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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

ANTÔNIO PARREIRAS - BIOGRAFIA

        
             
                         ANTÔNIO PARREIRAS

Antônio Parreiras (Niterói / Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 1860 – Niterói / Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1937), pintor, desenhista, ilustrador e professor. Pai do pintor Dakir Parreiras e tio do pintor Edgard Parreiras.



Antônio matriculou-se na Academia Imperial de Belas Artes, mas não concluiu o curso de Paisagem, flores e animais. Trabalhou com cenografia antes de ir estudar na Accademia di Belle Arti di Venezia (Itália), onde se aprofundou nos afrescos de Giotto.



Quando regressou ao Rio de Janeiron fundou a Escola do Ar Livre e começou a escrever críticas de arte para o jornal O Estado de São Paulo – matérias das quais, algumas estão sob o pseudônimo de La Vigne.



Ilustrou capas de livros, recebeu uma medalha de ouro do Cônsul Geral da Suécia e Noruega – concedida pelo próprio rei – em agradecimento pela tela Panorama da Baía de Guanabara tomado da Fortaleza de Santa Cruz, encomenda feita pela colônia sueca.



Recebeu algumas encomendas do presidente Campos Salles para decorar o prédio do Superior Tribunal Federal e fez algumas viagens pela Bahia para aprofundar-se em detalhes necessários para a execução das telas encomendadas pelo presidente.

                   

Em 1902, inaugurou um ateliê de pintura voltado para mulheres e em 1903, organizou uma exposição dos trabalhos das alunas.



Realizou estudos na floresta Amazônica - onde contraiu malária - em Portugal e na França (onde estabeleu um ateliê).



Foi membro da Fundação Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro.



Parreiras foi um artista de superior talento. Sua audácia fez com que seus trabalhos espelhassem sua natureza impulsiva. 


Teve seus trabalhos expostos no Brasil e em diversos países da Europa. Foi um dos poucos artistas nacionais que viveu dos resultados de sua arte.

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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ANTÓNIO FELICIANO DE CASTILHO - BIOGRAFIA

                                                        

                                                 ANTÓNIO FELICIANO DE CASTILHO


                                                  NASCEU EM. - 28 de janeiro de 1800.
                                                                  FALECEU EM.  18 de junho de 1875.

Fidalgo da Casa Real, por sucessão a seus maiores, cavaleiro da antiga Ordem da Torre e Espada; oficial da imperial Ordem da Rosa do Brasil, bacharel formado em cânones pela Universidade de Coimbra, comissário geral de instrução primária pelo método português, que ele criou; sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa, membro do Real Conservatório, vogal do Conselho de Instrução Pública e do antigo Conselho Dramático; sócio da Sociedade Jurídica de Lisboa, e da Literária Portuense, do Instituto Histórico de Paris, da Academia das Ciências e Belas Letras de Ruão, da dos Ardentes de Viterbo, da Academia de História de Madrid, e da Arcádia Romana, com o nome deMemnide Eginense, escritor e poeta, etc.

Nasceu em Lisboa a 28 de janeiro de 1800, onde também faleceu a 18 de junho de 1875. Era filho do dr. José Feliciano de Castilho, médico da Real Câmara e lente de prima da Universidade , e de sua mulher, D. Domicilia Máxima de Castilho.

Era uma criança enfezada, que afinal começava a tomar prometedoras proporções, quando adoeceu gravemente, manifestando sérios sintomas de tísica, receando-se muito que não pudesse salvar-se. Resistiu, porém, e já lia e escrevia quando nos seis anos o sarampo o prostrou novamente no leito, tomando um carácter gravíssimo; ainda teve a fortuna de resistir, mas com a infelicidade de ficar privado da vista, tornando-se inúteis todos os meios empregados pela medicina, especialmente por seu pai, para o livrar da terrível cegueira. 

Custa a acreditar que, aprendendo somente pelo que ouvia ou lhe diziam, Castilho pudesse alcançar tão grande erudição, o conhecimento superficial dumas poucas de línguas, e a ciência da língua portuguesa tanto a fundo, que não é fácil determinar aquilo em que mais primava, nem decidir-se se o poeta era maior que o prosador. 

Acompanhado por seu irmão Augusto Frederico de Castilho, quase da mesma idade, com ele estudou humanidades, se instruiu no conhecimento dos poetas latinos, que foram sempre os seus estudos prediletos, e com ele se matriculou na Universidade de Coimbra, na faculdade de cânones, em que ambos se formaram. 

Foi discípulo do padre José Fernandes, latinista de primeira ordem e poeta muito apreciável, a quem deveu os elementos necessários para adquirir o conhecimento profundo da língua latina, que sempre o distinguiu. 

O seu talento poético começou a desenvolver-se, sendo ainda criança; versejava com a máxima facilidade, e os seus primeiros versos tinham já o cunho melodioso e bocagiano; que foi o característico da sua poesia. Tinha dezasseis anos, quando escreveu e publicou um Epicédio na morte da augustíssima senhora D. Maria I rainha fidelíssima. Esta poesia causou a maior surpresa, por ser firmada por um poeta de tão tenra idade, e sobretudo cego. 

O paço agradeceu a homenagem à memória da soberana, concedendo-lhe uma pequena pensão, que teve apenas o carácter dum aplauso e dum incitamento.
Em 1818 publicou outro poemeto, intitulado: À faustíssima aclamação de s. m. o sr. D. João VI ao trono. Estas duas composições granjearam-lhe o despacho da propriedade duma escrivaninha de ofício de escrivão chanceler e promotor do Juízo da Correição da cidade de Coimbra, cujo lugar, pelo seu natural impedimento, era exercido por seu tio António Barreto de Castilho. Em 1820 publicou uma Ode à morte de Gomes Freire e seus sócios, e nesse ano também imprimiu anonimamente o elogio dramático, 

A Liberdade, para se representar num teatro particular. No sarau realizado na sala dos capelos da universidade em 21 e 22 de novembro de 1820, recitou várias composições, que andam insertas na Coleção publicada em Coimbra. Em 1821 imprimiu o seu poema pseudoclássico Cartas de Eco e Narciso, dedicadas à mocidade acadêmica. 

Em outubro de 1826, sendo provido no priorado de S. Mamede da Castanheira do Vouga seu irmão Augusto, que abraçara o estado eclesiástico, e que era o seu companheiro inseparável, seguiu-o àquela solidão alpestre escondida nas abas da serra do Caramulo. Ali viveu durante oito anos. Os tempos eram difíceis, as perseguições políticas começaram pouco depois, seguiu-se-lhes a guerra civil; os seus ecos dolorosos chegavam por vezes aos recôncavos daquele retiro; seguia-os o susto, o sobressalto, a inquietação do espírito; pois através de tudo lá penetraram também os rumores da revolução literária que ia lavrando na Europa, e isto bastou para lhe alvoroçar a alma. Foi nessa época que traduziu as Metamorfoses e os Amores de Ovídeo, que escreveu muitos dos versos que depois se incorporaram nas Escavações poéticas, e que compôs dois poemetos: A noite do Castelo e os Ciúmes do Bardo

A publicação das Cartas de Eco e Narciso motivou ao poeta uma aventura romanesca. Uma dama reclusa no convento de Vairão, D. Maria Isabel Baena Coimbra Portugal, escreveu-lhe dando-se como uma nova Eco, e perguntando se ele procederia como Narciso. Esta intriga galante deu em resultado a série de quadras do Amor e Melancolia, que o poeta compôs, e publicou em Coimbra no ano de 1828. Esta senhora veio a ser sua esposa, realizando-se o casamento em 29 de julho de 1834. 

Pouco durou este idílio, porque D. Maria Isabel faleceu em 1 de fevereiro de 1837. No ano de 1840 acompanhou seu irmão Augusto à ilha da Madeira, e assistiu à sua morte em 31 de dezembro desse ano. Castilho tentou vulgarizar a história de Portugal numa publicação por fascículos, intitulada Quadros históricos

A Sociedade propagadora dos Conhecimentos Úteis, que fundara o jornal literário O Panorama, publicou em 1839 oito fascículos desta obra, em que colaborou Alexandre Herculano, escrevendo o último quadro. Nesse mesmo ano passou as segundas núpcias com D. Ana Carlota Xavier Vidal, natural da ilha da Madeira, que faleceu em 1871.

 Nos primeiros dias de 1841 voltou da ilha da Madeira, e em 1 de outubro publicava-se o primeiro número da Revista Universal Lisbonense, por ele fundada e dirigida, uma das folhas que mais serviços prestou à agricultura, à industria, às artes, à história, à moralidade e às letras. 

Deixou a direção da Revista em 17 de junho de 1845, e nesse ano e no seguinte, de colaboração com seu irmão, o conselheiro José Feliciano de Castilho, deu principio à Livraria Clássica Portuguesa, onde escreveu as biografias e juízos críticos com referência a Bernardes e a Garcia de Resende.

Em 1846 fez uma rápida passagem pela política, militando no partido cartista, e escrevendo um panfleto intitulado: Crónica certa muito verdadeira da Maria da Fonte, escrita por mim mesmo que sou seu tio, o mestre Manuel. da Fonte, sapateiro do Peso da Régua, dada à luz por um cidadão demitido que tem tempo para tudo

Por esse tempo começou também a luta em que empenhou uma grande parte da sua vida, para fazer adotar o seu método de leitura, contra o qual se levantaram grandes polemicas. 

Depois, duma luta pertinaz pela violência dos adversários, só ficou vitorioso em parte, porque se o governo o nomeou comissário para a propagação do seu método e lhe deu um lugar no Conselho Superior de Instrução Pública, nunca o fez adotar oficialmente, e foi esse o eterno pesar da sua vida. Em 1847, desgostoso por ver a frieza com que fora acolhida em Portugal a sua inovação, partiu para os Açores, onde se demorou até 1850. Em Ponta Delgada escreveu o Estudo Histérico-Poético de Camões, enriquecido de curiosas notas, fundou uma tipografia, onde se imprimiu o jornal o Agricultor Michalense, a convite da sociedade promotora da agricultura da ilha, sendo, Castilho o redator principal; estabeleceu conferências que despertaram o amor de estudo; fundou a sociedade dos Amigos das Letras e Artes; escreveu a Felicidade pela agricultura, oTratado de Mnemónica, o Tratado de metrificação, as Noções rudimentares para uso das escolas, e traduziu os Colóquios aldeãos de Timon; tentou radicar a tipografia e a gravura em madeira; compôs para aplicar a poesia à música, e torná-la por isso mais atrativa, o hino do trabalho que se tornou muito popular, o dos lavradores, e o da infância no estudo; por sua iniciativa se criaram na ilha escolas gratuitas, umas de instrução primária, outras de instrução secundária; aí se ensaiou pela primeira vez o método de leitura repentina.


No dia 22 de fevereiro de 1850 regressou a Lisboa, e empregou-se com violência na luta contra os adversários do seu método de leitura, que se publicaram duas edições em 1850 saindo a terceira em 1853, refundida e acompanhada de vinhetas, com o titulo deMétodo português Castilho. Esta propaganda também motivou grandes polémicas, em que por vezes Castilho se excedeu, como na Tosquia de um Camelo, carta a todos os mestres das aldeias e das cidades, em 1853; O ajuste de contas, em 1854, e Resposta aos Novíssimos impugnadores do Método português, de 1854, publicando neste mesmo ano a 4.ª edição do Método

Em 1853 foi nomeado comissário geral de instrução primária; então abriu cursos públicos em Lisboa, Leiria, Porto e Coimbra, para instruir os professores. Em 1865 foi ao Brasil com o intuito de propagar, o seu Método donde voltou nesse mesmo ano, sendo recebido amigavelmente pelo imperador D. Pedro II, a quem dedicou o seu drama Camões, e de quem foi sempre dileto amigo, até à morte.

Quando D. Pedro V criou em 1858 as três cadeiras do Curso Superior de Letras, ofereceu a Castilho a cadeira de literatura portuguesa, que ele não quis aceitar. Em 1861 publicou se a nova edição do Amor e melancolia, aumentada com a Chave do enigma, parte complementar desenvolvida, com a autobiografia do poeta até 1837. 

Em 1862 publicou-se a tradução dos Fastos de Ovídeo, em seis volumes, seguida de copiosíssimas notas escritas a seu convite por diferentes escritores portugueses. 

Em 1863 publicou-se o Outono, coleção de poesias. Em 1866 foi a Paris em companhia de seu irmão José Feliciano de Castilho, sendo ali apresentado a Alexandre Dumas, de quem era apaixonado admirador. 

Nesse ano publicou em Paris a Lírica de Anacreonte; em 1867, também em Paris, apareceu urna edição luxuosa da tradução das Geórgicasde Virgílio; em 1868 saíram os Ciúmes do Bardo, com a tradução em italiano pelo próprio autor. 

Castilho empreendeu a tradução do Fausto, de Goethe, primeira parte, sobre uma tradução francesa. Surgiu uma polémica violenta, chamada a Questão faustiana

Existe um grande número de cartas de Castilho publicadas em jornais e revistas a este respeito, que bem mereciam ser coligidas em volume. 

Cântico da Noite – Poesia de Antônio Feliciano de Castilho

Sumiu-se o sol esplêndido
Nas vagas rumorosas!
Em trevas o crepúsculo
Foi desfolhando as rosas !
Pela ampla terra alargar-se
Calada solidão!
Parece o mundo um túmulo
Sob estrelado manto!
Alabastrina lâmpada,
Lá sobe a lua! Entanto
Gemidos d’aves lúgubres
Soando a espaços vão!
Hora dos melancólicos,
Saudosos devaneios!
Hora que aos gostos íntimos
Abres os castos seios!
Infunde em nossos ânimos
Inspiração da fé!
De noite, se um revérbero (683)
De Deus nos alumia,
Destila-se de lágrimas
A prece, a profecia!
A alma elevada em êxtase
Terrena já não é!
Antes que o sono tácito (684)
Olhos nos cerre, e os sonhos
Nos tomem no seu vórtice,
Já rindo, e já medonhos,
Hora dos céus, conserva-me
No extinto e no porvir.
Onde os que amei? sumiram-se.
Onde o que eu fui? deixou-me.
Deles, só vãs memórias;
De mim, só resta um nome:
No abismo do pretérito (685)
Desfez-se choro e rúy
Desfez-se! e quantas lágrimas
Brotaram de alegrias! Desfez-se!
e quantos júbilos
Nasceram de agonias!
Teu curso, ó Providência,
Quem no previu jamais?
Que horas dest’hora tácita
Me irão desabrochando?
Quantos nos fêz cadáveres
Num leito o sono brando!
Vir-me-ão co’a aurora próxima
As saudações, os ais?
Se o penso, tremo, aterro-me;
Porém, se ao Pai Supremo
Remonto o meu espírito,
Exulto; já não tremo,
A alma lhe dou; reclino-me
No sono sem pavor. Chama-me?
Ascendo à pátria; Poupa-me?
Aspiro a ela.
Servir-te! ou ver-te e amarmo-nos!
Que sorte, ó Deus, tão bela!
Vem, cerra as minhas pálpebras,
Virgem do casto amor!

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terça-feira, 5 de novembro de 2013

ANTONIO CANOVA - BIOGRAFIA

                         Antonio Canova - Autoritratto come pittore
                             Antonio Canova

(Possagno, agora Itália, 1757-Veneza, 1822) escultor italiano. Por causa de suas origens familiares modestas não poderia ter seus estudos artísticos e começou a praticar outros comércios. Em 1768, após a sua mudança para Veneza, começou a dedicar-se à escultura e rapidamente alcançou a fama e o prestígio que permaneceu durante toda a sua vida.

                        

Seus primeiros trabalhos de Veneza, como Orfeu e Eurídice ou Dédalo e Ícaro , são impregnados do espírito barroco que ainda prevalecia na cidade lagoa. Quando já era um artista estabelecido, estabelecido em Roma (1781), que definiu o estilo que o caracteriza, inspirado pela antiguidade clássica e fortemente influenciada pelos princípios teóricos de Winckelmann, Milizia e outros, cujas doutrinas se encontram na base da nascimento neoclássico.

                    

Seus primeiros trabalhos do período romano, como Teseu e o Minotauro , e demonstrar o domínio técnico e perfeição no acabamento de seu costume. Na verdade, todas as suas obras foram o resultado de uma longa preparação, execução em um quase artesanal ao pormenor. 

                         

Não era um escultor Canova cinzel nascido e fácil, mas que foi forjada através do estudo e do trabalho, através da prática diária de desenho, por exemplo, traduzindo-nu aperfeiçoado e superou as deficiências de seus primeiros estudos anatômicos.

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Em seu estudo mostrou uma enorme atividade romana, a fim de atender a todos os pedidos que recebeu de as personalidades mais destacadas da época, de Napoleão a Catarina, a Grande, da Rússia. Já era então o principal escultor de estilo neoclássico, com a condição que tem sido perpetuada pela figura na história da arte.

          

O nome Canova está associado essencialmente a esculturas em mármore perfeito acabamento e polimento, que encarnam o ideal de beleza e é frio e distante, livre expressão de qualquer sentimento ou constrangimento. 

                        

Este escultor, que interpreta um sabor maravilhoso de seu tempo, capturou a beleza natural em repouso, livre de qualquer movimento espontâneo e um simples preto e branco e contrastando fortemente com a fase anterior.

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                            O Museu Canoviano em Possagno (memória)

Neste matricular suas duas criações mais famosas: o retrato da irmã de Napoleão, Pauline Borghese, e asTrês Graças . Pauline Borghese como Vênus é esculpida em um sofá, com as características de elegância e leveza de Canova. 

           As jogadoras de astrágalo, têmpera, c. 1799. Museu Canoviano, Possagno.

As Três Graças encarnar o nu feminino em toda a sua perfeição, e neles o artista parece refletir algo de seu mundo interior.

               Sleeping Nymph', Antonio Canova, 1820-1824. Museum no. A.30-1930

A Canova também é creditado como  profundamente renovou o gênero do túmulo monumental, graças àqueles que esculpiu para o Papa Clemente XIII e Clemente XIV. 

           Madalena penitente- versão do Hermitage- sem a cruz sobre as mãos

Entre os muitos oficiais que faziam efígies é particularmente famosa a Napoléon nu , ilustração justo dos ideais neoclássicos. Sua fama como um artista abriu muitas portas e fez dele um homem muito influente, que o Papado encomendou algumas missões delicadas, como a recuperação de obras de arte saqueadas por Napoleão.

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

ANTÔNIO CÂNDIDO GONÇALVES CRESPO - BIOGRAFIA

                              
                                                       ANTÔNIO CÂNDIDO GONÇALVES CRESPO

Poeta, tradutor e deputado português, nascido no Brasil. Filho de um comerciante português e de uma mestiça brasileira, veio para Portugal com catorze anos de idade. 

Estudou na Universidade de Coimbra, onde se formou em Direito, em 1875. Foi considerado o introdutor do parnasianismo em Portugal, colaborando na publicação A Folha, instrumento divulgador do ideal estético daquele movimento. 

Assinou artigos em vários jornais e participou no salão da escritora Maria Amália Vaz de Carvalho, com quem casaria mais tarde. 

Aqui aproveitou para se dar a conhecer nos meios mundanos das letras e da política, abrindo-se-lhe as portas para uma carreira de deputado. 

A sua poesia revela influências dos poetas franceses (Théophile Gautier, Leconte de Lisle, Sully Prudhomme, Verlaine, Mallarmé e Baudelaire), sendo marcada pelo uso de descrições realistas e exactas e uma extrema preocupação a nível estilístico. Em alguns dos seus poemas a influência parnasiana coabita com certos lugares comuns ultra-românticos (tema, figuras históricas e acontecimentos contemporâneos). 


Gonçalves Crespo cantou as saudades do Brasil e da mãe, que se manteve por lá, em poemas doridos e angustiados, como o soneto «Mater dolorosa», mas cantou também o mar e os grandes feitos dos navegadores portugueses em Camoniana. 

Publicou dois livros de poemas, Miniaturas (1871) e Nocturnos (1872), que se encontram reunidos nas Obras Completas (1897) do autor, com prefácio de Teixeira de Queirós e Maria Amália Vaz de Carvalho.

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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

ANTONIO BERNI - BIOGRAFIA

                                             


                                                               ANTONIO BERNI

O pintor argentino Delesio Antonio Berni nasceu em Rosário, província de Santa Fé, a 14 de Maio de 1905. 

Foi um extraordinário artista que representou na sua pintura a época em que viveu, caracterizada por um forte conteúdo social e político. 

A obra deste pintor teve grande influência nos acontecimentos históricos que viveu ao longo da sua vida. Antonio Berni faleceu em Buenos Aires, a 13 de Outubro de 1981.

                             
                                         A FOGUEIRA DE SÃO JOÃO


O argentino Delesio António Berni, juntamento com o brasileiro Candido Portinari e o mexicano Diego Rivera, formaram o grupo de arte político-social da América Latina.


                                       
                                                       MAU SINAL


Um dos pintores mais expressivos do século passado, com conteúdo descritivo e estético revolucionários nas artes plásticas. Entre 1955 e 60, expôs em Paris, Varsóvia, Bucareste, Moscou e Praga e foi laureado na Bienal Internacional de Gravura de Liubliana, Iugoslávia, e de Cracóvia, Polónia.


                                     
                                                         A MULHER DO SUÉTER VERMELHO


“A arte de misturar xilogravuras e colagens e o padrão que aplicou às gravuras deram-lhe um lugar de destaque na vanguarda modernista, junto com a temática social que permite compreender o cotidiano das cidades latinas, seus costumes e mitos regionais”. Explica a directora de uma galeria onde a obra de Berni esteve exposta.



                                 
                                                                     DESEMPREGADOS


A série «A obsessão da Beleza», de 1975, corresponde a um tempo obscuro da história argentina, de golpes militares e de crise sócio-económica. Já a série de serigrafias é uma alegoria que imprime seu impiedoso sarcasmo ao descrever as torturas do regime ditatorial aos sacrifícios a que as mulheres se submetem para tornarem-se belas.



                               
                                                     MANIFESTAÇÃO


Nasceu em 1905, em Rosário, filho de pai italiano e mãe argentina. Iniciou os estudos de desenho aos 11 anos e, aos 15, fez a sua primeira exposição individual. Em 1925, viajou, como bolsista para Madrid e mais tarde estabeleceu-se em Paris, onde estudou com André Lhote e Othon Friesz. Aqui brota o fascínio pelas ideias socialistas e o surrealismo. De volta à Argentina em 1930, expôs obras surrealistas em Buenos Aires.


                                      
                                                          DESOCUPADO


Numa outra série denominada «Assemblages», cheia de personagens, usa material das ruas combinados com colagem para expressar preocupações do período realista.


                                            
                                                     JUANITO LAGUNA

Antonio  Berni morreu em Buenos Aires, a 13 de Outubro de 1981.


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sábado, 21 de setembro de 2013

BÉLA BARTÓK - BIOGRAFIA

             

                    Bartók : Sem modismos, inovação na música Húngara
25 de março de 1881, Nagyszentmiklós (Hungria), hoje Sânnicolau Mare (Romênia) 
26 de setembro de 1945, Nova York (EUA)
                                            
Béla Viktor János Bartók aprendeu música e piano com a mãe, a partir dos cinco anos. Aos oito, perdeu o pai. Estabeleceu-se desde 1894 em Pozsony, um centro cultural importante, onde fez estudos musicais regulares, embasamento técnico de sua atividade criativa.

Bártok realizou, a partir de 1905, em companhia de seu amigo Zoltán Kodály, a pesquisa sistemática da música popular húngara, revelando-a completamente diversa da que se divulga como tal, ocidentalizada e bastante desfigurada pelos músicos ciganos.

Esse levantamento, criterioso e objetivo, daria a matéria-prima fundamental de sua obra, particularmente de 1926 em diante, quando esta amadurece e adquire feição inteiramente original.

Anteriores a esse período, não obstante de mérito e importância indiscutíveis, são os quartetos para cordas nº 1 e nº 2, bem como inúmeras peças para piano, entre as quais o célebre "Allegro barbaro", e a ópera em um ato "O Castelo de Barba Azul", cuja rejeição, por parte do público e de organizações musicais da Hungria, levou o compositor a fundar, juntamente com Kodály e outros jovens, a Sociedade Musical Húngara, infelizmente de curta duração.

Seguem-se o bailado "O mandarim milagroso" e as duas sonatas para violino e piano, produções em que a tonalidade se apresenta progressivamente mais livre e se afirma uma forte tendência, expressionista, que se abrandaria na "Suíte de danças", composta especialmente para as festas de celebração do 50º aniversário da união das cidades de Buda e Pest.

A pouca receptividade dos conterrâneos e do público em geral para com as produções mais acentuadamente modernas do mestre húngaro se reduz ao final da Primeira Guerra Mundial, quando suas obras são publicadas e ele se dedica, ainda mais ativamente, à obstinada prospecção folclórica não apenas da Hungria, como da Bulgária, da Eslováquia e da Romênia.
 

Obras geniais


Alguns anos depois se inicia a fase de maior fecundidade em toda a sua carreira. Surge o "Concerto para piano nº 1", estranho, profundamente individual, o "Quarteto para cordas nº 3", de inusitado expressionismo em um único movimento, o "Quarteto para cordas nº 4", a "Cantata profana" e o "Concerto para piano nº 2".

Bartók se encontra, então, em plena posse de suas características e recursos mais notáveis. Sua música adquire uma vitalidade como que atávica, onde as raízes e ressonâncias telúricas, as aspereza dos ritmos, o tom instintivo e bárbaro recebem, todavia, um tratamento de extremo rigor e artesanal severidade nas técnicas adotadas.

O compositor virtualiza, recria em novas bases o manancial anônimo e popular, edificando uma linguagem de música erudita que, por um lado, preserva a densidade essencial de um inconsciente coletivo e, de outro lado, se submete a uma disciplinada e vigorosa consciência estética.

Bartók filtrou e sintetizou o que de melhor existia, no seu tempo, de técnica e estilística musical. Nesse sentido, fundiu a uma longa tradição de música universal os elementos de sua valiosíssima vivência particular, após todo o processo de catalisação cultural a que soube submetê-la.

É de 1934 o "Quarteto para cordas nº 5", uma de suas obras-primas, a de mais fascinante modernidade, trazendo o clímax da técnica de contraponto que o compositor vinha desenvolvendo sobretudo nos últimos oito anos.

Nos anos seguintes, comporia, dentre outras peças magistrais, o "Concerto para violino", em que a pujança e a delicadeza se contrastam, se completam, a cada instante, com uma originalidade admirável.

Autenticamente democrata, Bartók recusa-se a permanecer em seu país quando o nazismo se instala no poder. Em 1940 estabelece-se nos EUA. Em 1945, precário de saúde e de bens materiais, não deixou de compor e trabalhar no hospital onde morreu.

Levaria, contudo, ainda algum tempo para que o mundo pudesse ver em Bartók, na qualidade de uma invenção e inovação musical poderosamente mergulhada nas raízes de sua terra, na indiferença a todos os modismos, nas novas sonoridades de sua orquestração, assim como no rigor intelectual, e na estrita honestidade artística, um dos maiores gênios musicais da primeira metade do século 20, e um dos mais completos de todos os tempos.

Enciclopédia Mirador Internacional
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terça-feira, 17 de setembro de 2013

ANTÔNIO BANDEIRA - BIOGRAFIA

                                             
                                       ANTÔNIO BANDEIRA
Nasceu em Fortaleza - Ceará - Brasil, em 1922.
Fundou com os pintores de Fortaleza o centro cultural cearense de Belas Artes, até hoje S.C.A.P. (Sociedade de Artes Plásticas), onde realizavam exposições permanentes e faziam um "Salão". Em 1945 vem para o Rio de Janeiro, sendo distinguido pelo adido cultural da França com uma bôlsa de estudos em Paris aos auspícios do governo francês, depois de ter apresentado uma mostra individual no Instituto de Arquitetos do Brasil.
                                      
Desenha no atelier do Professor Narbone e grava no do Professor Galanis, na "École Nationale Supérieure des Beaux Arts", desenha livremente na "Académie de la Grande Chaumiere". Pinta sòzinho na "Cité Universitaire", na mansarda (água-furtada) do Quartier Latin e no atelier do Parc Montsouris, frequentando os pintores de Montparnasse. 
                                  
Passa a frequentar Saint-Germain des Prés, ligando-se a Wols e Bryen, e formam o "BANBRYOLS" (Ban de Bandeira, Bry de Bryen e Ols de Wols), grupo que realmente nunca expôs junto devido à morte do último componente. 
Até 1950 vive completamente integrado entre os pintores da chamada "École de Paris".
                                           
Volta ao Brasil, onde expõe e executa pinturas murais até 1954. Ganha o Prêmio de Viagem ao País no Salão de Arte Moderna. Regressa a Europa com o Prêmio Internazionale Fiat di Torino, obtido na II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. 
                                                
Instala-se definitivamente em Paris, com uma estadia em Bruxelas durante a Exposição Internacional de 1958.
Em 1959 volta ao Brasil. Em 1960 inaugura com uma exposição individual o Museu de Arte Moderna da Bahia e toma parte na delegação brasileira à Bienal de Veneza. Expôs no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, na 5ª Bienal de São Paulo e na XXX Bienal de Veneza.
                                               
Depois da primeira exposição de Fortaleza, em 1942, Antônio Bandeira participou das maiores exposições coletivas internacionais; das Bienais de Veneza e de São Paulo, do Salon de Mai, do Salon Realités Nouvelles, "de 50 anos de Pintura Abstrata", do "Salon D'Art Libre", bem como tem realizado exposições individuais em Paris, Londres, New York, estando suas obras espalhadas em museus e galerias européias e americanas e em várias coleções particulares.

(TEXTO DE ANTÔNIO BANDEIRA)
Primeiro me deram de presente as nuvens, depois um sunga de veludo vermelho, e aí começou a nascer uma liberdade imensa.
Infância girou em tôrno de árvore, era um sólido f'lamboyant vermelho, preto e amarelo que um dia se tornaria em quadro, ou melhor, em seqüência dêles, em pintura, talvez.


Nesse momento nuvens, mar e árvore já formavam um crepúsculo plástico, um nascimento ou uma morte, uma natividade.

A feia humanidade viria depois, e aureolada com os feitos da vida - sofrimento e glória - nem era tão feia assim.

Houve até uma compaixão pictórica, tudo se metamorfoseava em belo. 
A escôlha dos temas enchia o coração do homem e a superfície da tela.
Com o correr dos tempos tôda essa humanidade foi se dando a mão, formando ciranda, como uma linha, uma geometria, um desenho, até se tornar em quadro, digo pintura, porque um quadro é um antecedente do quadro presente, continuando no quadro que vem depois. 
Uma visão do passado, presente e futuro, cadinho de emoções. E falando em cadinho me vem logo à mente a fundição de meu pai, cadinho de raças, carinho de ferro e bronze, carinho também de carne e alma.
Falando ainda em cadinho creio que fundindo homens e bichos, cidades, trens, navios, árvores e lixo, remexendo bem como no disco de Newton, se poderá conseguir uma confusão ou receita psicoplástico-poética que não é nada e é tudo. Diante dessa emoção o homem não deve rir nem chorar, apenas ficar calado. Assim como chuva, nuvens e balão, da guerra não, do céu caindo, sôbre as flores, pela escada, pelo chão, uma mulher parindo.
Depois vem a grande cidade (estamos nela sempre), mas guardamos e conversamos sempre uma certa paisagem longínqua. Infância, objetos, música, perfumes, sêres passados acontecidos ou vividos, ficam eternamente conosco, como conteúdo vivo, como pureza. 
A imensa cidade do dia e da noite, entre atormentada e tranqüila, próxima e distante - para sofrimento e pedaços de felicidade nossa - essa mesma cidade, que as vêzes de tão grande que é, vira uma pequena província.
O campanário de Saint-Germain des Prés recordando as vêzes um outro, o da Igreja de São Benedito, de Fortaleza, onde íamos jogar bola de pano, aproveitando da sombra mansa do oitão do Templo (e nem sabíamos que estávamos num Templo... só hoje). "Lá Tonnelle", o "Bistrot" dos Clochards", com plantas verdinhas parecendo a latada de maracujá do quintal lá de casa. Era verão, havia pombas no chão. Paris era lindo, mais que lindo: era cruel e humano.
Agora vem o vazio, à noite, o minuto da criação, a função da inspiração e transpiração dosada de poesia, o equilíbrio físico e moral. 
A superfície vírgem deve dialogar com o homem.
Devemos purificar, sofrer, rasgar, acarinhar, transformar a matéria vegetal. 
Água ou óleo ou terebentina ou espátula ou pincel amolece, açoita, martiriza a superfície em criação. 
É quase roupa branca se amoldando à manufaturação do homem. 
O enxugamento, o quarador, a côr, o sol, o cérebro, a mão, e enfim o sentimento de uma mensagem transmitida.

Antônio Bandeira
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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

AUGUSTE HERBIN - BIOGRAFIA

                                           
                                                                     AUGUSTE  HERBIN

Auguste Herbin, filho de um operário, nasceu em uma pequena aldeia perto da fronteira com a Bélgica em 29 de abril de 1882. 

Este fundo é refletida na pintura do artista francês do norte com sua abordagem racional e caráter explícito da classe trabalhadora. 

                                      

Antes de se estabelecer em Paris, onde ele entrou para os impressionistas e, posteriormente, os fauvistas, Herbin assistiram à Ecole des Beaux Arts de Lille a partir de 1900 em diante. 
                                       
                                          

Seu estúdio foi situado ao lado de Braque e Picasso, permitindo um estudo aprofundado do cubismo, o que resultou em primeiras pinturas cubistas em 1913. 

                             

Em 1917, ele mudou-se para, numa fase geométrica abstrata antes gradualmente descobrindo Construtivismo. Houve uma curta interrupção nesse desenvolvimento, em 1922, quando o pintor retornou brevemente à pintura figurativa. 

                                          

Em 1929 Herbin foi co-fundador do 'Salon des Surindépendants ". Dois anos depois, ele fundou a associação artista "Abstraction-Création", juntamente com Vantongerloo com quem ele publicou Almanach do grupo até 1937. 

                                         

Depois da guerra, o artista foi o co-fundador e vice-presidente - a partir de 1955, também o presidente - do "Salon des Réalités Nouvelles". De 1938 a sua participação no Trecento italiano levou a Herbin, um estilo de pintura estritamente bidimensional mais concreto com formas geométricas simples. 

                                              

Em 1946 foi desenvolvido o 'alfabeto plastique', um sistema de composição com base na estrutura de cartas. Ele publicou este sistema de composição, bem como as suas teorias de cores - em parte derivado do Goethe 'Farbenlehre' - em seu "L'art non-figuratif não objectif 'em 1949. 

A paralisia lateral, em 1953, obrigou o artista a aprender pintura com a mão esquerda. 

Abordagem de arquitetura típica do Herbin e seus efeitos de cor fez o seu trabalho de pré-guerra amplamente conhecido no mundo da arte internacional - um sucesso que continuou após a guerra. 

Herbin obras expostas na documenta nos anos 1955-1972. Havia uma grande exposição no Museu Guggenheim, em Nova York, em 1979, e teve trabalhos na exposição 'Positionen Unabhängigen Kunst in Europa hum 1937' no Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, em Düsseldorf em 1987. 

Herbin morreu em Paris em 31 de janeiro de 1960. Uma pintura permaneceu inacabado - era chamado 'Fin'.


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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

AUGUSTO DOS ANJOS - BIOGRAFIA

                                            
                                                                  AUGUSTO DOS ANJOS

Augusto dos Anjos nasceu no engenho Pau d'Arco, no município de Sapé, estado da Paraíba. Foi educado nas primeiras letras pelo pai e estudou no Liceu Paraibano, onde viria a ser professor em 1908. Precoce poeta brasileiro, compôs os primeiros versos aos 7 anos de idade.

Em 1903, ingressou no curso de Direito na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1907. Em 1910 casa-se com Ester Fialho. Seu contato com a leitura, influenciaria muito na construção de sua dialética poética e visão de mundo.

Com a obra de Herbert Spencer, teria aprendido a incapacidade de se conhecer a essência das coisas e compreendido a evolução da natureza e da humanidade. De Ernst Haeckel, teria absorvido o conceito da monera como princípio da vida, e de que a morte e a vida são um puro fato químico. Arthur Schopenhauer o teria inspirado a perceber que o aniquilamento da vontade própria seria a única saída para o ser humano. E da Bíblia Sagrada ao qual, também, não contestava sua essência espiritualística, usando-a para contrapor, de forma poeticamente agressiva, os pensamentos remanescentes, em principal os ideais iluministas/materialistas que, endeusando-se, se emergiam na sua época.

Essa filosofia, fora do contexto europeu em que nascera, para Augusto dos Anjos seria a demonstração da realidade que via ao seu redor, com a crise de um modo de produção pré-materialista, proprietários falindo e ex-escravos na miséria. O mundo seria representado por ele, então, como repleto dessa tragédia, cada ser vivenciando-a no nascimento e na morte.

Dedicou-se ao magistério, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde foi professor em vários estabelecimentos de ensino. Faleceu em 12 de novembro de 1914, às 4 horas da madrugada, aos 30 anos, em Leopoldina, Minas Gerais, onde era diretor de um grupo escolar. A causa de sua morte foi a pneumonia.

Durante sua vida, publicou vários poemas em periódicos, o primeiro, Saudade, em 1900. Em 1912, publicou seu livro único de poemas, Eu. Após sua morte, seu amigo Órris Soares organizaria uma edição chamada Eu e Outras Poesias, incluindo poemas até então não publicados pelo autor.


CURIOSIDADES:

01 - Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Cruz do Espírito Santo, 20 de abril de 1884 - Leopoldina, 12 de novembro de 1914) foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Mas muitos críticos, como o poeta Ferreira Gullar, concordam em situá-lo como pré-moderno.

02 - É conhecido como um dos poetas mais críticos do seu tempo, e até hoje sua obra é admirada tanto por leigos como por críticos literários.

03 - É patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras, que teve como fundador o jurista e ensaísta José Flósculo da Nóbrega e como primeiro ocupante o seu biógrafo Humberto Nóbrega, sendo ocupada, atualmente, por José Neumanne Pinto.


04 - Um exemplar do Eu faz parte da biblioteca da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, por causa dos termos científicos que Augusto dos Anjos utilizava em suas composições.

05 - Eu e outras poesias" (disponível gratuitamente em PDF) é a reunião do livro "Eu" (publicado em vida) a outras poesias que foram acrescentadas postumamente à obra.



OBRA POÉTICA

A poesia brasileira estava dominada por simbolismo e parnasianismo, dos quais o poeta paraibano herdou algumas características formais, mas não de conteúdo. A incapacidade do homem de expressar sua essência através da "língua paralítica" (Anjos, p. 204) e a tentativa de usar o verso para expressar da forma mais crua a realidade seriam sua apropriação do trabalho exaustivo com o verso feito pelo poeta parnasiano. A erudição usada apenas para repetir o modelo formal clássico é rompida por Augusto dos Anjos, que se preocupa em utilizar a forma clássica com um conteúdo que a subverte, através de uma tensão que repudia e é atraída pela ciência.

A obra de Augusto dos Anjos pode ser dividida, não com rigor, em três fases, a primeira sendo muito influenciada pelo simbolismo e sem a originalidade que marcaria as posteriores. A essa fase pertencem Saudade e Versos Íntimos. A segunda possui o caráter de sua visão de mundo peculiar. Um exemplo dessa fase é o soneto Psicologia de um Vencido. A última corresponde à sua produção mais complexa e madura, que inclui Ao Luar.

Sua poesia chocou a muitos, principalmente aos poetas parnasianos, mas hoje é um dos poetas brasileiros que mais foram reeditados. Sua popularidade se deveu principalmente ao sucesso entre as camadas populares brasileiras e à divulgação feita pelos modernistas.

Hoje em dia diversas editoras brasileiras publicam edições de Eu e Outros Poemas.


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