentos de cordas, e o comovente último Quarteto em fá maior Op. 135 (1826). São obras de inigualável profundeza artística e grandes documentos humanos.
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domingo, 1 de abril de 2012

BACH - BIOGRAFIA


JOHANN SEBASTIAN BACH 21/03 /1685 Eisenach, Alemanha.28 /07/1750, Leipzig, Alemanha 

"Bach (riacho, em alemão) deveria se chamar Ozean (oceano) e não Bach!". A frase é de ninguém menos que Ludwig Van Beethoven e, se um músico da grandeza de Beethoven assim se pronuncia sobre ele, bem se pode imaginar a dimensão que se pode atribuir ao compositor barroco Johann Sebastian Bach. Na verdade, desde Veit Bach, que no século XVI tocava cítara, até 1685, são contados 27 músicos na família Bach. O mais célebre, porém, merecidamente, foi Johann Sebastian Bach, que nasceu em Eisenach, uma pequena cidade da Turíngia, no centro da Alemanha. Seu pai, Johann Ambrosius Bach, era um músico da cidade e ensinou Bach a tocar violino e viola e a escrever as notas musicais, além de criá-lo na fé protestante. Seus pais morreram antes que completasse 10 anos e a continuação de sua formação musical ficou a cargo de seu irmão, Christoph, que trabalhava como organista em Ohrdruf, cidade próxima, onde passariam a morar. Aos quinze anos, Johann Sebastian ingressou na escola de São Miguel de Lünenburg, onde cantaria no coro da igreja e teria ensino formal de música. Em suas viagens de férias aos centros culturais mais próximos, familiarizou-se com a obra de Jean-Baptiste Lully e François Couperin. Em Hamburgo, conheceu a grande tradição alemã de Jan Adams Reinken e Vincent Lübeck. Bach fez progressos admiráveis, e, aos dezoito anos, foi contratado como organista da nova igreja de Arnstadt, recém-construída, onde permaneceu de 1703 a 1707. Ausentando-se por quatro meses, conheceu em Lübeck o célebre Dietrich Buxtehude, de quem recebeu lições que modificariam sua maneira de interpretar o órgão. De volta a Arnstadt, Bach não foi bem aceito no templo, o que fez com que ele aceitasse o cargo de organista na igreja de São Blásio de Mühlhausen. Foi nesses dois locais que começou a compor sua primeiras obras religiosas. Casou-se em outubro de 1707 com sua prima Maria Bárbara, que morreria 12 anos depois. Deste casamento ficaram sete filhos, dos quais três se tornaram músicos; Wilhem Friedemann, Carl Philipp Emanuel e Johann Gottfried Bernhard. Entre 1707 e 1717, trabalhou como organista, violinista e compositor na corte de Weimar, período cheio de conflitos com o duque, já que ambos tinham personalidades difíceis. Então, Bach foi para Köthen, onde trabalhou para o príncipe calvinista Leopold d'Anhalt-Köthen. Foram cinco anos frutíferos, embora Bach não pudesse escrever música religiosa, ficando restrito à música profana. Datam dessa época os "Concertos de Brandenburgo", o "Cravo Bem-Temperado", a maior parte de sua música de câmara e as suítes orquestrais. Em 1721, Bach casa-se com Anna Magdalena Wülken, cantora da corte. Com ela teve treze filhos, sendo que dois deles - Johann Cristoph Friedrich e Johann Christian - também se tornaram músicos. Em maio de 1723, Bach obteve o cargo de "kantor" (professor e diretor musical) na Igreja de São Tomás, em Leipzig. Embora descontente com a rotina do trabalho, foi ali que compôs a maior parte de suas cantatas, a "Missa em Si Menor" e as duas paixões mais conhecidas - a de São João e a de São Matheus. De suas composições, duas das mais popularmente conhecidas são a "Tocata e Fuga em Ré Menor" e "Jesus, Alegria dos Homens". "Oferenda musical", "Oratório de Natal", e a inacabada "A Arte da Fuga" são outras grandiosas criações de Bach, que durante muito tempo teve sua obra considerada como mística e hermética. Johann Sebastian Bach começou a se retirar da vida ativa a partir de 1747. Dois anos depois, operado de catarata por um charlatão inglês, ficou praticamente cego. Apesar da genialidade, Bach não foi compreendido nem devidamente no seu tempo. Após a sua morte, suas músicas praticamente caíram no esquecimento. Sua obra ficou nas sombras até 1829, quando Felix Mendelssohn regeu a Paixão Segundo São Mateus em Berlim, o que garantiu o resgate da obra do compositor e a sua consagração definiti                                 

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