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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

ARTUR AZEVEDO - BIOGRAFIA

                                                    
                                                   ARTUR AZEVEDO
Contista, teatrólogo, poeta e jornalista, Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 7 de julho de 1855, filho de David Gonçalves de Azevedo, vice-cônsul de Portugal em São Luís, e Emília Amália Pinto de Magalhães.

Desde criança, demonstrou aptidão para o teatro, brincando com adaptações de textos e escrevendo peças que ele mesmo representava. 

Escreveu sua primeira peça, Amor por Anexins, em 1872, obtendo grande sucesso de público. Lançou também diversas comédias que foram encenadas nos teatros de São Luís. 

Trabalhou no comércio e na administração provincial, de onde foi demitido por ter publicado sátiras contra autoridades do governo. Após sua demissão, submeteu-se a um concurso para amanuense da Fazenda, conseguindo a classificação e transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde obteve um emprego no Ministério da Agricultura, em 1873.

Exerceu também, no Rio, o cargo de professor de português no Colégio Pinheiro. Porém foi no jornalismo, que fez sua carreira de contista e teatrólogo.

Trabalhou em diversos jornais cariocas, entre os quais, O PaísCorreio da Manhã,Diário de NotíciasO SéculoA Notícia, onde escreveu crítica teatral (folhetim O Teatro), além de criar publicações literárias, como as revistas O DomingoRevista dos TeatrosA GazetinhaVida Moderna e O Álbum. Foi colaborador d’ A Estação, ao lado de Machado de Assis, dos jornais O Mequetrefe e Novidades.

Escreveu milhares de artigos, principalmente sobre teatro, utilizando vários pseudônimos, entre os quais, Elói o Herói, Gavroche, Petrônio, Cosimo, Juvenal, Dorante, Frivolino, Batista o Trocista.

Era um abolicionista ferrenho, defendendo a abolição da escravatura em artigos de jornal e peças de teatro, como O Liberato e A família Salazar. Esta  última, em parceria com Urbano Duarte, foi proibida pela censura do Império, sendo posteriormente publicada com o título de O escravocrata

Dirigiu a Revista do Teatro, com Lopes Cardoso, e foi um dos grandes responsáveis pela criação do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, cuja inauguração, em 14 de julho de 1909, não conseguiu presenciar, tendo falecido no ano anterior.
Contemporâneo de Olavo Bilac e Coelho Neto, foi, ao lado do irmão Aluísio de Azevedo, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criando a cadeira nº 29, cujo patrono é Martins Pena.

No início das suas atividades teatrais, traduziu e adaptou comédias francesas. Atento observador dos hábitos da então capital da República, tanto no conto quanto no teatro, escreveu sobre o cotidiano carioca, retratando relações conjugais, familiares, cerimônias festivas e fúnebres, acontecimentos das ruas e das casas, narrando e comentando de forma maliciosa e irônica a vida do Rio de Janeiro na época. Sua obra retrata os costumes da sociedade brasileira no final do Império e início da República.

É autor de comédias, operetas e burletas (farsa jocosa, geralmente musical), que dominaram o cenário teatral brasileiro no final do século XIX. São cerca de cem peças de vários gêneros, encenadas em palcos brasileiros e portugueses. Ainda hoje, peças como A jóiaA capital federalO mambembe continuam sendo apresentadas em diversos palcos. 

Arthur Azevedo também se dedicou à poesia, sendo um dos representantes do parnasianismo, ao conto e ao teatro de revista, sendo considerado um dos maiores teatrólogos nesse gênero. 

Da sua obra, podem ser destacadas, por gênero:


TEATRO: 

Amor por anexins (1872); A filha de Maria Angu (1876); Uma véspera de Reis (1876);Jóia (1879); O Mandarim (em colaboração com Moreira Sampaio, reunião de O Liberato e A famíia Salazar, 1884); Cocota (1885, em parceira com Moreira Sampaio);O Bilontra (escrita com Moreira Sampaio, 1886); Mercúrio (1886); O Carioca (em colaboração com Moreira Sampaio, 1887); O Barão de Pitaçu (opereta, 1887); O Homem (em parceria com Moreira Sampaio, 1887); A almanjarra (1888); Fritzmac eDona Sebastiana (ambas em parceria com Aluísio de Azevedo, 1888 e 1889, respectivamente); A República (em parceira com o Aluísio de Azevedo, 1890); Viagem ao Parnaso (1890); O Tribofe (1892); O Major (1894); A Fantasia (1895); Capital Federal (1897); O Jagunço (1898); Gavroche (1898); Comeu! (1901); O retrato a óleo(1902); O mambembe (1904); Guanabara (com Gastão Bousquet, 1905); O dote (1907); O ano que passa (1907); O oráculo (1956) e Teatro (1983), ambas póstumas.

CONTOS E POESIA:

Carapuças (poesia, 1871); Sonetos (1876); O Rio de Janeiro (com Lino d'Assumpção, 1877); Um dia de finados (sátira, 1877); Tal qual como lá (com França Júnior, 1879);Contos possíveis (1889); Contos fora da moda (1894); Contos efêmeros (1897);Contos em verso (1898); Rimas (poesia, 1909); Contos cariocas (1928); Vida Alheia(1929); Histórias brejeiras (1962); Contos (1973).
Arthur Azevedo morreu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 22 de outubro de 1908

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

TIBOR DÉRY - BIOGRAFIA

                                      TIBOR DÉRY

Tibor Déry foi um escritor, romancista e roteirista de cinema e TV húngaro. 
Foi conhecido também por seu apoio ao comunismo, que lhe rendeu várias prisões e exílio ao longo de sua vida. 
Após a instalação do regime soviético na Hungria, Déry transforou-se em um crítico do stalinismo, principalmente de seus efeitos sobre as políticas culturais. 
Sua obra-prima foi Egy kutya története (Niki, a história de um cão), uma fábula em que ele critica a opressão e repressão arbitrária na vida dos cidadãos promovida pelo stalinismo. 
Déry escreveu entre os anos 1960 e 1970 diversas novelas e romances, além de roteiros de filmes e séries para a tevê húngara, chegou a trabalhar como ator, inclusive. 
Ele morreu em 1977.

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CHARLES CHAPLIN - BIOGRAFIA



                                CHARLES CHAPLIN

Chaplin nasceu em Londres no ano de 1889 e iniciou sua carreira como mímico, fazendo excursões para apresentar sua arte. Em 1913, durante uma de suas viagens pelo mundo, este grande ator conheceu o cineasta Mack Sennett, em Nova York (Estados Unidos), que o contratou para estrelar seus filmes.  

Vida e obras 
Seu personagem mais famoso foi o vagabundo Carlitos, oprimido e engraçado, este personagem denunciava as injustiças sociais. De forma inteligente e engraçada, este grande artista sabia como fazer rir e também chorar. 
Em 1918, no auge de seu sucesso, ele abriu sua própria empresa cinematográfica, e, a partir daí, fazia seus próprios roteiros e dirigia seus filmes. Crítico ferrenho da sociedade, ele não se cansava de denunciar os grandes problemas sociais, tais como a miséria e o desemprego. Produziu grandes obras como: O Circo, Rua de Paz e Luzes da Cidade.  Pelo filme O Circo, Chaplin ganhou em 1929 seu primeiro Oscar Honorário.
Adepto ao cinema mudo, o também cineasta, era contra o surgimento do cinema sonoro, mas como grande artista que era, logo se adaptou e voltou a produzir verdadeiras obras primas: O Grande Ditador (crítica ao fascismo), Tempos Modernos e Luzes da Ribalta.
Na década de 1930 seus filmes foram proibidos na Alemanha nazista, pois foram considerados subversivos e contrários a moral e aos bons costumes. Porém, na verdade, representavam uma crítica ao sistema capitalista, à repressão, à ditadura e ao sistema autoritário que vigorava na Alemanha no período. Mas o sucesso dos filmes foi grande em outros países, sendo traduzido para diversos idiomas (francês, alemão, espanhol, português). 

Em 1965, publicou sua autobiografia , Minha Vida. 

Em 1972, Charles Chaplin foi premiado com o Oscar Honorário de melhor trilha sonora pelo filme Luzes da Ribalta.

Em 1977, o mundo perdeu um dos grandes representantes da história do cinema.

Filmografia de Chaplin (longas-metragens principais)

O idílio desfeito -1914
Os clássicos vadios - 1921
O garoto - 1921
Casamento ou luxo? - 1923
Em busca do ouro - 1925
circo - 1928
Luzes da cidade - 1931
Tempos modernos - 1936
O grande ditador -1941
Monsieur Verdoux - 1947
Luzes da ribalta - 1952
Um rei em Nova York - 1957
A condessa de Hong Kong -1967

Frases de Chaplin
- "Mais do que máquinas, necessistamos de humanidade"
- "A persistência é o caminho do sucesso."
- "Acredito que o pecado é realmente um mistério tão grande quanto a virtude."
- "Um dia sem sorrir é um dia desperdiçado."

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sábado, 28 de dezembro de 2013

ARY BARROSO - BIOGRAFIA

                                          
                                                         ARY BARROSO

Ary Evangelista Barroso nasceu em Ubá, Minas Gerais, dia 07 de novembro de 1903. Seu pai, o Dr. João Evangelista Barroso, foi deputado estadual e promotor público em Ubá. Após a morte de sua mãe, Angelina de Resende Barroso e de seu pai, ambas ocorridas em 1911, Ary passou a ser criado pela avó, Gabriela Augusta de Rezende, e por uma tia, Rita Margarida de Rezende. Tia Ritinha era professora de piano e durante muito tempo ensinou-o a Ary. Essas aulas acabaram por ajudar no ganha-pão da família. Aos doze anos, Ary começou a trabalhar como pianista auxiliar no Cine Ideal, apesar do empenho da avó e da tia em fazê-lo padre.

Ary estudou, inicialmente, na escola pública Guido Solero. Depois de passar por várias escolas da zona da Mata, acabou concluindo o curso no Ginásio de Cataguases. Aos 15 anos, Ary compôs o cateretê "De longe" e a marcha "Ubaenses Gloriosos". Aos 17 anos, em 1920, Ary recebeu de seu tio Sabino Barroso, ex-ministro da Fazenda, uma herança de 40 contos de réis e resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro. Lá, em 1921 , Ary matriculou-se na Faculdade de Direito e acabou gastando sua herança nos melhores restaurantes, com as melhores bebidas e trajando as roupas mais elegantes. Em 1922, reprovado na faculdade e já sem dinheiro, Ary teve de trabalhar, fazendo fundo musical para filmes mudos bo cinema Íris, no Largo da Carioca.Como era bom pianista, em 1923 Ary passou a tocar com a orquestra do maestro Sebastião Cirino, na sala de espera do Teatro Carlos Gomes. Em 1926 Ary voltou ao curso de Direito, porém sem deixar a atividade de pianista de lado. Como estava desempregado, Ary oferecia-se para tocar em bailes por um preço irrisório até que, em 1928, foi contratado pela orquestra do maestro Spina, de São Paulo, para uma temporada em Santos e Poços de Caldas. Foi nessa época que Ary resolveu dedicar-se à composição.

De 1928 são suas composições "Amizade", "Não vou lá", "Segura a fazenda", "O tal bichinho" e "Tu queres muito" e, ainda, "Amor de mulato", "Cachorro quente" e "Oh! Nina", em parceria com Lamartine Babo; "Mazinha", com Ari Kerner; "Meu pampa lindo", com Zeca Ivo; e "Não posso mais", com I. Kolman. ; Durante os oito meses de viagem, compôs várias músicas.

Em 1929 já de volta ao Rio de Janeiro, Ary deixou suas músicas na casa editora Carlos Wehrs, de onde duas - "Vamos deixar de intimidade" e "Vou à Penha" - foram levadas por Olegário Mariano e Luís Peixoto para serem incluídas na revista 'Laranja da China', que era apresentada no Teatro Recreio. "Vamos deixar de intimidade" acabou sendo gravada por seu amigo e colega de faculdade Mário Reis, transformando-se no primeiro sucesso de Ary Barroso. Em 1929 Ary concluiu seu curso de Direito e compôs, em parceria com Cardoso de Menezes e Bitencourt, "O amor vem quando a gente não espera" e em parceria com Olegário Mariano, "Tu qué tomá meu nome".

Ainda nesse ano Ary compôs os sambas "É banal", "Nini" e "Vá cumprir o teu destino", a valsa "Labaredas de amor" e a marcha "Dá nela", que, por incentivo de Eduardo Souto, foi inscrita no concurso de músicas carnavalescas da Casa Edison para o carnaval de 1930. A música obteve o primeiro lugar. Com o prêmio de 5 contos de réis, Ary pagou algumas dívidas. Com o que sobrou, pode se casar com Ivone Belfort de Arantes. Ainda em 1930 Ary compôs as canções "Como se deve amá", "Quanto num chorei" e "Teus óio", a marcha "Eu sou do amor", o samba-canção "Fugiu, fugiu!" e os sambas "Oba!" e "Samba da gelatina" e também a marcha "Dona Alice" e os sambas "Juramento", "O nego no samba" e "Samba de São Benedito" em parceria com Marques Porto e Luís Peixoto; o samba "No morro (eh! eh!)" e o foxtrote "Sapateado", em parceria com Luís Eglésias; o samba "Outro amor", em parceria com Claudionor Machado; e o samba "Você não era assim", em parceria com Aricles França. Em 1931 Ary produziu várias composições para o teatro musicado, destacando-se "Faceira", lançada por Sílvio Caldas na revista 'Brasil do Amor', que estreou em maio, no Teatro Recreio.

Em junho, era encenada, no mesmo teatro, a revista "É do balacobaco", na qual estava incluída, entre outras, a música de Ary "Na grota funda", com letra do caricaturista J. Carlos. Na estréia estava presente Lamartine Babo que impressionado com a música, resolveu escrever outra letra para a melodia. Nascia, assim, "No rancho fundo", lançado dias depois no programa que Lamartine comandava na Rádio Educadora do Rio de Janeiro. Ainda desse ano são suas composições "Bahia", "Batuque", "Benzinho", "Cavanhaque", "Deixa disso", "É bamba", "E do balacobaco", "É de outro mundo", , "Não faz assim meu coração", "Por causa do boneco", "Rosalina", "Seu Manduca esfarrapado", "Sou da pontinha", "Tenho saudade", "Terra de laiá" e "Vai tratar da tua vida" e ainda "Gira", em parceria com Marques Porto; "Mão no remo", com Noel Rosa; "Não quero você" e "O sabiá de sinhá moça", com os Irmãos Quintiliano; "Nega baiana", com Olegário Mariano; "Quem me compreende", com Bernardino Vivas; "Sai, barbado", com Ainejeré; e "Sem querer...", com Marques Porto e Luís Peixoto. Em 1932, convidado por Renato Murce, Ary foi para a Rádio Philips. Começou como pianista e logo se tornou locutor, inclusive esportivo, humorista e animador. Apresentou-se no programa 'Horas de Outro Mundo' e no programa "Casé". Nesse mesmo ano ainda compôs "Aula de música", "De longe", "É mentira, oi", "Isso é xodó", "Malandragem", "Na Piedade", "Nosso amô veio dum sonho", "Pobre e esfarrapada", "Primeiro amor", "Um samba em Piedade" e "Sonhei que era feliz".

Em parceria com Luís Peixoto, compôs "Maria"; com Haroldo Daltro, compôs "Menina que tem uma pose"; com Lamartine Babo, "Minha palmeira triste"; com Claudeniro de Oliveira ,"Não posso acreditar"; com SíIvio Caldas, "Pente fino"; com Norival de Freitas, "Recordações"; e com Luciano Perrone compôs "Vou deixá o batedô". De 1933 são suas composições "Amor fatal", "Cabrocha inteligente", "Eu vou pra Maranhão", "Falta de consciência", "Flor de inverno", "Quando a morte vem chegando" e "Segura esta mulher" e, ainda, "Nego também é gente", feita em parceria com De Chocalat, e "Zombando da vida", composta em parceria com Márcio Lemes Azevedo. Em 1934, depois de ter ido à Bahia como pianista da orquestra de Napoleão Tavares, Ary criou, na Rádio Cosmos de São Paulo, o programa Hora H.

Nesse mesmo ano compôs "Anistia", "Bateram na minha porta", "Caco velho" "Cavalhada franciscana", "Correio já chegou", "Duro com duro", "É assim que se vai no arrastão", "Malandro sofredor", "Moçoró, minha nega", "Perdão", "Por especial favor", "Sentinela alerta" e "Tu". Também com Osvaldo Santiago, compôs "Balão que muito sobe"; com José Carlos Burle, "Caboca"; com Oduvaldo Viana, "Canção da Felicidade"; com Noel Rosa, "Estrela da manhã"; com Francisco Alves, "Meu Natal"; e com Luís Peixoto, "Neném" e "Na batucada da vida", regravada por Elis Regina em 1974, contribuindo para tornar ainda mais amarga a mensagem da composição. Em 1935 Ary Barroso levou o programa Hora H para a Rádio Cruzeiro do Sul, do Rio de Janeiro, e também estreou como locutor esportivo, auxiliando Gagliano Neto na transmissão de corridas de automóvel, no circuito da Gávea. Como locutor de futebol, Ary ficou famoso por tocar uma gaita de boca toda vez que era marcado um gol e também por sua parcialidade em favor do Flamengo. As múltiplas atividades desenvolvidas não sufocaram o compositor Ary Barroso. Pelo contrário, ele ia se tornando um dos mais férteis autores da MPB, revelando novos sucessos a cada ano. Com Nássara, ele compôs "Dona Helena" e "Garota colossal"; com Lamartine Babo, "E o samba continua", "Grau dez" e "Na virada da montanha"; com Luís Peixoto, "Por causa dessa caboca"; e com Kid Pepe, compôs "Mulatinho bamba". Ainda em 1935, Ary Barroso compôs "ABC do amor", "Anoiteceu", "É pra frente que se anda", "Eu sonhei", "Foi ela", "Menina tostadinha", "Nosso ranchinho", "Os quindins de Iaiá", "Sobe meu balão" e "Inquietação", lançado por Sílvio Caldas naquele ano e regravado por Gal Costa em 1980.

A extraordinária linha melódica de "Inquietação" é considerada uma das elaborações mais perfeitas de Ary Barroso. Em 1936 Ary Barroso compôs as marchas "A casa dela", "Esta noite sonhei com você", "Paulistinha querida" e "Viu..." os sambas "Minha maior ilusão", "Sem ela", "Sonho de amor" e "Volta meu amor"; a batucada "Deve ser o meu amor" e, ainda, a marcha "Cachopa", em parceria com Luís Peixoto; a marcha "Chiribiribi quá-quá", com Nássara; a marcha "Chopp em garrafa", com Bastos Tigre; e o "Hino do Colégio de Cataguases", com Tostes Malta. Em 1937 Ary Barroso lançou o programa 'Calouros em Desfile', na Rádio Cruzeiro do Sul, que depois foi levado para a TV Tupi. Nesse programa Ary exigia que os candidatos cantassem somente música brasileira e que anunciassem corretamente o nome dos compositores.

Na TV Tupi, Ary instituiu o gongo, tocado para desclassificar os candidatos muito ruins. Mas o gongo silenciou diante de nomes como Ângela Maria e Lúcio Alves, dois dos muitos grandes intérpretes que ali se lançaram. São também de 1937 suas composições "Confissão de amor", feita em parceria com Joraci Camargo; "Janjão e Zabé", em parceria com Paulo Roberto e, ainda, as composições "Amar", "Carioquinha brejeira", "Colibri", "Como vaes você", "Foi de madrugada", "Quem é o homem", "Uma futura lágrima", "Não se deve lamentar", "Novo amor", "Olha a lua" e "No tabuleiro da baiana", que foi composta para um espetáculo do Teatro Recreio, no Rio de Janeiro, e Ary acabou vendendo os direitos da composição para Jardel Jércolis, que a explorou em espetáculos teatrais.

Mais tarde, quando esse 'samba-batuque' passou a ser sucesso no Cassino Atlântico, na interpretação de Grande Otelo e Déo Maia, Ary Barroso requereu e obteve judicialmente a propriedade da música. Em 1938 Ary Barroso foi para a Rádio Tupi, onde atuou o comentarista, humorista, ator e locutor. Nesse ano aindacompôs, em parceria com Luís Iglesias, "Boneca de pixe"; com Alcyr Pires Vermelho, "A casta Suzana" e "O meu dia há de chegar"; com Gomes.Filho, "A cigana lhe enganou"; e com Luís Peixoto, "Quando penso na Bahia". São também de 1938 suas composições "Circo de cavalinhos", "Como as ondas do mar", "De déu em déu", "Ela sabe e não diz", "Escreva um bilhetinho", "Eu dei..." "Meu amor não me deixou", "Pois sim!,., pois não!", "Salada mista", "A única lembrança", "Vão pro Scala de Milão", "Você está aí pra isso?" e "Na baixa do sapateiro", que foi gravado por Carmen Miranda, mas só obteve sucesso no Brasil depois de ter chamado a atenção do mundo na trilha sonora do desenho 'Você já foi à Bahia?', de Walt Disney. Este samba-jongo deveria chamar-se 'Bahia', nome que Ary conservou nas edições estrangeiras, mas acabou por denominá-lo "Na baixa do sapateiro", para não confundir essa música com sua outra "Bahia", composta em 1931.

Em 1939 Ary Barroso lançou, no espetáculo 'Joujox et balagandans', de Henrique Pongetti, o samba "Aquarela do Brasil", iniciador do samba-exaltação, de melodia extensa e sempre apoiado em grande aparato orquestral - gênero que se acreditava destinado à conquista do mercado internacional da música popular; "Aquarela do Brasil" só teve sucesso depois da gravação feita por Francisco Alves. Ainda nesse ano, compôs, em parceria com Noel Rosa, "De qualquer maneira" e, em parceria com Alcyr Pires Vermelho, "E a testa, Maria?", "Vingança" e "A vizinha das vantagens". São ainda de 1939 suas composições "Batalhão de amor", "Quando a noite é serena", "Viver assim não é vida" e "Camisa amarela", grande sucesso na gravação original, na voz de Aracy de Almeida, sendo regravado, depois, pela própria Aracy e por vários outros intérpretes. Em 1940 Ary Barroso compôs os sambas "Deixa esta mulher sofrer", "Eu gosto do samba" e "Nunca mais"; as marchas "laiá boneca" e "Upa... upa... (Meu trolinho)" e a valsa "Mentira de amor" e, também, a marcha "Pega no pau da bandeira", em parceria com J.Castro; o samba "Se Deus quiser" e a marcha "Veneno", com Alcyr Pires Vermelho; e o samba "Vespa", em parceria com Malfitano.

Em 1943 compõe Pra machucar meu coração" e "Terra seca" e as marchas "Cem por cento brasileiro" e "Quem cabras não tem...". No início de 1944 Ary Barroso foi, pela primeira vez, aos Estados Unidos e compôs, para o filme 'Brasil', a música "Rio de Janeiro", que chegou a ser indicada para o Oscar. Também de 1944 são suas composições "Diz que dão", "Na parede da igrejinha" e "Olhos divinos". Nesse mesmo ano surgiu a Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores da Música - SBACEM, da qual Ary foi, praticamente, o primeiro presidente. Pelo trabalho que realizou em defesa do direito autoral, Ary foi aclamado Presidente de Honra e Conselheiro Perpétuo dessa entidade. No final de 1944 Ary Barroso voltou aos Estados Unidos, onde permaneceu por oito meses, ganhando mil dólares por semana.

Dessa vez compôs a canção-tema do filme 'Três Garotas de Azul'. Em 1945 Ary compôs, em parceria com Juan Daniel, a valsa "Cuatro palabritas". Ary voltaria ainda mais urna vez à América do Norte, em 1945, para musicar "O Trono das Amazonas", que teria 18 composições suas e que não chegou a ser encenado, porque o produtor faliu pouco antes da estréia. Em 1946 Ary Barroso se candidatou a vereador no Rio de Janeiro, pela União Democrática Nacional e teve a segunda maior votação da Câmara de Vereadores do então Distrito Federal. Ary só perdeu para Carlos Lacerda. O talento de polemista de Ary e a mesma paixão com que irradiava partidas de futebol foram levados para a política. Sua grande batalha foi a do local onde seria construído o Maracanã. Carlos Lacerda queria que o enorme estádio fosse erguido na restinga de Jacarepaguá, mas Ary conseguiu que o local aprovado fosse o terreno do Derby Club. Para isso, Ary realizou diversas manobras: para conseguir o apoio da bancada majoritária, a do Partido Comunista Brasileiro, com 18 vereadores, Ary pediu, junto com João Lyra Filho, uma pesquisa ao IBOPE, cujo resultado apontou que 88% da população queria o estádio no terreno do Derby, onde, aliás, acabou sendo construído.

Também de 1946 são seus sambas "Assobia um samba" "Bahia imortal" e "Eu nasci no morro". Em 1947 Ary Barroso compôs o samba "Deixa o mundo falar" e a marcha "É pão, ou não é?" De 1948 são suas composições "Grave revelação", "Mal-me-quer, bem-me-quer", "Podes ir, meu amor", "Rio" e "Falta um zero no meu ordenado", esta em parceria com Benedito Lacerda. Em 1950 aparecem os sambas "Aquarela mineira", "O Brasil há de ganhar", "Chama-se João", "Forasteiro" e "Vai de vez", as marchas "Flor tropical" e "No jardim dos meus sonhos" e ainda o samba "Carne seca com tutu", em parceria com Vilma Quantiere de Azevedo. De 1951 são os sambas "Ai, Geni", "laiá da Bahia" e "Na beira do cais"; os choros "Chorando" e "Sambando na gafieira"; a marcha "O mar também conhece"; o samba-canção "Plena manhã" e, também, o samba-canção "Mentira", feito em parceria com Augusto Jaime de Vasconcelos, e o samba "Primavera", feito em parceria com Lúcia Alves Calão. Ary Barroso sempre esteve em campo para promover a música brasileira. Em seus programas prestigiava os calouros que apresentavam canções do repertório nacional. Tinha horror aos acordes americanos em samba. Nas várias vezes em que esteve no exterior, preocupou-se em levar o samba autêntico.

Quando, em 1952, compôs o samba-canção "Risque", teve de brigar para que não fosse gravado como bolero. A primeira gravação de "Risque" Foi de Aurora Miranda, irmã de Carmen Miranda; mas foi na voz de Linda Batista que o samba-canção teve sucesso. Com Iraci N. Silva, Ary compôs, em 1952, o samba "Cruel resistência". Também de 1952 são suas composições "Fechei a página", "Flores mortas", "Laço branco", "Nada mais me consola", "O nosso amor morreu" e "Folha morta", gravado por Dalva de Oliveira para a Odeon, em Londres, e lançado no Brasil com sucesso imediato. Quatro anos mais tarde, "Folha morta" foi gravada por Jamelão, na Continental, reeditando o sucesso da música e confirmando, mais uma vez, o bem-sucedido de Ary Barroso no gênero samba-mórbido. A princípio Ary Barroso não gostava da bossa nova, mas isso não o impediu de colocar "A Felicidade", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, entre as dez melhores músicas populares de todos os tempos.

Assim era Ary: impulsivo, orgulhoso, sempre pronto a criticar abertamente o que julgasse errado. Logo, seu encontro com o compositor Villa-Lobos só podia dar no que deu: briga. Num concurso de música, Villa-Lobos negou a Ary o primeiro lugar, que muitos achavam ser ele merecedor. Isso bastou para que rompessem relações. No dia 7 de setembro de 1955, Ary e Villa-Lobos se encontraram no Palácio do Catete, para receber a Ordem do Mérito, que lhes havia sido concedida pelo Presidente da República, Café Filho. Foi então que Davi Nasser, vencedor do concurso gerador do ressentimento, contou a Ary que havia ganhado o prêmio porque Villa-Lobos sabia das dificuldades que Davi atravessava na época e tinha resolvido ajudá-lo. Us dois gênios geniosos se abraçaram e acabou-se o desentendimento. Em 1957 Ary foi homenageado com o espetáculo 'Mr. Samba', do produtor Carlos Machado. Montado na boate Night and Day, do Rio de Janeiro, o roteiro do show sugeria sua biografia, utilizando suas próprias composições. 

Desse ano são suas composições "Colombinas fracassadas", "Grand monde do crioléu", "Mês de Maria", "Não quero mais", "Não quero saber", "Nega nhanhá", "Só", "Vem cá, Mané" e, ainda, "Vou procurar outro bem", em parceria com Nestor de Holanda e "É luxo só", em parceria com Luís Peixoto. Em 1958 Ary Barroso compôs os sambas "Essa diaba", "Eu fui de novo à Penha" e "Você fracassou" e a valsa "Sombra e luz". De 1959 é o samba-canção "Cantiga de enganar tristeza', composto em parceria com Tiago de Melo. Em 1960 Ary Barroso foi vice-presidente do departamento cultural e recreativo do Clube de Regatas Flamengo. São também de 1960 suas composições "Dois amigos", "Jogada pelo mundo" e "Pierrô" e, ainda, "Esquece" e "Samba no céu", feitas em parceria com Meira Guimarães e "Bebeco e Doca", em parceria com Luís Peixoto. Em 1961 Ary adoeceu de cirrose hepática e foi viver em um sítio em Araras, Rio de Janeiro. Mesmo assim, nesse ano, ainda compôs "Canção em tom maior", "Semente do amor", "Tufão" e "Quero voltar à Bahia", esta em parceria com Meira Guimarães.

Em 1962, parcialmente restabelecido, Ary retomou seu programa na TV Tupi, 'Encontro com Ary', transmitido aos domingos. Desse ano é sua composição "Balada da saudade" e as composições, em parceria com Vinícius de Moraes, "Em noite de luar", "Mulata no sapateado", "Rancho das namoradas" e "Já era tempo". Internado na Casa de Saúde São José, com nova crise de cirrose, Ary Barroso parecia recuperar-se no Natal de 1963. Mas sofreu uma nova crise e foi internado no Instituto Cirúrgico Gabriel de Lucena. Ary Barroso morreu pouco antes das 10 horas da noite de 9 de fevereiro de 1964. Mesmo depois de sua morte, Ary Barroso, o compositor brasileiro mais conhecido em seu país e fora dele, continua sendo gravado por grandes e famosos intérpretes, que reconhecem seu extraordinário talento.fonte: Memórias da MPB - Samira Prioli Jayme.




Trechos do livro de Sérgio Cabral intitulado "No tempo de Ari Barroso": Nos seus últimos dias Ary telefona do hospital para o amigo David Nasser:-Estou me despedindo. Vou morrer.-Como é que você sabe, Ary?-Estão tocando as minhas músicas no rádio. No show Eu sou o espetáculo o comediante José Vasconcelos imitava Ary, no momento em que este estaria recebendo um candidato em seu programa Calouros em desfile:
ARI - O que você vai cantar?
CALOURO - Vou cantar um sambinha.
ARI - É sempre assim. Se fosse mambo, não seria um mambinho. Se fosse bolero, não seria bolerinho. Mas samba é um sambinha. 
E que sambinha o senhor vai cantar?
CALOURO - Aquarela do Brasil.

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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

ARCANGELO CORELLI - BIOGRAFIA

                 


                                                           ARCANGELO CORELLI 
                                                  ( Fusignano, Itália 1653 - Roma, Itália - 1713)


Arcangelo Corelli nasceu no dia 17 de fevereiro de 1653 em Fusignano, cidade localizada entre Bolonha e Ravena. Descendia de uma das mais ricas e tradicionais famílias da região.

Foi enviado muito cedo para Faenza onde recebeu educação básica e onde teria recebido as primeiras lições de música de um padre. Continuou os estudos em Lugo e, depois mudou-se para  Bolonha, em 1666.

Em Bolonha o jovem Corelli se familiarizou com o violino e resolveu dedicar-se inteiramente a ele. Com Giovanni Benvenuti e Leonardo Brugnoli ele adquiriu os elementos essenciais da técnica violinística. 

Após quatro anos de estudos, Corelli foi admitido na Academia Filarmônica de Bolonha.

Em 1675, ele já estava em Roma. Nesta época, os nobre de Roma rivalizavam-se em pompa ao patrocinar apresentações artísticas. Entre os grandes mecenas, destacava-se Cristina Alexandra, que se fixara em Roma depois de abdicar de seu trono na Suécia, em 1659. 

Músicos, poetas, filósofos reuniam-se ao redor dela em seu palácio, e era uma honra ser convidado para suas festas.

 Cristina fundou a Academia da Arcádia - a sociedade musical mais fechada da Itália - onde Corelli seria recebido em 1709.

Aos 36 anos, e após a morte de Cristina da Suécia, Corelli passou a trabalhar para o Cardeal Ottoboni, seu maior protetor e grande amigo. 

Homem liberal e apaixonado pelas artes, Ottoboni possibilitou livre trânsito a seu protegido, fornecendo-lhe o tempo e as condições necessárias para que ele elaborasse suas obras com absoluta tranqüilidade.

Sua fama se expandia e estudantes de música vinham de longe para aprender com ele. Corelli já se firmara como um dos nomes importantes da música instrumental.

Corelli morreu durante a noite de 8 de janeiro de 1713. Estava só. Desolado, o Cardeal Ottoboni mandou embalsamá-lo e colocá-lo em um triplo ataúde, feito de chumbo, de cipreste e de castanheiro, e enterrou-o no panteão de Roma, reservado apenas aos pintores, arquitetos e escultores, membros da Artística Congregazione dei Virtuosi al Pantheon.

                                        Sua Obra
Contrariamente à maioria dos grandes nomes da música barroca, Corelli produziu pouco, abordando apenas poucas formas de expressão musical existente em seu tempo. Jamais escreveu para voz. Sua glória repousa inteiramente em seis coletâneas de música instrumental, todas elas dedicadas aos instrumentos de arco.

As quatro primeiras delas dedica-se aos trios, a quinta é o famoso livro de sonatas para violino solo e baixo; e a sexta obra, os doze Concertos Grossos.


A Corelli pertence, entre outros, o mérito de ter favorecido a expansão do concerto grosso e contribuído de modo decisivo para o enobrecimento do violino. 

Derivado da viola, o violino surgiu em meados do século XIV, sempre relegado às festas populares e à idéia de vagabundagem e ao gosto duvidoso. Timidamente introduzido nos salões do início do século XVII, recebeu depois, com Corelli, brilhante tratamento técnico e conquistou definitivamente a corte.

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