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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

ROGER WATERS - BIOGRAFIA

          


                                                     Roger Waters



Roger Waters nasceu em Surrey, na Inglaterra, em 1943. No ensino médio, ficou amigo de David Gilmour e Syd Barrett. Ele conheceu Nick Mason e Richard Wright na faculdade e, em seguida, nasceu o Pink Floyd. Após a saída de Barrett, Waters passou a liderar o grupo, escrevendo grande parte das músicas dos discos de maior sucesso da banda. Ele deixou o Pink Floyd em 1985 para seguir sua carreira solo e tem excursionado e gravado seu próprio material desde então.

Início de carreira

George Roger Waters nasceu em 6 de setembro de 1943, em Surrey, na Inglaterra. Seu pai morreu na Segunda Guerra Mundial quando ele tinha apenas 5 meses de idade, e sua mãe, Mary, mandou-o, ao lado de seu irmão mais velho, pra Cambridge. Waters fez o ensino fundamental e médio com Syd Barrett e acabou conhecendo David Gilmour, que morava nas vizinhanças. Depois de se formar, Waters se mudou para Londres para estudar arquitetura na Universidade de Westminster, onde conheceu Nick Mason e Richard Wright.

Com um ano de residência em Londres, Waters, Mason e Wright já estavam juntos em uma banda, o Sigma Six, ao lado de Keith Noble e Clive Metcalfe. Noble e Metcalfe logo saíram e a banda passou por diferentes formações e nomes, incluindo The Abdabs, The Screaming Abdabs, Leonard’s Lodgers, Spectrum Five e Tea Set. Em 1965, Syd Barrett se juntou ao grupo e assim nasceu o Pink Floyd.

A única música no disco de estreia do Pink Floyd não composta por Barrett foi “Take Up Thy Stethoscope and Walk”, de Waters. Após a saída de Barrett, Waters se tornou o líder e passou a exercer mais controle sobre o direcionamento artístico da banda. Ele escreveu a maioria das músicas dos discos “The Dark Side of the Moon”, “Wish You Were Here”, “Animals” e “The Wall”, e todas de “The Final Cut”.

Após o lançamento de “The Final Cut”, Waters declarou que o Pink Floyd era um “força gasta”. Ele anunciou sua decisão de deixar o grupo em 1985 e deu início a uma batalha judicial para impedir que os membros remanescentes continuassem a usar o nome Pink Floyd. Por fim, ele acabou perdendo o processo, mas manteve os direitos sobre “The Wall”.

Carreira solo

Em 1984, Waters lançou seu primeiro disco solo, “The Pros and Cons of Hitchhiking”, com Eric Clapton na guitarra, e excursionou para promovê-lo. O álbum e a turnê tiveram uma recepção fraca e Waters perdeu mais de 600 mil dólares no empreendimento. Seu segundo LP, “Radio K.A.O.S.”, teve um melhor desempenho.

O Muro de Berlim caiu no final de 1989 e, no ano seguinte, Waters encenou “The Wall – Live in Berlin”, um concerto beneficente que atraiu milhares de pessoas e bilhões de telespectadores. Foi um show elaborado, que incluiu apresentações de Joni Mitchell, Van Morrison, Cyndi Lauper, Bryan Adams e Sinéad O’Connor, assim como uma orquestra da antiga Alemanha Oriental, uma banda marcial soviética e helicópteros militares americanos. Embora muitos músicos famosos tenham sido convidados, Waters ignorou seus antigos colegas de banda.

Dois anos depois, ele lançou “Amused to Death”, seu álbum solo de maior sucesso. E esse foi o seu último disco de estúdio até 2005, quando foi lançado “Ça Ira”, uma ópera em três atos sobre a Revolução Francesa.

Vida Pessoal

Waters já teve quatro esposas. Em 1969, ele se casou com sua namorada da escola, Judy Trim. Eles se divorciaram em 1975 e, no ano seguinte, Waters se casou com Lady Carolyne Christie. Eles tiveram dois filhos juntos, Harry e India, mas se divorciaram em 1992. Seu terceiro casamento, com Pricilla Phillips, em 1993, durou 8 anos e lhe deu mais um filho, Jack. Em 2012, Waters se casou com Laurie Durning.

Harry, o filho de Waters, é pianista e se apresenta com o pai ao vivo desde 2002.

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sábado, 28 de março de 2020

ERASMO CARLOS - BIOGRAFIA








                                  Erasmo Carlos → Peso, Idade, Altura e Signo dos famosos em 2020
                                      ERASMO CARLOS

Na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, o garoto Erasmo Esteves cresceu cercado por elementos que tornariam sua identidade musical singular. Já adolescente, fez destacar sua personalidade no meio de um bando de fãs de rock´n´roll e bossa nova que se reunia no hoje famoso Bar Divino, na Rua do Matoso. Tim Maia e Jorge Ben, ambos maníacos por música, faziam parte dessa turma. Logo depois, conheceu o capixaba aspirante a cantor Roberto Carlos, quando concerto de Bill Haley no ginásio do Maracanãzinho. Aquela visão do herói do rock americano em solo brasileiro abriu a mente de Erasmo: de volta ao bairro, formou os Snakes com os dissidentes de outro grupo local, os Sputniks - que encerraram atividades após lendária briga entre dois de seus integrantes, Roberto Carlos e Tim Maia.

O grupo vocal de Erasmo estrelou algumas aventuras no underground do mercado musical, até ser contratado pela gravadora pernambucana Mocambo como "concorrentes" dos Golden Boys. Na Mocambo, os Snakes gravaram um bolachão de 78 RPM e também um compacto duplo em 1960, antes de chegarem, por fim, a um único LP, “Só Twist”, pela CBS em 1961. Como nem nesta oportunidade o grupo alcançou o sucesso, seu final foi decretado.

Sem seu conjunto e sem a perspectiva de gravação como artista solo, Erasmo foi arranjar trabalho como assistente do apresentador e produtor Carlos Imperial - por intermédio de quem viria a tornar-se crooner do grupo Renato & Seus Blue Caps, em 1962. Com Erasmo dividindo os vocais com o baixista Paulo César, Renato & Seus Blue Caps publicaram seu primeiro LP para a Copacabana. Curiosamente, não muito depois, os Blue Caps acompanhariam o próprio Roberto Carlos na gravação de "Splish Splash", numa versão para o português feita por Erasmo. O sucesso do disco garantiu não só a contratação de Renato & Seus Blue Caps pela CBS, como também o nascimento da lendária parceria entre Roberto e Erasmo.
Ao mesmo tempo, Erasmo - já com o nome artístico Erasmo Carlos - tornou-se versionista para diversos artistas. Isso, somado ao sucesso de suas parcerias com Roberto, o levou no final de 1964 até a gravadora RGE (mais direcionada à MPB e ao samba), para ser o nome do selo no já disputado mercado do iê-iê-iê. O pop-rock brasileiro, que começara com o rock´n´roll dos anos 50 e havia passado pelo twist do início dos anos 60, chegava ao iê-iê-iê naquele 1964 como um reflexo comportamental local à beatlemania. A Jovem Guarda agrupou as influências do pop britânico e ganhou popularidade definitiva a partir de setembro de 1965 - quando a TV Record estreou o programa Jovem Guarda. Apresentado por Roberto, Erasmo e Wanderléa em São Paulo por três anos seguidos, o programa deu visibilidade para que Erasmo e Roberto se tornassem os principais nomes e também compositores da Jovem Guarda, com talento de sobra para garantir material de qualidade até para os colegas.
Em pouco mais de cinco anos na RGE, que se estenderam até o final dos anos 60, Erasmo gravou discos com acompanhamento dos amigos Renato e seus Blue Caps, os Fevers, The Jet Black´s e The Jordans, além do Som Três de César Camargo Mariano. Com o fim do programa (e do movimento) Jovem Guarda, Erasmo mergulhou ainda mais na bossa e na MPB que vinha tangenciando ao longo dos anos. Ele, que havia composto para festivais e até gravado "Aquarela do Brasil" em 1969 -, voltou a morar no Rio de Janeiro e foi contratado pela PolyGram.
Início da carreira Participou efetivamente junto com Roberto Carlos e com Wanderléa do programa Jovem Guarda onde tinha o apelido de Tremendão, imitando as roupas e o estilo de seu ídolo Elvis Presley.

Seus maiores sucessos como cantor nessa fase foram "Gatinha Manhosa" e "Festa de Arromba". 

Com o término do movimento Jovem Guarda, entrou em crise, mas conseguiu se recuperar com a ajuda de seu parceiro Roberto Carlos e de sua esposa, Narinha. Nessa fase de transição fez sucesso cantando "Sentado à Beira do Caminho" e "Coqueiro Verde". 

O disco Erasmo Carlos e Os Tremendões já é um trabalho transitório na carreira do artista. O LP, de 1969, traz interpretações muito peculiares de canções de compositores da MPB, como "Saudosismo", de Caetano Veloso e "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso (lançada no filme Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa em que Erasmo atua com Roberto e Wanderléa) e "Teletema" (canção originalmente interpretada por Regininha, sucesso por ter sido tema de novela, além da primeira gravação de "Sentado à Beira do Caminho". 

Na década de 1970, Erasmo assina com a Polygram. A primeira metade da década mostra o Tremendão num estilo bem diferente da Jovem Guarda. Influenciado pela cultura hippie e pelo soul, lança Carlos, Erasmo em 1971. O disco, que abre com "De Noite na Cama", escrita por Caetano Veloso especialmente para ele, traz uma polêmica ode à maconha, em "Maria Joana". 

O existencialismo prossegue em seus outros LPs dos anos 70: 1941-1972 - Sonhos e Memórias, 1990 - Projeto Salvaterra e Banda dos Contentes. "Sou uma Criança, Não Entendo Nada", "Cachaça Mecânica" e "Filho Único" são algumas canções de destaque no período. 

Pelas Esquinas de Ipanema, seu LP de 1978, inclui uma impactante canção que denuncia o descaso do homem com a ecologia: "Panorama Ecológico". Em 1971, participa do filme Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora, de Roberto Farias. 

Erasmo Carlos começa os anos 80 com um projeto ambicioso. Erasmo Carlos Convida... é um pioneiro projeto no Brasil. Foram 12 canções interpretadas em dueto com artistas como Nara Leão, Maria Bethânia, Gal Costa, Wanderléa, A Cor do Som, As Frenéticas, Gilberto Gil, Rita Lee, Tim Maia, Jorge Ben e Caetano Veloso. 
A faixa de abertura do álbum foi a que teve maior destaque nas rádios: "Sentado à Beira do Caminho", com Roberto Carlos. 

No ano seguinte, o LP Mulher tem uma grande repercussão com as canções "Mulher (Sexo Frágil)" (escrita com sua mulher, Narinha), "Pega na Mentira" e "Feminino Coração de Deus" (de Sérgio Sampaio). O sucesso na mídia, que continuou com Amar Pra Viver ou Morrer de Amor (1982), trouxe uma cobrança para Erasmo: assim como o parceiro Roberto Carlos (no auge do sucesso), ele deveria lançar um trabalho inédito todos os anos. "Lentinha, para tocar no rádio", como disse o cantor ao relembrar seus discos na época. 

Embora seja a década com mais lançamentos de trabalhos novos, Erasmo tem algumas ressalvas sobre os seus discos a partir da segunda metade da década - Buraco Negro (1984), Erasmo Carlos (1985), Abra Seus Olhos (1986) e Apesar do Tempo Claro... (1988). O disco de 1988 seria seu último na Polygram. Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que numa participação especial diminuta, no coro da versão brasileira de "We Are the World", o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África, ou USA for Africa. 

O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca d´Água". Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi, no entanto, criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro. 

Em 1989, ele ainda faria o álbum ao vivo Sou uma Criança, com participações de Léo Jaime e dos grupos Kid Abelha e João Penca e Seus Miquinhos Amestrados e lançados pela pequena gravadora SBK. Nos anos 90, o trabalho de Erasmo apareceu de forma bissexta na canção. 

Além de sempre assinar com Roberto Carlos as canções feitas para seus discos anuais, ele lançou dois discos. Homem de Rua, lançado pela Sony Music em 1992, chegou a ter repercussão com a faixa-título, que fez parte da trilha da telenovela De Corpo e Alma, mas a canção era tema do personagem de Guilherme de Pádua, que, ao lado da esposa Paula Tomás, assassinou a atriz Daniela Perez, num crime que chocou o país. 

Outra gravação de destaque foi "A Carta", na qual Erasmo cantou com Renato Russo. Em 1995, ele voltou a ter destaque nas comemorações dos trinta anos da Jovem Guarda, que rendeu discos e shows. No ano seguinte, Erasmo gravou o álbum É Preciso Saber Viver, com regravações de canções de seu repertório. O destaque foi para "Do Fundo do Meu Coração", dueto com Adriana Calcanhotto. 

Somente em 2001 Erasmo voltaria a lançar um disco novo. Pra Falar de Amor traz interpretações dele para canções apenas suas, além de cançòes de Kiko Zambianchi e Marcelo Camelo. O destaque é "Mais um na Multidão", dueto com Marisa Monte e de autoria de Erasmo Carlos, Marisa Monte e Carlinhos Brown. 

No ano seguinte, ele lançou seu primeiro DVD ao vivo, além de um CD duplo. No início de 2004, ele lançou seu trabalho mais autoral: Santa Música, com doze canções de autoria apenas de Erasmo Carlos. Além da faixa-título, destaca-se a faixa "Tim", feita em homenagem a Tim Maia. 

Em 2007, Erasmo novamente lançou um disco no qual recebe convidados. Erasmo Carlos Convida, Volume II apresenta novos encontros musicais em que Erasmo interpreta parcerias dele com Roberto. Adriana Calcanhotto, Lulu Santos, Simone, Marisa Monte, Milton Nascimento e as bandas Skank e Los Hermanos estão entre os convidados. A faixa de maior destaque nas rádios é "Olha", cantada com Chico Buarque, Erasmo compôs a faixa de abertura de SóNós, o segundo disco-solo da vocalista do Kid Abelha, Paula Toller.

Em 2010, Erasmo compôs em parceira como Eduardo Lages e Paulo Sérgio Valle um samba enredo para a GRES Beija-Flor, que anunciou um enredo sobre Roberto Carlos para 2011, porém, o samba composto por Erasmo não passou nas eliminatórias.
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sexta-feira, 9 de agosto de 2019

ARTUR AZEVEDO - BIOGRAFIA

                                    
                                                             Artur Azevedo
Artur Azevedo (Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo), jornalista e teatrólogo, nasceu em São Luís, MA, em 7 de julho de 1855, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 22 de outubro de 1908. Figurou, ao lado do irmão Aluísio Azevedo, no grupo fundador da Academia Brasileira de Letras, onde criou a cadeira nº 29, que tem como patrono Martins Pena.
Foram seus pais David Gonçalves de Azevedo, vice-cônsul de Portugal em São Luís, e Emília Amália Pinto de Magalhães, corajosa mulher que, separada de um comerciante com quem casara a contragosto, já vivia maritalmente com o funcionário consular português à época do nascimento dos filhos: três meninos e duas meninas. Casaram-se posteriormente, após a morte na Corte, de febre amarela, do primeiro marido. Aos oito anos Artur já demonstrava pendor para o teatro, brincando com adaptações de textos de autores como Joaquim Manuel de Macedo, e pouco depois passou a escrever as peças que representava. Muito cedo começou a trabalhar no comércio. Depois foi empregado na administração provincial, de onde foi demitido por ter publicado sátiras contra autoridades do governo. Ao mesmo tempo lançava as primeiras comédias nos teatros de São Luís. Aos quinze anos escreveu a peça Amor por anexins, que teve grande êxito, com mais de mil representações no século passado. Ao incompatibilizar-se com a administração provincial, concorreu a um concurso aberto, em São Luís, para o preenchimento de vagas de amanuense da Fazenda. Obtida a classificação, transferiu-se para o Rio de Janeiro, no ano de 1873 e obteve emprego no Ministério da Agricultura.
A princípio, dedicou-se também ao magistério, ensinando Português no Colégio Pinheiro. Mas foi no jornalismo que ele pôde desenvolver atividades que o projetaram como um dos maiores contistas e teatrólogos brasileiros. Fundou publicações literárias, como A GazetinhaVida Moderna e O Álbum. Colaborou em A Estação, ao lado de Machado de Assis, e no jornal Novidades, onde seus companheiros eram Alcindo Guanabara, Moreira Sampaio, Olavo Bilac e Coelho Neto. Foi um dos grandes defensores da abolição da escravatura, em seus ardorosos artigos de jornal, em cenas de revistas dramáticas e em peças dramáticas, como O Liberato e A família Salazar, esta escrita em colaboração com Urbano Duarte, proibida pela censura imperial e publicada mais tarde em volume, com o título de O escravocrata. Escreveu mais de quatro mil artigos sobre eventos artísticos, principalmente sobre teatro, nas seções que manteve, sucessivamente, em O País (“A Palestra”), no Diário de Notícias (“De Palanque”), em A Notícia (o folhetim “O Teatro”). Multiplicava-se em pseudônimos: Elói o heróiGavrochePetrônioCosimoJuvenalDoranteFrivolinoBatista o trocista e outros. A partir de 1879 dirigiu, com Lopes Cardoso, a Revista do Teatro. Por cerca de três décadas sustentou a campanha vitoriosa para a construção do Teatro Municipal, a cuja inauguração não pôde assistir.
Embora escrevendo contos desde 1871, só em 1889 animou-se a reunir alguns deles no volume Contos possíveis, dedicado a Machado de Assis, seu companheiro na Secretaria da Viação e um de seus mais severos críticos. Em 1894, publicou o segundo livro de histórias curtas, Contos fora de moda, e mais dois volumes, Contos cariocas e Vida alheia, constituídos de histórias deixadas por Artur Azevedo nos vários jornais em que colaborara.
No conto e no teatro, Artur Azevedo foi um descobridor do cotidiano da vida carioca e observador dos hábitos da capital. Os namoros, as infidelidades conjugais, as relações de família ou de amizade, as cerimônias festivas ou fúnebres, tudo o que se passava nas ruas ou nas casas forneceu assunto para as histórias. No teatro foi o continuador de Martins Pena e de França Júnior. Nelas teremos sempre um documentário sobre a evolução da então capital brasileira. Teve, em vida, cerca de uma centena de peças de vários gêneros e mais trinta traduções e adaptações livres de peças francesas encenadas em palcos nacionais e portugueses. Ainda hoje continua vivo como a mais permanente e expressiva vocação teatral brasileira de todos os tempos, através de peças como A joiaA Capital FederalA almanjarraO Mambembe, e outras.
Outra atividade a que se dedicou foi a poesia. Foi um dos representantes do Parnasianismo, e isso meramente por uma questão de cronologia, porque pertenceu à geração de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, todos sofrendo a influência de poetas franceses como Leconte de Lisle, Banville, Coppée, Heredia. Mas Artur Azevedo, pelo temperamento alegre e expansivo, não tinha nada que o filiasse àquela escola. É um poeta lírico, sentimental e mesmo cômico, e seus sonetos estão perfeitamente dentro da tradição amorosa dos sonetos brasileiros.


Bibliografia
Carapuças, 1871.
Amor por anexins, 1872.
Sonetos, 1876.
A filha de Maria Angu, 1876.
Uma véspera de reis, 1876.
Um dia de finados, 1877.
A joia, 1879.
O escravocrata, em colaboração com Urbano Duarte, 1884.
A almanjarra, 1888.
Contos possíveis, 1889.
Contos fora de moda, 1894.
Contos efêmeros, 1897.
A Capital Federal, 1897.
Contos em verso, 1898.
O retrato a óleo, 1902.
O dote, 1907.
Rimas, 1909.
Contos cariocas, 1928.
Vida alheia, 1929.
Histórias brejeiras, 1962.
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segunda-feira, 22 de abril de 2019

FRANCISCO GOITIA - BIOGRAFIA

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                                                     FRANCISCO GOITIA

O pintor mexicano Francisco Goitia nasceu em Fresnillo, Zacatecas, em 4 de outubro de 1882. Sua mãe morreu no processo de dar à luz, e ele desenvolveu um relacionamento próximo com Eduarda Velázquez, a mulher que amamentou e levantou. Seu pai, de origem basca, era o administrador de uma grande fazenda e o jovem Goitia passou seus primeiros anos em contato com a natureza. Aqueles anos, marcados em sua memória, seriam uma grande influência em suas pinturas futuras.

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Em 1896 ele foi para a Cidade do México para estudar arte na Academia de San Carlos. Lá ele foi influenciado por muitos dos melhores artistas do México que lecionavam na academia: José Maria Velasco, Julio Ruelas, German Gedovius e Saturno Hernán. Ele também conhecia o movimento da arte moderna mexicana e {@io: Rufino Tamayo}, que se tornaria seu amigo íntimo; Tudo isso influenciaria seu estilo.

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Com a ajuda financeira de seu pai, Goitia viajou para Barcelona. Ele participou de oficinas, visitou museus e fez muitos desenhos da cidade. Suas habilidades continuaram a se desenvolver sob a supervisão de seu professor, Francisco Gali. A qualidade de seu trabalho permitiu que ele fizesse uma exposição em Barcelona, ​​e o museu local adquiriu uma coleção de seus desenhos.

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Por seu trabalho em Barcelona, ​​ele ganhou uma bolsa de estudos do governo mexicano. O dinheiro permitiu que ele se estabelecesse em Roma em 1907 para continuar seu trabalho e estudar a pintura renascentista e a arquitetura clássica. Ele exibiu na Itália com sucesso e recebeu um prêmio por seu trabalho.

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Um aspecto curioso de sua vida na Itália foi seu fascínio pela lua. Ele começou a pintar à noite até que rumores de que um fantasma percorria as ruas entre a meia-noite e as 3:00 da manhã. A cidade onde ele se instalara achava estranho, mas ele achou isso discreto. Isso pode, no entanto, ter sido um prenúncio de sua crescente excentricidade.

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Com a queda de José Porfirio Díaz, Goitia perdeu sua bolsa e teve que voltar ao México. Era 1912 e não havia trabalho na Cidade do México. Ele passou seu tempo observando e tomando notas. Até o seu retorno, ele pertencia à classe dos latifundiários e não tinha opinião formada sobre a Revolução.

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Quando ele não encontrou um emprego na Cidade do México, ele retornou a Zacatecas, onde se juntou ao exército revolucionário de Pancho Villa como pintor oficial do general Felipe Ángeles. Começou a educação social de Francisco Goitia . Eu fui em todos os lugares com o exército. Ele viu Pancho Villa derrotado. Ele viu miséria e doença em todo lugar. Todos esses fatos o marcaram e ele começou a sentir uma profunda conexão com as pessoas comuns, apesar de sua classe. Ele morava entre eles e usava as roupas de um tropeiro. Em um ponto, embora seus poucos bens tenham sido roubados, ele não queria que eles capturassem e matassem os ladrões. Durante esse tempo, ele pintou muitas paisagens emocionais que refletiam a morte, a desolação dos tempos e os horrores da guerra; entre eles "
Os enforcados ".

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Após o triunfo das forças de Venustiano Carranza , Goitia retornou à Cidade do México. Imediatamente ele foi encomendado por Manuel Gamio, um estudo dos primeiros habitantes de Teotihuacan. Gamio era um arqueólogo que acreditava em uma arte nacional. Enfatizou a necessidade de conhecer e compreender as culturas indígenas e sistematizar esse conhecimento para obter uma síntese dos critérios estéticos dos diferentes grupos sociais que habitaram o país. Muitos especialistas participaram do projeto - antropólogos, historiadores, arquitetos, biólogos, fotógrafos e pintores. Goitia foi um deles.
Como resultado de uma série de palestras ministradas no Instituto Carnegie em Washington D, C, de Manuel Gamio, uma exposição de pinturas de Goitia foi feita em 1924.

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Goitia trabalhou no projeto arqueológico de 1918 a 1925, delineou sítios arqueológicos e objetos, fortalecendo seu amor por suas raízes e sua conexão com os povos indígenas. Em 1925, ele foi a Oaxaca para estudar a raça indígena em maior profundidade.

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Até começar a trabalhar no projeto Gamio, seu trabalho como pintor consistia principalmente em experimentação e estudo. La Bruja " e " El tremendista ", ambas pintadas em 1916, são obras de estilo simbolista exagerado. Eles podem ser vistos no Museu Goitia em Zacatecas, juntamente com "El hombre hanged" pintado em 1917. Essas obras já mostraram seu gosto pelo escuro.

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Goitia encontrou a inspiração de que precisava no coletivo inconsciente e no sofrimento de seu povo. Ele se estabeleceu em uma casa de adobe simples que ele construiu com as próprias mãos, na borda dos jardins flutuantes de Xochimilco. Lá ele teve contato diário com o povo indiano e seus costumes. Seus caminhos simples o influenciaram grandemente. Permaneceu fora das superficialidades da vida cultural e intelectual da Cidade do México.

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Ele pintou " Padre Jesús " em 1927, uma obra encontrada no Museu Nacional da Cidade do México. Em geral, é considerado uma de suas melhores pinturas. É uma pintura em movimento de duas mulheres vigiando um homem morto. É um trabalho gráfico e poderoso. Esta pintura lhe valeu o primeiro prêmio no Primeiro Concurso Interamericano de Pintura e Gravura, trinta anos depois.

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Goitia era, na verdade, muito complexo. Um homem atormentado, profundamente religioso, dado ao fanatismo e ao comportamento anti-social. No entanto, ele era profundamente humano e sensível, qualidades que davam poder a suas pinturas.
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Sua vida passou pelos anos de Porfirio Díaz, a Revolução e o período após a Revolução. Não há dúvida de que seu tempo influenciou seu desenvolvimento como pintor e como ser humano. Em 1989 ele fez um filme sobre sua vida. A biografia explora sua vida e suas lutas internas - o conflito entre arte e fé religiosa - e como elas se refletiram em sua arte. O filme é apropriadamente intitulado " One God for Himself ".


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Francisco Goitia morreu em 26 de março de 1960 em sua amada Xochimilco. Ele era um pintor excêntrico e talentoso que escolheu uma vida de extrema pobreza entre os povos indígenas, um povo que ele adotou como seu.


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O governo de Zacatecas organizou uma grande exposição de seu trabalho para celebrar o 400º aniversário do estado e recebeu o Prêmio Nacional de Artes.

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quarta-feira, 17 de abril de 2019

AGOSTINHO PINTO VIEIRA - BIOGRAFIA



                         
Agostinho Pinto Vieira nasceu em Avintes, Gaia, Portugal, em 6 de Junho de 1911 e faleceu em 24 de Março de 2000. Seu pai Manuel Pinto Vieira era pescador do rio Douro, tendo emigrado para o Brasil, donde voltou com bons proventos que lhe terão durado algum tempo, não impedindo que as condições de vida do agregado familiar fossem muito precárias. A sua Mãe Arminda de Sá Moreira era doméstica e teve mais 3 filhos. Depois de fazer a instrução primária na escola de Oliveira do Douro iniciou, como aprendiz,  a arte de entalhador, na oficina de marcenaria e entalhador, “Gomes Pinto”, avô dos fundadores da firma Saint-Clair, que existiu em Avintes. Depois de ter trabalhado precáriamente no período da crise de 29 por algumas oficinas da zona do Porto entrou com entalhador para as oficinas da firma, Barbosa da Fonseca, na rua do Comércio do Porto, no Porto, em 1934, onde veio a ser o responsável das oficinas de entalhador.  Como tinha invulgares aptidões para o desenho, raras no meio, passou a elaborar os desenhos de muitos das peças e projectos realizados e produzidas pela referida firma. Destacam-se o desenho e a construção do fogão de sala, das grades das escadarias, portões interiores e diverso mobiliário do Hotel Infante de Sagres, projecto dirigido pelo arquitecto Rogério de Azevedo.  Em 1953, passou a ter a sua própria firma, com oficinas, na sua residência em Avintes. Aí realizou uma vasta obra de produção de “mobiliário de estilo”, designação popularizada e referente a mobiliário baseado em cópias de peças de outras épocas. Esta actividade começará a reduzir-se em finais dos anos 60 e terminará por volta de 1977.



NA oficina trabalharam durante esses 24 anos, 4 marceneiros e 12 entalhadores. A oficina começou baseada em dois entalhadores seniores que já colaboravam em trabalhos ocasionais. A carreira de entalhador começava como aprendiz, com cerca de 12 anos, não recebendo salário, e ia progressivamente fazendo a formação e a profissionalização. Começava pelos trabalhos mais básicos como limpar a oficina e as ferramentas, transporte de peças entre oficinas e clientes e, em seguida, afiando as ferramentas e começando por trabalhos de lixa e depois de desbaste.  Só mais tarde faria a modelação dos ornatos e fundos. Ao fim de 8, 10 anos era costume abandonar a oficina e “estabelecer-se” por conta própria.  A  oficina era, assim como sempre foi entre nós, uma “escola profissional”, a única onde se formavam os entalhadores. Cerca de 1962 desenhou em tamanho natural uma réplica do altar lateral esquerdo, antes da capela-mor, no corpo principal da igreja paroquial. O altar direito, que não existia, foi assim realizado pelos entalhadores de Avintes dessa época, cada um produzindo uma parte, segundo plano e orientação de Agostinho Vieira.
Em Avintes, desde o séc. XIX, havia alguma tradição da arte da talha e da escultura, como é do domínio da história da arte, e há algumas figuras a destacar como Adolfo Marques, José Alves Pereira, José Lanhas. 

A TALHA

Chama-se Talha à arte e à técnica de entalhar ou de talhar a madeira. Usar uma talhadeira para formatar ou alterar a forma de uma porção de madeira. É uma ação semelhante à escultura que designa formas ou temas que são em princípio mais complexos que os temas da talha. A Talha sempre foi considerada uma arte decorativa e a escultura uma arte pura ou erudita. Ao contrário de escultor que produz independentemente,  o entalhador sempre viveu associado ao marceneiro. Sem a construção desse suporte, o móvel, com uma técnica de montagem específica o entalhador ficava parado. Para realizar o seu trabalho utiliza uma série muito variada de ferros de corte, desbaste e modelação da madeira e ferramentas de suporte e aperto, além de diferentes folhas de "lixa", instrumento de acabamento final. 

Referencia: Blog Woodcarving Art

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