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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

JOÃO CUTILEIRO - BIOGRAFIA

                     
                                                  João Pires Cutileiro

Nasceu em Lisboa a 26 de Junho de 1937 , no seio de uma família da média burguesia, ilustrada com sentimentos anti-fascistas.

A mãe de João, Amália, era natural de Pavia (Alto-Alentejo), mas cedo foi viver para Évora, onde conheceu José Cutileiro, um eborense que acabou por se tornar seu marido. O casal teve três filhos e João é o segundo deles.
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João Cutileiro teve uma infância e adolescência felizes, onde as viagens eram uma constante, por causa da profissão de seu pai, médico pertencente à Organização Mundial de Saúde. 
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Assim, em 1941, com apenas quatro anos de idade, João vai juntamente com a família para os Açores, onde seu pai, então médico militar, havia sido colocado. Vive dois anos na Ilha Terceira, da qual guarda muito boas recordações. O regresso ao continente dá-se em 1943.
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Em Lisboa a família Cutileiro vivia na Av. Elias Garcia, numa casa afamada por ser frequentada pela chamada "intelligentsia", ou seja, frequentada por boa parte das personalidades que desenhavam o panorama intelectual português da altura. Celestino da Costa, Estrela Faria, Vieira da Silva, Abel Manta, Avelino Cunhal, Lopes Graça, António Pedro, entre outros. É este mesmo António Pedro que, em 1946, convida Cutileiro para ir desenhar para o seu atelier. 
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Durante esta experiência, que durou dois anos, o escultor aproveita para contactar com artistas, escultores e críticos interessados pelo Surrealismo. 
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Entre 1949 e 1951, Cutileiro frequenta o estúdio de Jorge Barradas, onde modela, pinta e executa vidrado de cerâmica. Aborrecido dessa experiência, muda-se para o atelier de António Duarte, onde passa os dois anos seguintes como assistente voluntário de canteiro. 
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É neste período que se dá a iniciação de Cutileiro à pedra pois o seu trabalho no atelier de António Duarte era o de ampliar os modelos do mestre canteiro (o mestre José), passá-los a gesso e traduzir esses gessos para o mármore. 
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Com António Duarte, Cutileiro aprendeu ainda que jamais devia dividir a sua produção artística em, por um lado, peças académicas-oficiais (como fonte do seu rendimento) e, por outro lado, obras feitas para seu exclusivo prazer pessoal.
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Aos catorze anos, em 1951, Cutileiro faz a sua primeira exposição individual, realizada em Reguengos de Monsaraz (Alto Alentejo), numa loja de máquinas de costura, apresentando peças de escultura, cerâmica, aguarelas e pinturas.
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João Cutileiro fez o liceu no Colégio Valsassina onde, influenciado pelos amigos e pelo ambiente que respirava em sua casa, decide ingressar no MUD JUVENIL. 
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A sua face política mostra-se novamente mais tarde, nos anos 60, quando Cutileiro passa pelo Partido Comunista: ele entra e rapidamente sai, porque a "célula" a que pertencia se desmanchou e os contactos se perderam.
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Em 1951, quando ia a caminho de Kabul (Afeganistão), onde seu pai esteve a trabalhar durante um ano, João Cutileiro passa por Florença, onde toma contacto com a obra de Miguel Ângelo. 
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Foi uma visão que não mais esqueceu e que lhe fez aumentar a certeza de que queria fixar-se na Escultura (certeza essa que teve aos seis anos de idade, quando esculpiu um presépio). 
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Na volta de Kabul matricula-se, então, na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (E.S.B.A.L.), sendo seu professor Leopoldo de Almeida.
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A frequência de apenas dois anos na E.S.B.A.L., 1953-1954, foi suficiente para lhe provar o que há muito suspeitava: em Portugal qualquer pesquisa era travada e o bronze era o único material considerado "digno" para escultura. 
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Não havia espaço para a criatividade e experimentalismo, que tanto caracterizam a sua personalidade artística. Sentindo-se constrangido pela mentalidade portuguesa, Cutileiro decide sair do país. É então levado pela mão de Paula Rego até à londrina Slade School of Art.
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Durante o curso que fez em Londres, entre 1955-59, Cutileiro não só enriquece a sua formação, como desenvolve a sua experiência. De grande importância nesta fase foi Reg Butler, seu mestre de escultura. 
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No ano em que acabou a Slade, Cutileiro recebeu três prémios: composição, figura e cabeça.

Em Londres, onde permaneceu grande parte do seu tempo, mesmo depois de estar formado, Cutileiro casa pela primeira vez, divorcia-se e casa segunda vez, sendo deste segundo casamento que nasceram o Tiago e o João, os seus dois filhos. 
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Nessa altura Cutileiro viveu um período difícil, não só devido às circunstâncias economicas como também porque ganha consciência de que tem de cortar o cordão umbilical que o mantinha muito ligado ao seu grande mestre (Reg Butler). Da sua procura de um caminho próprio resultaram as suas primeiras figuras articuladas (1964).
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Em 1966 Cutileiro começa a usar máquinas eléctricas de corte da pedra, o que lhe permitiu dedicar-se exclusivamente ao mármore. Começam então a surgir, sucessivamente, os torsos, as paisagens, as caixas, as árvores e as flores. 

Entre 1961 e 1971, Cutileiro expôs cinco vezes em Lisboa e uma no Porto.
O ano do regresso definitivo a Portugal foi o de 1970. O local escolhido para viver foi Lagos, no Algarve, onde permaneceu por mais quinze anos da sua vida. 
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É no atelier de Lagos que Cutileiro se empenha na construção das suas primeiras figuras bífidas e da obra mais polémica de toda a sua vida: o "D.Sebastião", erguido na cidade de Lagos, na praça Gil Eanes.
                            

João Cutileiro assume-se como membro da classe burguesa intelectual e tem consciência de que qualquer classe social tem um padrão de gosto que lhe é próprio. Assim, Cutileiro não espera que as pessoas de um grupo social diferente gostem das suas peças, aceitando com naturalidade a incompreensão e a crítica de que elas são alvo. 
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Quando realizou o "D.Sebastião", Cutileiro recebeu críticas ferozes e elogios rasgados. Contudo os elogios davam-se apenas porque o escultor tinha posto fim ao academismo de escultura do Estado Novo, sem que se entendesse o renovar da tradição moderna e a singularidade da obra do escultor. 
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Por provocação, Cutileiro declarou que tinha abandonado a criação artística para se tornar "um fazedor de objectos decorativos destinados à burguesia intelectual do ocidente". Com esta frase irónica, que Cutileiro compara ao "só sei que nada sei" de Sócrates, quis ridicularizar todos os que menosprezavam a sua escultura ou que se julgavam mais escultores do que ele. 
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É que, segundo ele próprio, toda a arte tem uma função decorativa, logo, todos os escultores são manufactureiros de objectos decorativos, não se percebendo o porquê do espanto desses escultores.
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Em 1971 o escultor conquistou uma menção honrosa no Prémio Soquil, em Lisboa. Em 1976 e 1977, as suas esculturas e mosaicos foram apresentados em Wuppertal, Alemanha. Seguiram-se exposições em Évora (1979, 1980 e 1981) e em Dortmund, Alemanha, em 1980. Este ano ficaria ainda marcado por uma exposição em Washington (E.U.A.) e outra na Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa). No ano de 1981 Cutileiro participou no Simpósio da Escultura em Pedra (realizado em Évora) e numa exposição realizada na Jones Gallery, em Nova Iorque.
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O sangue que corre nas veias de Cutileiro é todo Alentejano. Talvez por isso, em 1985, o escultor tenha decidido mudar-se para Évora. Nesta cidade, na sua própria casa, está exposta boa parte da obra multifacetada do escultor. O contacto diário com as coisas que produz permite-lhe uma análise sistemática do que vai fazendo, do caminho a seguir, daquilo que é preciso acrescentar ou do excesso a tirar, quando repete um tema.
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Dos vários temas desenvolvidos pelo escultor, o dos corpos femininos é o mais marcante. "As Meninas de Cutileiro", como alguns lhes chamam ironicamente, têm valido ao escultor (além de muito dinheiro) momentos da mais distinta glória mas também do mais visível desprezo.
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Em 1988 Cutileiro realiza exposições em Lisboa, Macau e Almansil. Em 1989 expõe novamente em Lisboa e Almansil e, em 1990, decide fazer uma retrospectiva da sua arte, através de uma exposição ontológica, realizada em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian. 
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Desta exposição ficou-lhe a desilusão de só ver mostrada uma pequena parte da sua obra e a amarga compreensão de que jamais poderia realizar o sonho de reunir, de uma só vez, tudo aquilo que produziu ao longo do tempo.
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Em 1992 e 1993 o mestre Cutileiro volta a realizar mais exposições individuais, em Bruxelas, Almansil, Luxemburgo, Évora, Lisboa, Guimarães e Lagos. Nos anos seguintes sucedem-se outras exposições.
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Apesar do escultor ter conquistado um lugar invejável no panorama da escultura portuguesas e das suas obras serem hoje muito cobiçadas, depois do "D.Sebastião", muito poucos foram os monumentos de Cutileiro erguidos publicamente. 
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É como se o conservadorismo estético privilegiado pelo Estado Novo ainda se mantivesse vivo na arte estatuária portuguesa.

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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

FRANÇOIS CLOUET - BIOGRAFIA

Pintor francês nascido em Tours, retratista da corte que desenvolveu um estilo altamente polido e sensual na arte do retrato e destacou-se com os retratos alegóricos. Filho de outro famoso pintor francês, o também retratista-chefe da corte Jean Clouet (1485-1541), tornou-se um dos representantes do maneirismo, o naturalismo levado ao máximo de detalhes e efeitos, da Escola de Fontainebleau.
                      
                                                  Banho de Diana 1559/60
Após a morte do pai, sucedeu-o como retratista-chefe da corte (1541) e, embora tenha deixado um trabalho melhor documentado que o do seu pai, parte da autoria da obra familiar é dúbia na autoria, pois ambos usaram durante a carreira o mesmo apelido: Janet. Por exemplo, um dos melhores trabalhos atribuído a ele, o célebre retrato do rei francêsFrancis I, Portrait de François 1er do Département des Peintures, Musée de Louvre, mostrando o rei vestido com um luxuoso doublet dourado, também foi creditado ao seu pai Jean. Essencialmente um retratista, seus trabalhos devidamente assinados mostraram mais traços italianos que quaisquer uma das pinturas de seu pai.
                                   
  Retrato de uma senhora, em um vestido preto
Morreu em Paris e suas telas hoje mais famosas e conhecidas são o retrato de Pierre Quthe (1562) e o misterioso e cativante trabalho alegórico A madame em seu banho (1570) também conhecido como Diane, por ser identificado tradicionalmente como representando Diane de Poitiers, embora muitos pesquisadores encontrem semelhança com Marie Touchet, esposa de Charles IX. 
                                   
Retratos de mulher atribuído ao artista francês François Clouet 1510-1572
Principalmente os encontrados no Musée Condé, em Chantilly. Outras telas valorizadas são François I, rei da França (1540), Charles IX da França (1561) e Elisabeth da Áustria, Rainha da França (1571).
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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

EDOARDO DE MARTINO - BIOGRAFIA

                                             Edoardo de Martino


Edoardo de Martino (Meta, Itália 1838 - Londres, Inglaterra 1912). Pintor, professor. Estuda, na década de 1840, na Escola Naval de Nápoles, Itália. Na mesma cidade, mantém contato com Giacinto Gigante (1806 - 1876), pintor ligado à Escola de Posillipo. De Martino atua como oficial da Marinha de guerra italiana de 1849 a 1855, e depois radica-se em Montevidéu. 

                   Fragata Encouraçada Independência

                          Fragata Encouraçada Independência


Vem para o Brasil em 1868, fixa-se no Rio de Janeiro. Viaja para Porto Alegre para divulgar seus trabalhos e ministrar aulas de pintura para Telles Júnior (1851 - 1914). Como pintor oficial encarregado por dom Pedro II (1825 - 1891), registra em desenhos os acontecimentos da Guerra do Paraguai (1864-1870). 
                   Marinha Botafogo

                                 Marinha Botafogo


Apresenta na 21ª Exposição Geral de Belas Artes, em 1870, as composições Uma Noite ao Luar no Cabo de Horn, s.d., e Passagem de Humaitá por uma Divisão da Esquadra Brasileira na Noite de 19 de Fevereiro de 1868, s.d., e recebe medalha de ouro. 

               O Minas Gerais

                                                        O Minas Gerais


É eleito, em 1871, membro correspondente da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba. Em 1875, muda-se para Londres. Em 1895, é nomeado pintor de marinhas da corte inglesa. Realiza, em toda sua trajetória, quantidade considerável de paisagensmarinhas e pinturas de combates navais.

               Navios Salvando na Guanabara

                                           Navios Salvando na Guanabara

Durante a Guerra do Paraguai, De Martino acompanha os almirantes Barroso e Tamandaré, e registra em desenhos o evento. Depois, realiza uma série de telas sobre as batalhas fluviais, como Bombardeio de Curuzu, s.d., Aprisionamento da Corveta Bertioga, s.d., Passagem do Humaitá, s.d., Combate Fluvial do Riachuelo, s.d., entre outras. Para a historiadora da arte Ana Maria Belluzzo, a pintura de De Martino destaca-se pelos jogos plásticos obtidos por meio de efeitos de luminosidade, e revela a sua preferência por cenas noturnas, que permitem uma maior indefinição das figuras.


O crítico de arte Gonzaga Duque (1863 - 1911) aponta a acuidade do artista na realização das composições, ressaltando que são feitas com paciência, com saber, com escrúpulo. Destaca especialmente um quadro seu, de pequeno formato, em que está representado o navio Independência, no qual "não falta um escaler, uma corda ao aparelho de velame, uma corrente ao cano das fornalhas. É de um desenho minuciosíssimo".
De Martino é visto pelos estudiosos como um documentarista. Procura dar um caráter de veracidade histórica às suas obras ao compô-las com base em fotografias de personalidades eminentes na batalha e, também, de tipos físicos de índios guaranis e de negros e mulatos do Rio de Janeiro.
Notas
 DUQUE-ESTRADA, Luis Gonzaga. A arte brasileira. Campinas: Mercado de Letras, 1995. (Coleção Arte: Ensaios e Documentos). p.138.

Exposições

  • Exposição Geral de Belas Artes (21. : 1870 : Rio de Janeiro, RJ)

    início: 6/3/1870
    Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
    Participante
    Coletiva
  • Exposição Geral de Belas Artes (22. : 1872 : Rio de Janeiro, RJ)

    início: 15/6/1872 - término: 7/7/1872
    Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
    Participante
    Coletiva
  • Exposição Geral de Belas Artes (23. : 1875 : Rio de Janeiro, RJ)

    início: 13/3/1875
    Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
    Participante
    Coletiva
  • Exposição Geral de Belas Artes (25. : 1879 : Rio de Janeiro, RJ)

    início: 15/3/1879 - término: 18/5/1879
    Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
    Participante
    Coletiva
  • Pintores Italianos no Brasil (1982 : São Paulo, SP)

    início: 1982
    Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
    Participante
    Coletiva
  • 150 Anos de Pintura de Marinha na História da Arte Brasileira (1982 : Rio de Janeiro, RJ)

    início: 1982
    Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
    Participante
    Coletiva
  • Fontes de Pesquisa

    FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983. 677 p., il., p&b.
    150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. 490 p., il. color.
    ACQUARONE, Francisco; VIEIRA, Adão de Queiroz. Primores da pintura no Brasil - I. 2.ed. [Rio de Janeiro]: [s.n.], 1942.
    ARTE no Brasil. Introdução Pietro Maria Bardi, Oscar Niemeyer. São Paulo: Abril Cultural, 1982.
    CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Prefácio Carlos Roberto Maciel Levy. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983. 292 p., il. p&b. color.
    PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Apresentação Antonio Houaiss; Texto Mário Barata, Lourival Gomes Machado, Carlos Cavalcanti et al. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. 559 p., il. p&b., color.
    RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Nacional, 1941.
    TORAL, André. Imagens em desordem: iconografia da Guerra do Paraguai (1864-1870). Coordenação editorial Maria Helena G. Rodrigues. São Paulo: Humanitas : USP. FFLCH, 2001.
    DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti. Brasília: INL, 1973-1980. v.2, il., (Dicionários especializados, 5).
    DUQUE, Gonzaga. A Arte brasileira. Introdução Tadeu Chiarelli. Campinas: Mercado de Letras, 1995. 270 p. (Arte: ensaios e documentos).
    DUQUE, Gonzaga. Graves e Frívolos: por assumptos de arte. Lisboa: Clássica, 1910. 164 p.
    EDUARDO de Martino, pintor e marinheiro. Texto de Ana Maria de Moraes Belluzzo; pesquisa Ana Cecília de Arruda Campos. São Paulo: Pancron Indústria Gráfica, 1988.
    TRADIÇÃO e ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1984. 308 p., il. p&b color. 
    BOGHICI, Jean (org.). Missão Artística Francesa e pintores viajantes: França-Brasil no século XIX. Apresentação Michel Oyharcabal. Rio de Janeiro: Instituto Cultural Brasil-França, 1990. 142 p., il. p&b., color.
    150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. 490 p., il. color.
    ACQUARONE, Francisco; VIEIRA, Adão de Queiroz. Primores da pintura no Brasil. 2.ed. [Rio de Janeiro]: [s.n.], 1942. [315] p., 77 pranchas color. 2v.
    ARTE no Brasil. Apresentação de Pietro Maria Bardi e Pedro Manuel. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
    BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
    CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Prefácio Carlos Roberto Maciel Levy. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983. 292 p., il. p&b. color.
    DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: INL, 1973-1980. 4v., il., (Dicionários especializados, 5).
    DUQUE-ESTRADA, Luis Gonzaga. A arte brasileira. Campinas: Mercado de Letras, 1995. (Coleção Arte: Ensaios e Documentos).
    DUQUE, Gonzaga. Graves e Frívolos: por assumptos de arte. Lisboa: Clássica, 1910. 164 p.
    FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983. 677 p., il., p&b.
    OS PINTORES Viajantes - Acervo do Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: Museu Nacional de Belas Artes, 1994. 
    PRIMORES da pintura no Brasil. Francisco Acquarone; A. de Queiroz Vieira. 2. ed. Rio de Janeiro, s. ed. , 1942.
    TORAL, André. Imagens em desordem: iconografia da Guerra do Paraguai (1864-1870). Coordenação editorial Maria Helena G. Rodrigues. São Paulo: Humanitas : USP. FFLCH, 2001. 218 p., il. p&b color.
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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

CLAUDIO MANUEL DA COSTA - BIOGRAFIA

                              

                                                  Claudio Manuel da Costa
Nasceu na cidade de Ribeirão do Carmo (hoje Mariana), em Minas Gerais, no ano de 1729. 
Aos vinte anos foi a Portugal para estudar Direito na faculdade de Coimbra, dividindo as obrigações do curso com a produção literária. Depois de terminada a faculdade, retorna ao Brasil onde exerce a função de advogado na então cidade de Vila Rica (hoje Ouro Preto).
Em Minas Gerais ajudou a fundar a Arcádia Ultramarina com os poetas com Manuel Inácio da Silva, Silva Alvarenga e Tomás Antônio Gonzaga entre outros poetas e intelectuais. Adotou, no ano de 1773, o pseudônimo de Glauceste Satúrnio, sob o qual escreveu a maioria de suas poesias. 
Inspirados pelo pensamento iluminista, os integrantes da Arcádia desenvolveram uma conspiração política contra o governador da capitania, culminando na Conjuração Mineira. Por essa época, sua poesia adquire um tom político e o poeta se mostra preocupado com diversas questões políticas e sociais. O movimento levou seus membros à prisão, sob acusação de lesa-majestade, isto é, de traição ao rei de Portugal. 
Por seu envolvimento na Conjuração Mineira, o poeta foi encontrado morto em sua cela no ano de 1789. A causa da sua morte ainda não foi esclarecida e alguns historiadores acreditam que ele tenha sido morto a mando do Governador, outros, que ele haveria cometido suicídio.
Anos mais tarde, ao final do século XIX, como homenagem, Claudio Manoel da Costa foi escolhido o Patrono da cadeira de número oito da Academia Brasileira de Letras.

Obras
Claudio Manoel da Costa é considerado o primeiro poeta do movimento árcade brasileiro, embora ainda apresente características barrocas em toda a sua obra, principalmente no que diz respeito ao estilos cultista e conceptista utilizados, compondo poemas perfeitos na forma e na linguagem. Por isso, costuma-se dizer que Claudio Manoel da Costa é um poeta de transição entre o barroco e o arcadismo. Além disso, seus poemas têm influência dos versos camonianos.
O início do movimento árcade na literatura brasileira tem como marco a publicação de sua coletânea de poemas intitulada Obras (1768). Diferentemente da produção poética anterior, Claudio Manoel da Costa prioriza o retrato da natureza como um local de refúgio dos problemas da vida urbana, onde o poeta/pastor pode desfrutar da vida rural.
Seus temas giram em torno de reflexões morais e das contradições da vida, além de ter escrito um poema épico, Vila Rica, no qual exalta o bandeirantes, exploradores do interior do país além, é claro, da fundação da cidade de mesmo nome.

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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

HENRI BERGSON - BIOGRAFIA

                                     

 Henri Bergson

Henri-Louis Bergson filósofo, filho de um imigrante judeu de origem polonesa, nasceu em Paris no dia 18/10/1859. Quando era jovem demonstrava notável aptidão para as ciências, ganhou diversos concursos de matemática, mas decidiu optar pela filosofia na École Normale Supérieure. Lecionou em Angers (1881-1883) e depois, até 1888, em Clermont-Ferrand. Doutor em letras desde o ano seguinte, quando retornou a Paris, foi professor no Liceu Henri IV, na École Normale Supérieure e no Collège de France. Faleceu em 04/01/1941 em sua cidade natal.

A filosofia de Bergson se constrói sobre quatro noções fundamentais às noções de duração (durée), memória, impulso (élan) vital, intuição .
A maioria da sua obra foi publicada em Paris por Félix Alcan (de 1945 até os dias atuais: Presses Universitaires de France) na Bibliothèque de Philosophie Contemporaine. Sua primeira obra La Spécialité (A Especialidade) trata-se de um discurso proferido durante a entrega de prêmios do Liceu de Angers, na qualidade de professor de Filosofia, em 3 de agosto de 1882.
Após algumas publicações, em 1889, Bergson conclui sua Tese da Faculdade de Letras da Universidade de Paris, intitulada: Quid Aristóteles de Loco Senserit (O que Aristóteles entendia por topos) e, no mesmo ano, sua Tese de doutoramento, apresentada na Faculdade de Letras de Paris: Essai sur lês donnés immédiates de la concience (Ensaios sobre os Dados Imediatos da Consciência).
Um de seus mais importantes ensaios Matière et Memóire (Matéria e Memória) traduzido em português, que trata sobre a relação corpo-espírito, foi publicado em 1896 e reeditado com introdução inédita em 1910. E em português no ano de 1999, pela Martins Fontes.
Nos anos seguintes, Bergson publicou mais alguns ensaios e conferências, mas foi em 1907 que ele escreveu sua obra prima LÉvolution Créatrice (A Evolução Criadora). Após alguns anos de indicação para candidatura, finalmente em 1927 com aprovação incondicional ao trabalho deste grande filósofo francês, Bergson foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, em que concorriam mais 35 candidatos. Nesta ocasião, ele fora recomendado por inúmeros escritores de renome de seu próprio país. Entre os candidatos estavam escritores importantes como Thomas Mann, que acabava de publicar A Montanha Mágica, Máximo Gorki, Paulo Bourget e a condessa de Noailles.

No Discurso de Recepção, proferido por Hallström por ocasião da entrega do Prêmio Nobel de Literatura a Bergson em 10/11/1928, consta um breve relato do que se constituiu o pensamento de Bergson. “Aquilo que habitualmente designamos sob o nome de tempo, o tempo medido pelo movimento dum relógio ou pelas revoluções solares, é uma coisa inteiramente diversa: constitui apenas uma forma criada por e para o espírito e a ação… é, em suma, uma aplicação da forma do espaço” Para o autor, o tempo é uma realidade indissoluvelmente ligada à vida e ao sujeito. É o ‘tempo vivo’, a duração”. Na sua concepção o “futuro só nasce no momento em que é vivido” (Bergson, 1964:.21).
Nos anos que se seguiram ao Prêmio Nobel da Literatura, Bergson ministrou inúmeras conferências e discursos entre eles L’Énergie Spirituelle ( A Energia Espiritual) – Ensaios e Conferências em 1919; Derée et Simultanéité (Duração e Simultaneidade) – A propósito da teoria de Einstein em 1922 eLa Pensée et el Mouvant ( O Pensamento e o Movente) em 1933. Após a sua morte em 1941 foram publicadas alguns livros, entre eles, Obras Completas, em 1945 e Memoire et Vie(Memória e Vida), textos escolhidos por Gilles Deleuze, Paris, P.U.F. Em 1999, é traduzido para o português a obraBergsonismo, também escrita por Deleuze, pela Editora 34.
Frases
Sobre duração“Porque a nossa duração não é um instante que substitui outro instante: se assim fosse jamais haveria presente, não haveria prolongamento do passado no atual, não haveria evolução, nem duração concreta. A duração é o progresso contínuo do passado que rói o futuro e que incha avançando” (Bergson, 1964: 44).
“A duração real é aquela que morde as coisas e deixa e nela deixa a parca dos dentes. (…) a repetição só é possível no abstrato: o que se repete é esse ou aquele aspecto que os nossos sentidos e, sobretudo nossa inteligência desligaram da realidade, precisamente porque nossa atividade para a qual se acha voltado todo o nosso esforço da inteligência só pode mover-se entre as repetições. (…) Nós não pensamos o tempo real. Mas o vivemos, porque a vida transborda da inteligência (Bergson, 1964:78)”
Sobre a evolução[...] o papel da vida consiste em inserir indeterminação na matéria. Indeterminadas, quer dizer, imprevisíveis, são as formas que ela cria à medida que evolui (Bergson, 1964:144)”
Sobre a inteligência[...] a inteligência é, antes de mais nada, a faculdade de relacionar um ponto do espaço com outro ponto do espaço, um objeto material a outro objeto material; aplica-se a todas as coisas, mas permanecendo exterior a elas, e não distinguindo nunca,  duma causa profunda, senão a sua difusão em efeitos justapostos (Bergson, 1964:186).”
Sobre a inteligência e a intuição[...] a inteligência e o instinto acham-se voltados em dois sentidos opostos, aquela para a matéria inerte, este para a vida.[...] a inteligência permanece o núcleo luminoso em torno do qual o instinto, mesmo alargado e depurado como intuição, constitui apenas uma vaga nebulosidade. Mas, na ausência do conhecimento propriamente dito, reservado à pura inteligência, a intuição poderá fazer-nos apreender aquilo para que os dados da inteligência são aqui insuficientes, e deixar-nos entrever o meio de os completar. (Bergson, 1964:187)”
Sobre intuição como método“[...] a intuição forma um método, com suas três (ou cinco) regras. Trata-se de um método essencialmente problematizante (crítica de falsos problemas e invenção de verdadeiros), diferenciante (cortes e intersecções) e temporalizante (pensar em termos de duração) (Deleuze, 1999: 26)”.
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Referências Bibliográficas
BERGSON, H. Ensaio sobre os dados daconsciência. Lisboa: Edições 70, 1988.
____ Evolução criadora. Delta-Rio:1964
____ Matéria e memória. São Paulo:Martins Fontes, 1990
____As duas fontes da moral e dareligião. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
____ História da filosofia. Traduçãode Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural,1996. (Os pensadores)
DELEUZE, Gilles. Bergsonismo. São Paulo: Ed.34, 1999.
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