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domingo, 8 de fevereiro de 2015

ARNOLD BÖCKLIN - BIOGRAFIA

                   
                                                  Arnold Böcklin

Pintor suíço, nascido no ano de 1827, e falecido em 1901, em Basileia, na Suíça, Arnold Böcklin formou-se em pintura na Academia de Düsseldorf, tendo tido como seu mestre Johann Schirmer. 

           
                                                        A ilha dos mortos

Foi artisticamente influenciado pelas obras de Thomas Couture e de Camille Corot, e quando da sua visita à cidade de Paris, em 1848. Esteve posteriormente em Roma, entre os anos de 1850 e 1857, onde, à semelhança de outros artistas do seu tempo, fez cópias de obras da Antiguidade Clássica. 

                                                            Caça de Diana

Esta vertente artística patenteou-se em algumas das suas obras, nomeadamente as realizadas após travar conhecimento com o pintor Hans von Marées na cidade de Florença, em 1874, que possuía a mesma inclinação para as formas e temas clássicos. 

                                                   Combate sur un pont

Do conjunto de obras que observou, copiou e estudou na Itália uma série de trabalhos de Rafael que mais o marcariam. Por outro lado, retirou elementos das naturezas presentes nos quadros de pintores quinhentistas e seiscentistas do Norte da Europa, como Salomon von Ruysdael, Albrecht Dürer e Mateus Grünewald, que aliou a temáticas próprias do Romantismo Alemão. 

              
                                                              El Surf

Tal deu origem a pinturas como A Ilha dos Mortos, de 1880, uma das suas obras mais conhecidas, e que ele caracterizou como "uma imagem para sonhar" (o nome pelo qual a pintura é conhecida foi dado por um comerciante de arte). 

                                          Ulysse Et Calypso

Todos estes aspetos, reforçados pelos elementos que Böcklin retirou do movimento simbolista francês, contribuíram para a influência exercida sobre pintores do Expressionismo e do Surrealismo, como Salvador Dalí e Giorgio de Chirico. 

                                          Ilha da vida

O trabalho de Böcklin desenvolveu-se sobretudo na sua cidade natal e em Munique, tendo-se igualmente destacado na pintura mural (nas escadas do Kunstmuseum de Basileia) e de retratos (A atriz Jenny Janauschek). Algumas das suas obras encontram-se na Nationalgalerie de Berlin, no Metropolitan Museum de Nova Iorque, na Neue Pinakotek de Munique e no Kunstmuseum de Basileia.

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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

BRASÍLIO ITIBERÊ DA CUNHA - BIOGRAFIA


                                        
                         Brasílio Itiberê da Cunha

Brasílio Itiberê da Cunha, nasceu em Paranaguá, em 8 de setembro de 1846 em uma família musical: se destacaram pai, tio, irmãos, sobrinho. A escolha de seu nome já reflete duplamente a “postura nacionalista” de que fala Sérgio CABRAL (1997, p. 39): “Assim, surgiram os Brasílio Itiberê, os Índios do Brasil, os Suassuna e os sobrenomes indígenas...”. 

Se o pai derivou seu primeiro nome do país, o próprio Brasílio teria sugerido a adição do nome indígena Itiberê, rio afluente do Paranaguá (MARIZ, 1994, p. 116). 

Estudou violino, mas foi ao piano, cujas primeiras lições lhe ministrou a irmã Maria Lourença (CASTAGNA, 2008, p. 10), que Brasílio Itiberê se tornou conhecido como virtuoso e compositor. 

Aos 20 anos, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo onde teve, como colegas, futuros ilustres e influentes personalidades como Rui Barbosa, Rodrigues Alves, Afonso Pena e Castro Alves. Estímulos para a busca de um nacionalismo, em todos os sentidos, não faltaram no ambiente acadêmico, como “...o desejo que temos de ver nacionalizada também a Música no Brasil... A nossa natureza esplêndida, a nossa educação política, os costumes e as inclinações do nosso povo devem necessariamente inspirar nossos artistas...”, de que falava o ativista Vicente Xavier de Toledo em 1867 (RESENDE, 1954, p. 221).

Vida musical e engajamento político se integravam para Brasílio Itiberê. A Sertaneja (ITIBERÊ DA CUNHA, 1996) foi dedicada ao “Exmo Srn-Conselheiro Saldanha Marinho” 2. Brasílio Itiberê pode ter sido um dos pianistas presentes ao sarau em que Castro Alves declamou trechos do à época inédito poema Os escravos (NEVES, 1996, p. 27). Para arrecadar fundos para aSociedade Redemptora, que objetivava comprar a liberdade de crianças escravas, participou de um concerto beneficente em 20 de agosto de 1870, tocando, entre outras obras, a sua meditativa Supplica do escravo (cartaz de concerto reproduzido em NEVES, 1996, p. 31). Quase dois meses antes, o próprio Brasílio Itiberê conseguiu cartas de alforria para três crianças negras, ação que foi elogiada no Correio Paulistano (NEVES, 1996, p. 30).

Embora ainda estivesse se dedicando à finalização de seu Curso de Direito, não estava alheio à crescente efervescência do pianismo que a sociedade paulista experimentava na segunda metade do século XIX. Paulo CASTAGNA (2008, p. 9) lembra da possível influência de pianistas virtuosos de consolidadas carreiras internacionais que se apresentaram no Brasil, como Sigismond Thalberg (1812-1871) em 1855 e o norte-americano Louis Moreau Gottschalk (1828-1869), que aqui residiu. 
No ano de 1869, tanto a Casa Levy quanto a loja de música paulista Madame Fertin anunciavam o recebimento de novas obras para piano para seu ávido público e, entre essas, a fantasia característica A Sertaneja de Brasílio Itiberê.




Já Bacharel em Direito, viajou para o Rio de Janeiro, onde procurou divulgar sua obra. Em um de seus concertos, realizado na Quinta da Boa Vista, contou com a presença do Imperador D. Pedro II quem, encantado com o artista e dentro de uma prática do que se tornaria comum na corte brasileira, ofereceu-lhe um custeio para completar seus estudos na Europa. 

Esta ajuda, entretanto, devido à formação acadêmica de Brasílio Itiberê, ao contrário daquela da maioria dos músicos brasileiros, acabou se traduzindo em um cargo oficial no corpo diplomático, a convite da Princesa Isabel em 1870 (CASTAGNA, 2008, p. 10). Na sua trajetória política, morou em diversos países da Europa e América do Sul: Prússia, Itália, Bélgica, Bolívia, Peru, Paraguai e Portugal. No Paraguai, teve destacada atuação no processo de re-estabelecimento da paz após a guerra contra a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai).

Mas foi nos períodos de residência nos países europeus que pode continuar seus estudos musicais e se aproximar de reconhecidos compositores e instrumentistas. Sua posição como adido cultural brasileiro facilitou seu trânsito no meio musical, sendo que o período em Roma, entre 1873 e 1882, foi dos mais intensos. Em um evento, na mesma noite, reuniu três dos mais renomados pianistas: Giovanni Sgambati, Franz Liszt e Anton Rubinstein, o último para o qual teria escrito um Estudo de Concerto (ACADEMIA BRASILEIRA DE MÚSICA, 2008). Relatos espúrios contam da troca de gentilezas entre Brasílio Itiberê e Liszt que teriam lido, cada um, uma obra do outro: nosso compositor teria tocado as Soirées à Venise de Liszt, e este, aSertaneja. Há ainda a história de que Liszt teria ouvido o pianista brasileiro estudando no seu quarto de hotel na Via del Corsouma de suas difíceis obras e, por isso, bate-lhe à porta. Da amizade entre os dois, restou um bilhete em que Liszt agradece e retribui “uma magnífica remessa” que NEVES (1996, p. 45) cogita ter sido A Sertaneja:
“Querido SenhorMil agradecimentos por sua magnífica remessa. Como uma pobre [retribuição] eu vos ofereço minha Messe pour Orgue (ou Harmoniumsans Chant; e como outra, uma bagatelle recentemente publicada e já esquecidaAfetuosamente,
F. Liszt. Quarta-feira.”
Brasílio Itiberê deixou cerca de 60 obras, a maioria das quais pouco conhecida e, muitas, ainda desaparecidas. 30 estão guardadas na Biblioteca Casa da Memória da Fundação Cultural de Curitiba (algumas poucas podem também ser encontradas na Biblioteca Nacional no Rio de janeiro). No catálogo que preparou, Mercedes Reis Pequeno (NEVES, 1996, p. 101109) descreve 21 peças para piano solo com número de Opus (o que sugere a existência de pelo menos outras 20 desaparecidas de um total de 41); 11 peças para piano solo sem número de Opus (onde faltam mais 2 mencionadas em jornais); 3 arranjos para violino e piano; 5 obras vocais (3 religiosas, uma de Natal e outra profana) para instrumentações diversas com piano e cordas. Embora entre as obras do compositor predominem os títulos convencionais do repertório erudito de salão do século XIX, algumas merecem um estudo cuidadoso para se verificar até onde se estende seu viés nacionalista além de A SertanejaDanse americaineBallade des tropiquesA SerranaSúplica do escravo.

Brasílio Itiberê faleceu em 11 de agosto de 1913 em Berlim, pouco antes de sua transferência como diplomata para os Estados Unidos (MARCONDES, 1998, p. 225). 
Entretanto, havia deixado claro para a família seu desejo de retornar ao país natal. Duas semanas depois, seu corpo embalsamado chegou a Paranaguá e seguiu no dia seguinte para Curitiba, onde foi sepultado. Mais tarde, como o governo do Paraná não ergueu um prometido monumento ao compositor, sua família decidiu levar suas cinzas para o túmulo da esposa no Cemitério São João Batista no Rio de Janeiro (NEVES, 1996, p. 50).
Entre os compositores brasileiros que viveram na Europa do século XIX e que retornaram ao Brasil trazendo consigo significativo impacto na vida musical brasileira, José Maria Neves destacou Carlos Gomes e Henrique Oswald. Entretanto, foi o compositor e pianista paranaense Brasílio Itiberê que ele chamou de patriarca, ao utilizar explicitamente um tema folclórico brasileiro (NEVES, 1980, p. 204-205).

De fato, A Sertaneja, obra de juventude de Brasílio Itiberê (publicada quando este tinha 23 anos) e que se tornou a mais conhecida do compositor, apontava para a emergência de um nacionalismo na música erudita brasileira devido à inclusão, no seu tema central, de fragmentos do Balaio, meu bem, balaio. Este tema folclórico, popular não apenas no Paraná, mas em outros estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Sergipe está ligado à tradição de dança do fandango português ou, mesmo, do bambaquerê (dança de bambá) de origem africana (CAMEU, 1970).

Mas A Sertaneja não surgiu isoladamente dentro do processo de nacionalismo musical que, ao final do século XIX, enfraqueceu o paradigma de centralização do modelo tripartite erudito alemão-francês-italiano. Na música brasileira, exemplos pontuais remontam ao início do século XVIII. Há evidências de que o ainda praticamente desconhecido compositor brasileiro Antônio José da Silva (1705-1739), mais conhecido pelo apelido de “O Judeu” e queimado aos 34 anos em fogueira pela Santa Inquisição, utilizou temas do fado português e da modinha abrasileirada nas suas operetas (APPLEBY, 1983, p. 44), algumas das quais foram apresentadas ao público europeu (NEVES, 1980, p. 202). Na Bahia de 1759-1760, um até hoje anônimo compositor, possivelmente português, recorreu à língua nativa para elogiar um magistrado no Recitativo Aria da cantataHerói, egrégio (ANÔNIMO, 1997; BORÉM, LIMA, 2008). Em O Amor brazileiro para piano solo, um “Capricho dedicado à Donna Maria Joanna de Almeida” de 1819, o austríaco Sigismund Neukomm (1767-1858) contrapõe a verve do classicismo austríaco a um bastante sincopado tema de lundu (APPLEBY, 1983, p. 61; NEUKOMM, 2006, p. 3, veja Exemplo 1). Carlos Gomes, em A Cayumba, publicada em 1857, com texto cantado em português, combina ritmos de danças negras à ambientação da polca de salão (CASTAGNA, 2008, p. 9).

Mais para o final do século XIX, Alexandre Levy (1864-1892) compôs as Variations sur um thème populaire brésilien – Vem cá, Bitu (1887), o Tango brasileiro (1890) e a Suite Brasileira (1890), cujo quarto movimento, Samba, deixa claro suas intenções nacionalistas no próprio título (CASTAGNA, 2008, p. 10; NEVES, 1980, p. 205). Seu irmão, Luís Levy (1861-1935), escreveu duas Rapsódias brasileiras (a primeira, em 1894, e a segunda, em data desconhecida). Finalmente, Alberto Nepomuceno (1864-1920) receberia boa parte da fama de precursor do nacionalismo brasileiro por causar “...o impacto de uma expressão totalmente nova de elementos nacionais” (APPLEBY, 1983, p. 89), muito em função de sua Serie Brasileira(18881896) ter sido bastante divulgada ao receber logo uma edição comercial.
Entretanto, do ponto de vista do alcance destas obras “pré-nacionalistas”, nenhuma obteve o êxito e a popularidade de A Sertaneja, concorrendo para isto a profissão de político viajante de seu compositor e o fato do piano ser o instrumento de divulgação de repertório de câmara ou sinfônico por excelência (BORÉM, 1998, p. 21). Um pouco mais tarde, já exibindo a brasilidade muito mais engajada e sistemática do século XX, Villa-Lobos considerava Brasílio Itiberê, juntamente com Nepomuceno e Alexandre Levy, uma dos pontos de partida do nacionalismo brasileiro (ORREGO-SALAS, 1980, p. 182).
Estilística e indiretamente, A Sertaneja acaba fazendo referência a dois outros nacionalistas: o húngaro Franz Liszt e o polonês Frédéric Chopin, embora não pela exoticidade de um viés melódico, rítmico ou harmônico, mas sim pelo caráter rapsódico, pela concepção sonora e pela escrita idiomática do piano romântico da segunda metade do século XIX.
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sábado, 13 de dezembro de 2014

ZIRALDO ALVES PINTO - BIOGRAFIA

                                   
                                                          Ziraldo Alves Pinto


Ziraldo Alves Pinto nasceu na cidade de Caratinga em Minas Gerais no dia 24 de outubro de 1932.
A curiosa origem de seu nome é a junção do nome da mãe, Zizinha, com o do pai, Geraldo. Seu interesse pelas artes já existia desde muito pequeno. Quando criança, já desenhava em qualquer superfície que pudesse receber seus traços e, desde que aprendeu a ler, se aventurava pelas obras que tinha acesso, como Monteiro Lobato. Ele também tinha um interesse especial por gibis e lia todos os que conseguia.

Ele é cartunista, chargista, pintor, dramaturgo, caricaturista, escritor, cronista, desenhista, humorista, colunista e jornalista. Um de seus personagens famosos foi Menino Maluquinho.

Ziraldo é mais um nome emblemático da cultura brasileira do século XX. Tendo seus traços e palavras presentes na literatura infantil e adulta; e no cotidiano do país, marcou seu nome por histórias, personagens e seu senso de humor crítico.

artista graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. No ano de 1954 trabalhou no Jornal Folha de Minas Gerais dedicando-se a uma coluna humorística, com seus personagens Jeremias, O Bom; a Supermãe e o Mirinho. Em 1960, com sua primeira revista em quadrinhos, A Turma do Pererê também foi a primeira revista em quadrinhos colorida do Brasil.

Com seus desenhos, Ziraldo recebeu o Nobel Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e também o prêmio Merghantealler no ano de 1969. Publicou também periódicos humorísticos como Revista Bundas, fazendo uma brincadeira com a revista Caras. Fundou a revista A Palavra em 1999. A partir de 2000, é participante da Oficina do Texto, onde foi criado por Samuel Ferrari Lago, diretor do Portal Educacional, ilustrador.
                     

Sua carreira editorial começou na revista”Era Uma Vez…” na qual trabalhava como colaborador mensal. De lá foi para a Folha de Minas, em 1954, onde assinava uma página de humor. Voltou às revistas em 1957, quando A Cigarra e depois O Cruzeiro publicavam seus trabalhos. Nesta mesma época chegou a colaborar nas revistas Visão e Fairplay. Em 1963 passou a fazer colaborações para o Jornal do Brasil. E aos poucos, ia ganhando reconhecimento entre os periódicos brasileiros.
Seu talento como desenhista rendeu-lhe o trabalho de fazer cartazes para filmes nacionais da época, como “Os Fuzis”, “Os Cafajestes”, “Selva Trágica”, dentre outros. Por essas e por outras que no Rio de Janeiro já era reconhecido como um dos principais artistas gráficos do país.


Na década de 60, devido à grande agitação política que tomava conta do país, Ziraldo passou a empregar seu talento em charges políticas, que saíam n”O Cruzeiro e no Jornal do Brasil. Seus personagens como Jeremias, a Supermãe, Mineirinho, entre outros, atingiram grande popularidade.
Ainda nos anos 60, chegou a finalmente realizar-se na carreira artística. Começou a produzir e publicar suas próprias histórias em quadrinhos. Lançou “A Turma do Pererê”, ambientada num cenário folclórico brasileiro e retratando o país, de certa forma. Essa revista, a primeira de quadrinhos feita por um só autor, é um marco na história do gênero no Brasil. A revista foi suspensa com a tomada do poder pelos militares por ser demasiado nacionalista, apesar disso ela retornou à ativa em 1975, pela editora Abril. Sua importância na cultura brasileira para a luta engajada tem dois principais momentos. Quando, junto a outros humoristas, fundou “O Pasquim”, jornal que é até hoje lembrado como um dos principais meios que combatiam a repressão na época já que deu espaço para a aparição de jovens talentos do humor brasileiro após 1968. O outro momento da resistência política de Ziraldo foi quando, após a publicação do AI-5, ele ajudou a esconder e proteger vários amigos perseguidos pelo regime. Por esse ato, veio a ser preso e levado para o Forte de Copacabana.
Sua carreira foi definitivamente alçada a níveis internacionais em 1968, quando teve trabalhos seus publicados pela revista americana “Graphis”, de grande importância no meio das artes gráficas. A partir daí participou de outras importantes publicações ao redor do mundo.

O ano seguinte, 1969, foi muito importante também para sua carreira. Recebeu o Oscar Internacional de Humor no XXXII Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e o Merghantealler, prêmio áureo da imprensa livre latino-americana. Ainda nesse ano publicou seu primeiro livro infantil, que viria a ser uma de suas principais obras: o FLICTS usando “o máximo de cores e o mínimo de palavras”, recebeu grande reconhecimento globalmente. Para se ter uma ideia disso, Neil Armstrong, presenteado com o livro, escreveu de volta ao autor: “The Moon is FLICTS!”.
Na década de 70 gozou de seu reconhecimento internacional e passou a dedicar-se mais às histórias infantis, sua verdadeira paixão. O lançamento de “O Menino Maluquinho”, se tornou o maior sucesso editorial da feira do livro de 1980 e recebeu também o importante prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. O principal personagem da carreira de Ziraldo já nasceu em glória, e assim permaneceu até que, em 1989, passou a ser publicado também em revistas de quadrinhos e tirinhas. Em 1994, o Menino Maluquinho virou filme e alguns de seus personagens passaram a aparecer em selos postais comemorativos de Natal, como forma de homenagem dos Correios e Telégrafos ao artista. Mais uma vez, suas criações corriam o mundo, agora de outra forma.


Em 1999, participou da criação de dois meios que estremeceriam o ramo editorial brasileiro. A revista “Bundas”, que contrapunha a futilidade orgulhosamente demonstrada em “Caras”, ao debater assuntos sérios, como o futuro político do país ” ao contrário do que o nome sugeria. E a revista “Palavra”, criada no intento de popularizar a arte produzida fora do eixo Rio-São Paulo, que não obtinha tanta atenção quanto merecia. Em 2000, ganhou um parque temático em Brasília, o Ziramundo, em que as crianças podem se divertir em meio ao alegre e colorido universo dos personagens de Ziraldo. Nesta década também foi feito um documentário sobre ele: “Ziraldo, profissão cartunista”, realizado por Marisa Furtado e exibido na TV SENAC.
Hoje em dia, envolve-se em diversos projetos, entre educacionais e editoriais, e continua a produzir e divulgar sua já extensa e consagrada obra. O homem de diversos talentos, artista, desenhista, cartunista, jornalista, humorista; continua a contribuir como pode para a cultura brasileira, pela qual tanto fez em sua carreira.

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

JEAN-BAPTISTE CAMILLE COROT - BIOGRAFIA

                       

Jean-Baptiste Camille Corot nasceu em Paris, a 16 de julho de 1796, e morreu em Ville-d'Avray, em 22 de fevereiro de 1875. Estudou pintura com Victor Bertin, um mestre da paisagem clássica. De 1825 a 1828 completou sua formação na Itália, detendo-se especialmente em Roma. De volta à França, percorreu vários locais da Normandia e da Borgonha. Voltou à Itália duas vezes e visitou a Suíça, a Holanda e a Inglaterra.

Na primeira estada na Itália, Corot executou ao ar livre esboços a óleo, notáveis pela espontaneidade, pelo colorido luminoso e pela composição despojada do rigor neoclássico, como as telas "Vista do Fórum" e "O Coliseu". Esses dois trabalhos resumem a arte neoclássica de Corot, marcada pelo o cuidado com a construção lógica dos planos e com o ritmo equilibrado dos volumes e dos espaços, e a luminosidade que paira sobre as ruínas.

Na mesma época, as pinturas feitas em seu ateliê são convencionais e de tons sombrios. Mas, por volta de 1830, Corot abraça completamente as paisagens mais claras, especialmente cenas da floresta de Fontainebleau.

Na segunda fase italiana, pintou paisagens de composição mais requintada e de colorido mais denso do que as da fase inicial, fixando a região da Toscana em telas austeras - e Veneza e a região dos lagos em paisagens cheias de bruma. 


A partir de 1840 a reputação de Corot começou a se firmar, ele passou a receber encomendas oficiais e sua obra foi aceita e elogiada pela crítica.

O método de um mestre

Durante a primavera e o verão Corot fazia esboços, verdadeiros registros de impressões paisagísticas que perseguia incansavelmente. No inverno, transcrevia esses esboços em composições cuidadosas, incorporando figuras bíblicas ou mitológicas. Esses trabalhos lhe granjearam distinções oficiais nos salões de 1833, 1846, 1848 e 1855, o que consagrou sua arte.

A década de 1845-1855 marca uma transição em sua pintura. Dessa época datam alguns de seus mais belos trabalhos, como "Rochelle, entrada do porto" e "Lembrança de Mortefontaine", que marca o apogeu dessa fase, na qual a paisagem parece coberta de um véu diáfano, tendo os vegetais um brilho de pérola que dá a impressão de umidade e transparência.
Mas Corot também foi um hábil retratista, principalmente de crianças. Essas obras, ainda que não tenham sido apreciadas por seus contemporâneos, hoje são avaliadas como importantes produções.
Até o fim da vida, Corot produziu grande quantidade de paisagens poéticas, para atender a crescente demanda do público. Ao mesmo tempo, pintava paisagens de composição mais clara e colorido mais rico, que lembravam sua fase inicial, como o estudo "Catedral de Sens", pintado pouco antes de sua morte.

Nas paisagens clássicas, Corot costumava usar laca amarela. Outro traço particular de sua obra é o tratamento opaco da pintura, numa mistura uniforme de branco. Nos esboços, a pasta é abundante, com vigorosas pinceladas.

Subestimado no início do século 20, Corot é considerado, atualmente, um dos mestres do século 19. Sua obra, impregnada de romantismo, influenciou osimpressionistas. Além dos quadros a óleo, produziu desenhos a lápis e bico-de-pena. 


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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

FRANK FRAZETTA - BIOGRAFIA

                                 
                                           FRANK FRAZETTA

Não é exagero dizer que Frank Frazetta (1928 – 2010) é o maior ilustrador de todos os tempos. Claro, ilustração é um campo beeeeeem amplo, mas não estamos falando de pinturas, natureza morta e essas coisas. 
                           Conan the Barbarian
                                        CONAN O BÁRBARO
E por que Frazetta é o maior? Não se trata apenas da palheta de cores maravilhosa que ele usava, do traço selvagem e original ou da técnica fenomenal por ele desenvolvida. Claro que essas coisas são fundamentais, porém no meu entendimento, o mais importante é que ele definiu praticamente tudo o que conhecemos em termos de visual, principalmente nos campos da fantasia, feitiçaria, barbarismo e até um pouco de ficção científica.
                            Death Dealer 1
                                              DEATH DEALER
Quando assistimos hoje ao filme O Senhor dos Aneís e vemos o visual do Gollum, fica difícil imaginar que quando Tolkien escreveu sua obra seminal, esse visual só existia na cabeça dos leitores. Foi a pintura de Frazetta quem o definiu da maneira como todos o conhecem hoje, assim como os Cavaleiros Negros e outros personagens. Suas pinturas para Tarzan e John Carter também trouxeram uma nova vida aos personagens de Burroughs, isso sem contar as imagens de Conan, que tornaram o ilustrador famoso. Imagine que antes dele, o visual de Espada e Feitiçaria não existia. O Conan que aparecia nas capas dos livros desde a década de 30 do século passado chega a despertar risos hoje. Frazetta foi o primeiro a compreender o mundo criado por Robert E. Howard, assim como foi o primeiro a compreender os mundos de Tolkien.
                             Egyptian Queen
                                           EGYPTIAN QUEEN
Suas ilustrações bebem na fonte de grandes pintores do final dos séculos XVIII e XIX, que retratavam lendas mitológicas (como Fussli), porém deram um passo além. Sem a visão deste grande ilustrador, RPG provavelmente não existiria, filmes como Conan e o Senhor dos Anéis teriam um visual completamente diferente e nós teríamos sido privados de toda uma geração de artistas que veio após o mestre, influenciados por sua arte, como Norem, Boris, Jusko, Julie Bell, Renato Casaro, Bob Larkin e Ken Kelly.
                                  The Son of Tarzan
                                           THE SON OF TARZAN
Quando Frazetta faleceu em 2010, o mundo da ilustração sofreu uma perda irreparável. 
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