Harry Houdini, o maior escapista de todos os tempos
Muito atlético, Erik foi trapezista e corredor de cross-country durante a juventude, até que escolheu seguir carreira como mágico. Como era grande admirador do mágico francês Jean Eugene Robert-Houdin, homenageou seu ídolo assumindo o nome artístico de Harry Houdini.
O nome artístico "Houdini" foi uma homenagem ao grande mágico francês Robert-Houdin
Houdini no início da carreira
Apenas mais um mágico fazendo truques simples
Sua verdadeira vocação apareceria pouco depois...
Depois de um tempo investindo em truques com cartas em pequenos e pouco rentáveis espetáculos, seguiu o conselho de um amigo que vira sua habilidade em escapar de algemas, e sugeriu que o agora "Houdini" fizesse shows de escapismo com este apetrecho.
Houdini já com sua diversão favorita: escapar de algemas, cadeados e correntes
Foi neste momento que a carreira de Houdini deslanchou. Seus shows onde escapava de vários tipos de algemas chamaram a atenção, proporcionando uma bem sucedida temporada em feiras nos Estados Unidos, onde conheceu Bess, a mulher que estaria ao seu lado como esposa e assistente de palco durante o resto de sua vida.
Houdini com sua mãe e com a esposa Bess, o grande amor de sua vida
Houdini em cartaz russo
Em quase todas as cidades que chegava, pedia que os policiais locais o trancassem nas celas da cadeia, para provar sua habilidade de escapismo. Em Moscou, escapou de um vagão de transporte de prisioneiros, cuja única chave ficara na Sibéria, para onde ele teria que viajar caso não conseguisse se libertar.
Na cidade alemã de Colônia, processou um policial que declarou que Houdini se libertava dos desafios através de subornos, e ganhou a causa quando abriu o cofre pessoal do juiz.
As performances de Houdini atraiam multidões
Em um desafio aquático em Rhode Island em1917, foram 80 mil pessoas
O truque da "Lata de Leite"
Com seus shows atraindo cada vez mais público, Houdini sofisticou de formas inimagináveis os truques.
Em 1901, criou o truque da "Lata de Leite", onde era amarrado e trancado dentro de uma grande lata de leite cheia de água. Durante 4 anos ele usou este truque, sofisticando-o a ponto de usar uma lata de leite dentro da outra.
Em 1905, quase não conseguiu se livrar das algemas criadas especialmente para ele
Em 1905, foi desafiado na Inglaterra a escapar de um conjunto de algemas especiais que foram feitas por um especialista, que levou 7 anos para aperfeiçoá-las. No ato que Houdini sempre dizia ter sido o mais difícil de sua carreira, conseguiu abrí-las em 1 hora e dez minutos. Em biografias conta-se que ele não conseguiria abrir aquelas algemas se sua esposa não o tivesse ajudado, passando-lhe a chave que roubara de um dos organizadores minutos antes, através de um beijo de incentivo depois de 1 hora sem nenhum progresso.
A "Câmara de Tortura da Água Chinesa". Seu truque mais famoso
Em 1912, Houdini criou o que talvez seja o mais emblemático e famoso truque de escapismo de todos os tempos, conhecido como "A Câmara de Tortura de Água Chinesa", uma cela de vidro e aço que era cheia de água, onde Houdini era colocado de cabeça para baixo, preso pelos pés. Motivo de fascínio de muitos mágicos, este truque só viria a ser realizado novamente em 1975.
"Enterrado Vivo", um truque que quase custou-lhe a vida
Como toda pessoa que vive permanentemente testando seus limites, Houdini algumas vezes cometeu erros, e o maior deles talvez tenha sido o truque chamado "Enterrado Vivo", realizado em 1915 na cidade californiana de Santa Ana. Houdini foi colocado algemado em uma sepultura de cerca de 1,80m de profundidade, e literalmente enterrado vivo. Depois de alguns minutos uma mão emergiu da terra, e Houdini foi puxado quase inconsciente para fora do local que por pouco não se tornaria sua real sepultura. Depois de recuperado, Houdini declarou que não pensara no peso de quase dois metros de terra sobre seu corpo, que tornaram a fuga quase impossível.
Foto do New York Times onde Houdini desmascara médium
Em 1920, quando a Sociedade Científica Americana ofereceu um prêmio em dinheiro para quem comprovasse habilidades sobrenaturais de comunicação com o além, Houdini foi convocado para compôr o "júri" que decidiria a veracidade. Como ilusionista, ele conhecia a maioria das técnicas usadas para ludibriar as multidões, isto lhe permitiu desmascarar alguns candidatos ao prêmio.
Foto forjada por Houdini para mostrar como este tipo de imagem podia ser criada
Este trabalho lhe trouxe muitas inimizades
Porém, impressionado com a experiência "mediúnica", Houdini combinou com sua esposa uma "senha secreta" para contatos sobrenaturais, para que fosse usada caso quisessem conversar desde o "além". A senha era a frase de uma peça que Bess interpretava quando se conheceram.
Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes
Um amigo que virou desafeto
Isto lhe rendeu mais fama e alguns inimigos bem famosos, sendo o principal Sir Arthur Conan Doyle, o escritor que criou Sherlock Holmes, que tinha sido um grande admirador e amigo de Houdini, mas por acreditar piamente na comunicação com a "além" através de experiências mediúnicas, ficou tão decepcionado com as revelações de Houdini que escreveu que o mágico era um grande médium que tinha sido contratado para "bloquear" os outros, para que os segredos sobrenaturais que ele conhecia não fossem revelados. Conan Doyle rompeu a amizade com Houdini para sempre.
Harry Houdini: o ilusionista que só não conseguiu enganar a morte
Numa noite de outubro de 1926, o célebre ilusionista Harry Houdini estava sentado confortavelmente em um sofá do Princess Theatre em Montreal depois de mais uma performance, quando um jovem estudante chamado J. Gordon Whitehead aproximou-se para perguntar se era verdade que Houdini podia levar qualquer soco acima de sua linha linha de cintura, com exceção da cabeça, sem sofrer nenhum dano.
Houdini alardeava que poderia levar qualquer soco sem machucar-se
Isto acabou lhe custando a vida
Houdini respondeu afirmativamente e aceitou ser golpeado pelo estudante, e apesar do cansaço causado pelos shows constantes, levantou-se para preparar-se para mais uma demonstração. Porém, quando ainda estava se levantando, antes de preparar os músculos abdominais, levou inesperadamente três socos traiçoeiros de Whitehead, que treinava boxe na Universidade. O mágico reclamou que o jovem deveria ter aguardado, mas não demonstrou as dores angustiantes que estava sentindo. O que nenhum dos presentes sabia era que Houdini há dias sofria sintomas de uma apendicite, mas não queria interromper seus shows para ir ao médico.
Aqueles três socos provavelmente romperam o apêndice do ilusionista, e causaram uma peritonite, que é a infecção generalizada do peritônio, membrana que recobre a cavidade abdominal. Como não existiam antibióticos na época, este tipo de infecção geralmente era fatal.
Houdini, já bem mais velho, ainda com suas inseparáveis algemas
Apesar de todo o esforço para fazer os shows da turnê, alguns dias depois Houdini foi internado e faleceu em 31 de Outubro de 1926, aos 52 anos de idade, alguns dias após o fatídico encontro com Whitehead.
O Funeral de Houdini em Nova iorque - 1926
Mais de 2.000 pessoas compareceram ao funeral realizado em Nova Iorque, que reverenciou o húngaro de Budapeste batizado sob o nome de Erik Weisz, que para maior identificação com seu público no início da carreira, mudou seu sobrenome para Weiss e dizia ter nascido em Appleton, Wisconsin.
Houdini em 1890, exibindo suas medalhas de atletismo
Foi uma morte inesperada para o consagrado ilusionista e escapista que desde muito jovem descobrira sua habilidade para abrir cadeados, que como sua própria mãe contava, já destravava secretamente as trancas dos armários da cozinha para ter acesso às guloseimas.
A única foto de J. Gordon Whitehead (direita) foi tirada em 1950 em Montreal
Ele nunca se pronunciou sobre o acidente. Teria mesmo sido ele o "homem que matou Houdini" ?
Portanto, se um arrepio frio percorrer sua espinha, e ouvir um sussurro dizendo "Rosabelle believe", não perca a chance de conversar com o maior ilusionista de todos os tempos...
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