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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

RAMÓN VALDÉS - O QUERIDO SEU MADRUGA

            

Ele virou um ícone pop. Com seu olhar sincero, bigode e chapéu, ilustra camisetas com a mesma desenvoltura de Che Guevara. Mas, ao contrário do líder revolucionário, Ramón Valdés não desperta polêmicas. Todos concordam que seu grande personagem, o Seu Madruga, foi fundamental para o sucesso do "Chaves" na TV de toda a América Latina. Saiba mais sobre este carismático ator mexicano.
Não se deixe enganar pelas aparê. Ramón Valdés foi um legítimo conquistador, e adimitia ser viciado em mulheres. Ele foi casado três vezes.


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Nascido em 1923, Ramón Valdés já tinha muita estrada quando começou a participar da turma do Chaves ou do Chapolin. Na verdade, ele já era um ator "cinquentão" quando foi convidado por Roberto Bolaños para viver o Seu Madruga.

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Ramón Valdés já tinha muita experiência em comédias no cinema mexicano, no qual começou a trabalhar no final da década de 40. O site IMDb lista 121 produções com Valdés, sendo mais de 50 filmes.

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Ramón Valdés era tão sério quanto o Seu Madruga e, ao mesmo tempo, amável e íntegro. Prova disso é que ele nunca teve sérias desavenças com nenhum artista do elenco.
                                     
                       
Mas se tinha uma coisa que "Don Ramón" não largava era o cigarro. Ele era um fumante compulsivo, e, com o passar dos anos, este vício cobrou uma conta muito cara.

                             

"Don Ramón", o eterno Seu Madruga, morreu em agosto de 1988, aos 64 anos, vítima de câncer no pulmão, com metástase para outros órgãos. Sua morte foi profundamente lamentada em todo o México e demais países latino-americanos que transmitiam "Chaves" e "Chapolin". Porém, como é privilégio de artistas carismáticos, Valdés continua vivo até hoje, levando seus sopapos da Dona Florinda e elouquecendo com Chaves, Quico e sua amada filha Chiquinha.
Só não te dou outra porque... 
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sexta-feira, 29 de julho de 2016

PEDRO BANDEIRA - BIOGRAFIA

                    

Um dos principais autores brasileiros de literatura infanto-juvenil, Pedro Bandeira de Luna Filho nasceu na cidade de Santos, em São Paulo, no dia 9 de março de 1942. Aí ele se envolveu seriamente com o teatro amador, campo no qual atuou até 1967 como intérprete, encenador e cenógrafo; nesta área ele também teve uma passagem pelo teatro de bonecos.

Em 1961 ele foi para São Paulo com o objetivo de cursar Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, a USP. Nesta cidade ele encontra seu grande amor, Lia, com quem se casa e tem três filhos – Rodrigo, Marcelo e Maurício -, que lhe dão cinco netos: Michele, Melissa, Beatriz, Júlia e Érico.

Sua vivência na área de Comunicação – no Jornalismo e na Publicidade - teve início em 1962, quando o escritor ingressa no periódico Última Hora, passando posteriormente a trabalhar na Editora Abril, na qual circulou por várias revistas. Bandeira ressalta a importância de sua experiência jornalística para sua carreira literária, pois o profissional da imprensa é obrigado a dominar assuntos os mais diversos ao escrever sobre eles.

Pedro aprendeu, assim, a dedicar a cada público-alvo uma escrita distinta, desde os adolescentes até os profissionais especializados. Ele também buscou recursos na psicologia e na educação para compreender questões delicadas que envolvem o leitor infantil, tais como a idade em que as crianças vêem o pai como um herói, ou o momento em que esta imagem se desconstrói e a figura paterna é criticada e questionada.
Bandeira recebe então a proposta de criar uma coleção de livros para crianças. Sua primeira publicação é O dinossauro que fazia au-au, de 1983, já aclamado pelo leitor infantil. Seu grande sucesso literário, porém, foi a obra A Droga da Obediência, de 1984, direcionado para o público adolescente, no qual ele se especializou.

Esta obra é a primeira da série que ficará conhecida como Os Karas, integrada por A Droga da Obediência, Pântano de Sangue, Anjo da Morte, A Droga do Amor e Droga de Americana!Seus personagens são detetives, um grupo clandestino que investiga eventos misteriosos.
Desde 1983 Pedro Bandeira vem devotando todo seu tempo para a prática da literatura. Sua fonte inspiradora são os inúmeros livros pelos quais o autor já navegou e sua própria experiência existencial. Ou, às vezes, ela brota até mesmo das cartas e mensagens que seus fãs lhe enviam toda semana.

Hoje este escritor é um dos que mais vende livros na faixa adolescente – pelo menos 8,6 milhões de exemplares até 2002. Além disso, ele também realiza conferências em todo o país, especialmente para professores, sobre leitura e alfabetização. Bandeira publicou, até agora, mais de 50 obras, entre as quais se destacam: A marca de uma lágrima, A Hora da verdade, Descanse em paz, meu amor, Prova de Fogo, entre outros.

Autor amplamente premiado, já conquistou, entre outros, o Prêmio APCA, conferido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, e o Prêmio Jabuti, oferecido pela Câmara Brasileira do Livro. Hoje ele vive em São Roque, ao lado da família.


Fontes:
http://www.e-biografias.net/biografias/pedro_bandeira.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Bandeira
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Droga_da_Obediência

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quinta-feira, 30 de junho de 2016

AIMAR LABAKI - BIOGRAFIA

                               

Aimar Labaki Júnior 

 Nascido em São Paulo SP 1960. Autor e crítico. Respeitado por seus artigos e ensaios críticos voltados para as atividades cênicas paulistas, torna-se, em fins da década de 90, dramaturgo encenado continuamente.
Após abandonar uma formação em advocacia, Aimar inicia sua atividade como crítico teatral na Folha de S.Paulo, jornal para o qual escreve entre 1986 e 1990. Nos anos seguintes torna-se colaborador de O Estado de S. Paulo Jornal da Tarde. Escreve ainda, de modo intermitente, para outros veículos: Vogue, Bravo, Folhetim, Teatro al Sur,  etc. 
Na área ensaística colabora em Cinema dos Anos 80, organização de Amir Labaki, 1990; e faz a introdução de Mare Nostrum, de Fauzi Arap, em 1995.
Traduz Ismênia, de Ianis Ritsos, e El Dragón de Fuego, de Roma Mahieu, ambas em 2000. No ano seguinte, é a vez deCopenhagen, de Michael Fryan, prestigiada encenação de Marco Antonio Rodrigues.  
Como autor teatral escreve Tudo de Novo no Front, por ele dirigida em 1992, Vermouth, direção de Gianni Ratto, 1998; A Boa, direção de Ivan Feijó, 1999; Pirata na Linha, 2000; e Motorboy, 2001, infanto-juvenis dirigidos por Debora Dubois. Entre as inéditas constam: Allegro Ma Non Troppo, 1996; Miranda e a Cidade e VagaBunda ou Renée,ambas de 2000, e Babado Forte, baseada no livro de Érica Palomino, 2001.
Entre suas atividades ligadas ao gerenciamento cultural contam-se a assessoria da Secretaria de Estado da Cultura entre 1989-1990 e a direção da Casa de Cultura Mazzaropi, 1992-1993. Na área de curadoria e arbitragem de prêmios é o diretor da extensão paulista do Festival de Londrina, 1989; consultor do Festival de Curitiba, 1992-1993; Curador dos Eventos Especiais do 5º Festival Internacional de Teatro de São Paulo, 1995; e consultor do Programa Petrobras para Artes Cênicas, em 2001, ao lado de Helena Katz.
Para a televisão tem colaborado de diversas maneiras: na área de telenovelas como co-autor de Quem É Você? e Zazá, na TV Globo; como roteirista dos canais GNT, Futura, Redetv, Bandeirantes, TVEscola  (Ministério da Educação) e SBT. É ainda comentarista de teatro na  TV Gazeta (TVMix), apresentador do quadro Acontece do programa DiaDia, 1987-1991, da Rede Bandeirantes, e apresentador, produtor e roteirista do programa Thara Theatro, na Rádio 89 FM.
Aimar Labaki é um dramaturgo que vai mostrando seu valor gradualmente, aprimorando-se a cada nova peça, e firmando-se no panorama teatral como um dos representantes da dramaturgia contemporânea. É, também, consultor de grandes instituições fomentadoras das atividades teatrais e, paradoxalmente, de boa parte da classe teatral paulista. 
Além de realizar curadorias para uma série de eventos, sejam eles festivais, ciclos de palestras e debates, leituras de textos contemporâneos; ou redigir textos e ensaios para publicações editoriais, revistas, jornais... não há quem não o procure para mostrar-lhe um novo texto, um novo projeto de espetáculo, ou um conselho para um novo recorte ou conceito para alguma realização analítica em torno do teatro. Ele é um dos poucos homens de teatro que transita com desenvoltura no eixo São Paulo - Rio, e, ao mesmo tempo, um dos poucos que conseguem conciliar a vida prática de autor com a centena de solicitações que recebe como um dos teóricos paulistas mais respeitados da área.


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sexta-feira, 3 de junho de 2016

WILLIAM SHAKESPEARE - BIOGRAFIA

                               
        William Shakespeare nasceu provavelmente em 23 de abril de 1564
William Shakespeare é considerado o mais importante dramaturgo e escritor de todos os tempos. Seus textos literários são verdadeiras obras de arte e permaneceram vivas até os dias de hoje, onde são retratadas frequentemente pelo teatro, televisão, cinema e literatura. Deixou cerca de 40 peças que abrangem comédias românticas, dramas históricos e tragédias, entre elas, "Romeu e Julieta", "Otelo" e "Hamlet", com sua famosa frase: "Ser ou não ser, eis a questão".
William Shakespeare nasceu provavelmente em 23 de abril de 1564 (foi batizado em 26 de abril de 1564 e o costume na época era batizar crianças três dias após o nascimento), na pequena cidade inglesa de Stratford-upon-Avon. Nesta região começa seus estudos e já demonstra grande interesse pela literatura e pela escrita.
Com 18 anos de idade casou-se com Anne Hathaway e, com ela, teve três filhos. No ano de 1591 foi morar na cidade de Londres, abandonando sua família. Começa escrever sua primeira peça, Comédia dos Erros, no ano de 1590 e termina quatro anos depois. Nesta época escreveu aproximadamente 150 sonetos.
Embora seus sonetos sejam até hoje considerados os mais lindos de todos os tempos, foi na dramaturgia que ganhou destaque. No ano de 1594, entrou para a Companhia de Teatro de Lord Chamberlain, que possuía um excelente teatro em Londres. Neste período, o contexto histórico favorecia o desenvolvimento cultural e artístico, pois a Inglaterra vivia os tempos de ouro sob o reinado da rainha Elizabeth I. O teatro deste período, conhecido como teatro elisabetano, foi de grande importância. Escreveu tragédias, dramas históricos e comédias que marcam até os dias de hoje o cenário teatral.
Os textos de Shakespeare fizeram e ainda fazem sucesso, pois tratam de temas próprios dos seres humanos, independente do tempo histórico. Amor, relacionamentos afetivos, sentimentos, questões sociais, temas políticos e outros assuntos, relacionados a condição humana, são constantes nas obras deste escritor.
Em 1610 retornou para Stratford, sua cidade natal, local onde escreveu sua última peça, A Tempestade, terminada somente em 1613. Em 23 de abril de 1616 faleceu o maior dramaturgo de todos os tempos.
Principais obras:
Comédias: O Mercador de Veneza, Sonho de uma noite de verão, A Comédia dos Erros, Os dois fidalgos de Verona, Muito barulho por coisa nenhuma, Noite de reis, Medida por medida, Conto do Inverno, Cimbelino, Megera Domada e A Tempestade.
Tragédias: Tito Andrônico, Romeu e Julieta, Julio César, Macbeth, Antônio e Cleópatra, Coriolano, Timon de Atenas, O Rei Lear, Otelo e Hamlet.
Dramas Históricos: Henrique IV, Ricardo III, Henrique V, Henrique VIII.
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

JOÃO CUTILEIRO - BIOGRAFIA

                     
                                                  João Pires Cutileiro

Nasceu em Lisboa a 26 de Junho de 1937 , no seio de uma família da média burguesia, ilustrada com sentimentos anti-fascistas.

A mãe de João, Amália, era natural de Pavia (Alto-Alentejo), mas cedo foi viver para Évora, onde conheceu José Cutileiro, um eborense que acabou por se tornar seu marido. O casal teve três filhos e João é o segundo deles.
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João Cutileiro teve uma infância e adolescência felizes, onde as viagens eram uma constante, por causa da profissão de seu pai, médico pertencente à Organização Mundial de Saúde. 
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Assim, em 1941, com apenas quatro anos de idade, João vai juntamente com a família para os Açores, onde seu pai, então médico militar, havia sido colocado. Vive dois anos na Ilha Terceira, da qual guarda muito boas recordações. O regresso ao continente dá-se em 1943.
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Em Lisboa a família Cutileiro vivia na Av. Elias Garcia, numa casa afamada por ser frequentada pela chamada "intelligentsia", ou seja, frequentada por boa parte das personalidades que desenhavam o panorama intelectual português da altura. Celestino da Costa, Estrela Faria, Vieira da Silva, Abel Manta, Avelino Cunhal, Lopes Graça, António Pedro, entre outros. É este mesmo António Pedro que, em 1946, convida Cutileiro para ir desenhar para o seu atelier. 
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Durante esta experiência, que durou dois anos, o escultor aproveita para contactar com artistas, escultores e críticos interessados pelo Surrealismo. 
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Entre 1949 e 1951, Cutileiro frequenta o estúdio de Jorge Barradas, onde modela, pinta e executa vidrado de cerâmica. Aborrecido dessa experiência, muda-se para o atelier de António Duarte, onde passa os dois anos seguintes como assistente voluntário de canteiro. 
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É neste período que se dá a iniciação de Cutileiro à pedra pois o seu trabalho no atelier de António Duarte era o de ampliar os modelos do mestre canteiro (o mestre José), passá-los a gesso e traduzir esses gessos para o mármore. 
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Com António Duarte, Cutileiro aprendeu ainda que jamais devia dividir a sua produção artística em, por um lado, peças académicas-oficiais (como fonte do seu rendimento) e, por outro lado, obras feitas para seu exclusivo prazer pessoal.
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Aos catorze anos, em 1951, Cutileiro faz a sua primeira exposição individual, realizada em Reguengos de Monsaraz (Alto Alentejo), numa loja de máquinas de costura, apresentando peças de escultura, cerâmica, aguarelas e pinturas.
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João Cutileiro fez o liceu no Colégio Valsassina onde, influenciado pelos amigos e pelo ambiente que respirava em sua casa, decide ingressar no MUD JUVENIL. 
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A sua face política mostra-se novamente mais tarde, nos anos 60, quando Cutileiro passa pelo Partido Comunista: ele entra e rapidamente sai, porque a "célula" a que pertencia se desmanchou e os contactos se perderam.
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Em 1951, quando ia a caminho de Kabul (Afeganistão), onde seu pai esteve a trabalhar durante um ano, João Cutileiro passa por Florença, onde toma contacto com a obra de Miguel Ângelo. 
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Foi uma visão que não mais esqueceu e que lhe fez aumentar a certeza de que queria fixar-se na Escultura (certeza essa que teve aos seis anos de idade, quando esculpiu um presépio). 
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Na volta de Kabul matricula-se, então, na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (E.S.B.A.L.), sendo seu professor Leopoldo de Almeida.
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A frequência de apenas dois anos na E.S.B.A.L., 1953-1954, foi suficiente para lhe provar o que há muito suspeitava: em Portugal qualquer pesquisa era travada e o bronze era o único material considerado "digno" para escultura. 
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Não havia espaço para a criatividade e experimentalismo, que tanto caracterizam a sua personalidade artística. Sentindo-se constrangido pela mentalidade portuguesa, Cutileiro decide sair do país. É então levado pela mão de Paula Rego até à londrina Slade School of Art.
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Durante o curso que fez em Londres, entre 1955-59, Cutileiro não só enriquece a sua formação, como desenvolve a sua experiência. De grande importância nesta fase foi Reg Butler, seu mestre de escultura. 
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No ano em que acabou a Slade, Cutileiro recebeu três prémios: composição, figura e cabeça.

Em Londres, onde permaneceu grande parte do seu tempo, mesmo depois de estar formado, Cutileiro casa pela primeira vez, divorcia-se e casa segunda vez, sendo deste segundo casamento que nasceram o Tiago e o João, os seus dois filhos. 
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Nessa altura Cutileiro viveu um período difícil, não só devido às circunstâncias economicas como também porque ganha consciência de que tem de cortar o cordão umbilical que o mantinha muito ligado ao seu grande mestre (Reg Butler). Da sua procura de um caminho próprio resultaram as suas primeiras figuras articuladas (1964).
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Em 1966 Cutileiro começa a usar máquinas eléctricas de corte da pedra, o que lhe permitiu dedicar-se exclusivamente ao mármore. Começam então a surgir, sucessivamente, os torsos, as paisagens, as caixas, as árvores e as flores. 

Entre 1961 e 1971, Cutileiro expôs cinco vezes em Lisboa e uma no Porto.
O ano do regresso definitivo a Portugal foi o de 1970. O local escolhido para viver foi Lagos, no Algarve, onde permaneceu por mais quinze anos da sua vida. 
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É no atelier de Lagos que Cutileiro se empenha na construção das suas primeiras figuras bífidas e da obra mais polémica de toda a sua vida: o "D.Sebastião", erguido na cidade de Lagos, na praça Gil Eanes.
                            

João Cutileiro assume-se como membro da classe burguesa intelectual e tem consciência de que qualquer classe social tem um padrão de gosto que lhe é próprio. Assim, Cutileiro não espera que as pessoas de um grupo social diferente gostem das suas peças, aceitando com naturalidade a incompreensão e a crítica de que elas são alvo. 
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Quando realizou o "D.Sebastião", Cutileiro recebeu críticas ferozes e elogios rasgados. Contudo os elogios davam-se apenas porque o escultor tinha posto fim ao academismo de escultura do Estado Novo, sem que se entendesse o renovar da tradição moderna e a singularidade da obra do escultor. 
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Por provocação, Cutileiro declarou que tinha abandonado a criação artística para se tornar "um fazedor de objectos decorativos destinados à burguesia intelectual do ocidente". Com esta frase irónica, que Cutileiro compara ao "só sei que nada sei" de Sócrates, quis ridicularizar todos os que menosprezavam a sua escultura ou que se julgavam mais escultores do que ele. 
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É que, segundo ele próprio, toda a arte tem uma função decorativa, logo, todos os escultores são manufactureiros de objectos decorativos, não se percebendo o porquê do espanto desses escultores.
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Em 1971 o escultor conquistou uma menção honrosa no Prémio Soquil, em Lisboa. Em 1976 e 1977, as suas esculturas e mosaicos foram apresentados em Wuppertal, Alemanha. Seguiram-se exposições em Évora (1979, 1980 e 1981) e em Dortmund, Alemanha, em 1980. Este ano ficaria ainda marcado por uma exposição em Washington (E.U.A.) e outra na Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa). No ano de 1981 Cutileiro participou no Simpósio da Escultura em Pedra (realizado em Évora) e numa exposição realizada na Jones Gallery, em Nova Iorque.
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O sangue que corre nas veias de Cutileiro é todo Alentejano. Talvez por isso, em 1985, o escultor tenha decidido mudar-se para Évora. Nesta cidade, na sua própria casa, está exposta boa parte da obra multifacetada do escultor. O contacto diário com as coisas que produz permite-lhe uma análise sistemática do que vai fazendo, do caminho a seguir, daquilo que é preciso acrescentar ou do excesso a tirar, quando repete um tema.
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Dos vários temas desenvolvidos pelo escultor, o dos corpos femininos é o mais marcante. "As Meninas de Cutileiro", como alguns lhes chamam ironicamente, têm valido ao escultor (além de muito dinheiro) momentos da mais distinta glória mas também do mais visível desprezo.
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Em 1988 Cutileiro realiza exposições em Lisboa, Macau e Almansil. Em 1989 expõe novamente em Lisboa e Almansil e, em 1990, decide fazer uma retrospectiva da sua arte, através de uma exposição ontológica, realizada em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian. 
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Desta exposição ficou-lhe a desilusão de só ver mostrada uma pequena parte da sua obra e a amarga compreensão de que jamais poderia realizar o sonho de reunir, de uma só vez, tudo aquilo que produziu ao longo do tempo.
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Em 1992 e 1993 o mestre Cutileiro volta a realizar mais exposições individuais, em Bruxelas, Almansil, Luxemburgo, Évora, Lisboa, Guimarães e Lagos. Nos anos seguintes sucedem-se outras exposições.
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Apesar do escultor ter conquistado um lugar invejável no panorama da escultura portuguesas e das suas obras serem hoje muito cobiçadas, depois do "D.Sebastião", muito poucos foram os monumentos de Cutileiro erguidos publicamente. 
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É como se o conservadorismo estético privilegiado pelo Estado Novo ainda se mantivesse vivo na arte estatuária portuguesa.

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