Edoardo de Martino (Meta, Itália 1838 - Londres, Inglaterra 1912). Pintor, professor. Estuda, na década de 1840, na Escola Naval de Nápoles, Itália. Na mesma cidade, mantém contato com Giacinto Gigante (1806 - 1876), pintor ligado à Escola de Posillipo. De Martino atua como oficial da Marinha de guerra italiana de 1849 a 1855, e depois radica-se em Montevidéu.
Fragata Encouraçada Independência
Vem para o Brasil em 1868, fixa-se no Rio de Janeiro. Viaja para Porto Alegre para divulgar seus trabalhos e ministrar aulas de pintura para Telles Júnior (1851 - 1914). Como pintor oficial encarregado por dom Pedro II (1825 - 1891), registra em desenhos os acontecimentos da Guerra do Paraguai (1864-1870).
Marinha Botafogo
Apresenta na 21ª Exposição Geral de Belas Artes, em 1870, as composições Uma Noite ao Luar no Cabo de Horn, s.d., e Passagem de Humaitá por uma Divisão da Esquadra Brasileira na Noite de 19 de Fevereiro de 1868, s.d., e recebe medalha de ouro.
O Minas Gerais
É eleito, em 1871, membro correspondente da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba. Em 1875, muda-se para Londres. Em 1895, é nomeado pintor de marinhas da corte inglesa. Realiza, em toda sua trajetória, quantidade considerável de paisagens, marinhas e pinturas de combates navais.
Navios Salvando na Guanabara
Durante a Guerra do Paraguai, De Martino acompanha os almirantes Barroso e Tamandaré, e registra em desenhos o evento. Depois, realiza uma série de telas sobre as batalhas fluviais, como Bombardeio de Curuzu, s.d., Aprisionamento da Corveta Bertioga, s.d., Passagem do Humaitá, s.d., Combate Fluvial do Riachuelo, s.d., entre outras. Para a historiadora da arte Ana Maria Belluzzo, a pintura de De Martino destaca-se pelos jogos plásticos obtidos por meio de efeitos de luminosidade, e revela a sua preferência por cenas noturnas, que permitem uma maior indefinição das figuras.
O crítico de arte Gonzaga Duque (1863 - 1911) aponta a acuidade do artista na realização das composições, ressaltando que são feitas com paciência, com saber, com escrúpulo. Destaca especialmente um quadro seu, de pequeno formato, em que está representado o navio Independência, no qual "não falta um escaler, uma corda ao aparelho de velame, uma corrente ao cano das fornalhas. É de um desenho minuciosíssimo".
De Martino é visto pelos estudiosos como um documentarista. Procura dar um caráter de veracidade histórica às suas obras ao compô-las com base em fotografias de personalidades eminentes na batalha e, também, de tipos físicos de índios guaranis e de negros e mulatos do Rio de Janeiro.
Notas
DUQUE-ESTRADA, Luis Gonzaga. A arte brasileira. Campinas: Mercado de Letras, 1995. (Coleção Arte: Ensaios e Documentos). p.138.
Exposições
Exposição Geral de Belas Artes (21. : 1870 : Rio de Janeiro, RJ)
início: 6/3/1870Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)ParticipanteColetivaExposição Geral de Belas Artes (22. : 1872 : Rio de Janeiro, RJ)
início: 15/6/1872 - término: 7/7/1872Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)ParticipanteColetivaExposição Geral de Belas Artes (23. : 1875 : Rio de Janeiro, RJ)
início: 13/3/1875Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)ParticipanteColetivaExposição Geral de Belas Artes (25. : 1879 : Rio de Janeiro, RJ)
início: 15/3/1879 - término: 18/5/1879Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)ParticipanteColetivaPintores Italianos no Brasil (1982 : São Paulo, SP)
início: 1982Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)ParticipanteColetiva150 Anos de Pintura de Marinha na História da Arte Brasileira (1982 : Rio de Janeiro, RJ)
início: 1982Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)ParticipanteColetivaFontes de Pesquisa
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