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quarta-feira, 27 de abril de 2022

NELSON MANDELA - BIOGRAFIA

 

                                                            Nelson Mandela

Nelson Mandela (1918-2013) foi presidente da África do Sul. Foi o líder do movimento contra o Apartheid - legislação que segregava os negros no país. Condenado em 1964 à prisão perpetua, foi libertado em 1990, depois de grande pressão internacional. Recebeu o “Prêmio Nobel da Paz”, em dezembro de 1993, pela sua luta contra o regime de segregação racial.

Infância e juventude

Nelson Mandela nasceu em Mvezo, África do Sul, no dia 18 de julho de 1918. Filho em uma família de nobreza tribal, da etnia Xhosa, recebeu o nome de Rolihiahia Dalibhunga Mandela.

Em 1925 ingressou na escola primária, onde recebeu da professora o nome de Nelson, em homenagem ao Almirante Nelson, seguindo um costume de dar nomes ingleses a todas as crianças que frequentavam a escola.

Com nove anos de idade, após a morte do seu pai, Mandela foi levado para a vila real, onde ficou aos cuidados do regente do povo Tambu.

Ao terminar sua formação elementar, Mandela entrou na escola preparatória, Clarkebury Boarding Institute, um colégio exclusivo para negros, onde estudou a cultura ocidental. Em seguida, ingressou no Colégio Healdtown, onde era interno.

Em 1939, Mandela ingressou no curso de Direito, na Universidade de Fort Hare, a primeira Universidade da África do Sul a ministrar cursos para negros.

Por se envolver em protestos, junto com o movimento estudantil, contra a falta de democracia racial na instituição, foi obrigado a abandonar o curso. Mudou-se para Joanesburgo, onde se deparou com o regime de terror imposto à maioria negra.

Em 1943, concluiu o bacharelado em Artes pela Universidade da África do Sul. Continuou os estudos de Direito, por correspondência, na universidade de Fort Hare. (Mais tarde receberia o título de "Doutor Honoris Causa", na tentativa de compensar a sua expulsão).


A luta de Mandela contra as leis de Apartheid

Em 1944, junto com Walter Sisulo e Oliver Tambo, Mandela fundou a “Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA)”, que se tornou o principal instrumento de representação política dos negros.

                                                                   1944

Entre as heranças deixadas pelos colonizadores europeus na África, o mais brutal foi o racismo da África do Sul. Apoiados nas ideias de superioridade racial do branco, o homem europeu instituiu leis que sustentaram o regime de “apartheid” (separação), que foi instalado em 1948 pelo Partido Nacional. 

O regime proibia o casamento inter-racial, obrigava o registro da raça na certidão, brancos e negros viviam em áreas separadas, onde as escolas, hospitais, praças etc. eram estabelecidos em locais distintos para as duas raças. 

A segregação racial, a falta de direitos políticos e civis e o confinamento dos negros, em regiões determinadas pelo governo branco, provocou uma série de massacres e mortes da população negra.

Muitos homens e mulheres da comunidade negra sul-africana dedicaram suas vidas a essa grande causa: o fim do apartheid. Nelson Mandela foi um dos mais notáveis líderes do movimento negro da África do Sul.

Prisão de Mandela

Em 1956, Mandela foi preso pela primeira vez, acusado de conspiração. Em 1960, diversos líderes negros foram perseguidos, presos, torturados, assassinados ou condenados. Entre eles estava Mandela, que em 1964 foi condenado à prisão perpétua. Ficou 27 anos no cárcere na Ilha de Robben.

Na década de 80, intensificou-se a condenação internacional ao apartheid que culminou com um plebiscito que terminou com a aprovação do fim do regime. No dia 11 de fevereiro de 1990, depois de 26 anos, o presidente da África do Sul Frederik de Klerk, libertou Mandela.

Ao sair da prisão, Mandela faz um discurso chamando o país para a reconciliação:

“Eu lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Eu tenho prezado pelo ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas possam viver juntas em harmonia e com iguais oportunidades. É um ideal pelo qual eu espero viver e que eu espero alcançar. Mas caso seja necessário, é um ideal pelo qual eu estou pronto para morrer”.

Prêmio Nobel da Paz

Em 1993, Nelson Mandela e o presidente assinam uma nova Constituição sul-africana, pondo fim a mais de 300 anos de dominação política da minoria branca, preparando a África do Sul para um regime de democracia multirracial. Nesse mesmo ano, recebem o Prêmio Nobel da Paz, pela luta em busca dos direitos civis e humanos no país.

Presidente da África do Sul

Após longas negociações, Mandela conseguiu a realização das eleições multirraciais em abril de 1994. Seu partido saiu vitorioso, e Mandela foi eleito o primeiro presidente democrático da África do Sul.



     Mandela - presidente da África do Sul - 1994      
                                                                                           

Finalmente, seu governo, com maioria no parlamento, acabou com o longo período de opressão aprovando importantes leis em favor dos negros. Em 1995, seu governo estabeleceu a Comissão de Verdade e Reconciliação, para analisar as violações de direitos humanos cometidas durante o apartheid.

Foram esclarecidos os episódios de violência cometidos pelos agentes do apartheid com o objetivo de expor a dor causada e buscar uma reparação, sem revanchismos.

Mandela, que governou até 1999, armou a população com o sentimento da conciliação nacional até eleger o seu sucessor. Em 2006, foi premiado pela Anistia Internacional, por sua luta em favor dos direitos humanos.


Família

Em 1944, Mandela casou-se com a enfermeira Evelyn Mase, com quem teve duas filhas e dois filhos. Em 1958 o casal se separou e nesse mesmo ano, casou-se com a militante antiapartheid, Winnie Madikizela, com quem teve duas filhas. Em 1992 o casal se separou.

Em 1998, casou-se com Graça Machel. Em 1999, quando deixou a presidência, Mandela foi morar com Graça em seu pequeno vilarejo de Qunu, quando criam uma fundação em defesa dos direitos humanos.

Nelson Mandela faleceu em Joanesburgo, África do Sul, no dia 5 de dezembro de 2013. Seu enterro foi realizado no domingo 15, em Qunu - onde passou a infância.


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