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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

CLAUDIO MANUEL DA COSTA - BIOGRAFIA

                              

                                                  Claudio Manuel da Costa
Nasceu na cidade de Ribeirão do Carmo (hoje Mariana), em Minas Gerais, no ano de 1729. 
Aos vinte anos foi a Portugal para estudar Direito na faculdade de Coimbra, dividindo as obrigações do curso com a produção literária. Depois de terminada a faculdade, retorna ao Brasil onde exerce a função de advogado na então cidade de Vila Rica (hoje Ouro Preto).
Em Minas Gerais ajudou a fundar a Arcádia Ultramarina com os poetas com Manuel Inácio da Silva, Silva Alvarenga e Tomás Antônio Gonzaga entre outros poetas e intelectuais. Adotou, no ano de 1773, o pseudônimo de Glauceste Satúrnio, sob o qual escreveu a maioria de suas poesias. 
Inspirados pelo pensamento iluminista, os integrantes da Arcádia desenvolveram uma conspiração política contra o governador da capitania, culminando na Conjuração Mineira. Por essa época, sua poesia adquire um tom político e o poeta se mostra preocupado com diversas questões políticas e sociais. O movimento levou seus membros à prisão, sob acusação de lesa-majestade, isto é, de traição ao rei de Portugal. 
Por seu envolvimento na Conjuração Mineira, o poeta foi encontrado morto em sua cela no ano de 1789. A causa da sua morte ainda não foi esclarecida e alguns historiadores acreditam que ele tenha sido morto a mando do Governador, outros, que ele haveria cometido suicídio.
Anos mais tarde, ao final do século XIX, como homenagem, Claudio Manoel da Costa foi escolhido o Patrono da cadeira de número oito da Academia Brasileira de Letras.

Obras
Claudio Manoel da Costa é considerado o primeiro poeta do movimento árcade brasileiro, embora ainda apresente características barrocas em toda a sua obra, principalmente no que diz respeito ao estilos cultista e conceptista utilizados, compondo poemas perfeitos na forma e na linguagem. Por isso, costuma-se dizer que Claudio Manoel da Costa é um poeta de transição entre o barroco e o arcadismo. Além disso, seus poemas têm influência dos versos camonianos.
O início do movimento árcade na literatura brasileira tem como marco a publicação de sua coletânea de poemas intitulada Obras (1768). Diferentemente da produção poética anterior, Claudio Manoel da Costa prioriza o retrato da natureza como um local de refúgio dos problemas da vida urbana, onde o poeta/pastor pode desfrutar da vida rural.
Seus temas giram em torno de reflexões morais e das contradições da vida, além de ter escrito um poema épico, Vila Rica, no qual exalta o bandeirantes, exploradores do interior do país além, é claro, da fundação da cidade de mesmo nome.

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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

HENRI BERGSON - BIOGRAFIA

                                     

 Henri Bergson

Henri-Louis Bergson filósofo, filho de um imigrante judeu de origem polonesa, nasceu em Paris no dia 18/10/1859. Quando era jovem demonstrava notável aptidão para as ciências, ganhou diversos concursos de matemática, mas decidiu optar pela filosofia na École Normale Supérieure. Lecionou em Angers (1881-1883) e depois, até 1888, em Clermont-Ferrand. Doutor em letras desde o ano seguinte, quando retornou a Paris, foi professor no Liceu Henri IV, na École Normale Supérieure e no Collège de France. Faleceu em 04/01/1941 em sua cidade natal.

A filosofia de Bergson se constrói sobre quatro noções fundamentais às noções de duração (durée), memória, impulso (élan) vital, intuição .
A maioria da sua obra foi publicada em Paris por Félix Alcan (de 1945 até os dias atuais: Presses Universitaires de France) na Bibliothèque de Philosophie Contemporaine. Sua primeira obra La Spécialité (A Especialidade) trata-se de um discurso proferido durante a entrega de prêmios do Liceu de Angers, na qualidade de professor de Filosofia, em 3 de agosto de 1882.
Após algumas publicações, em 1889, Bergson conclui sua Tese da Faculdade de Letras da Universidade de Paris, intitulada: Quid Aristóteles de Loco Senserit (O que Aristóteles entendia por topos) e, no mesmo ano, sua Tese de doutoramento, apresentada na Faculdade de Letras de Paris: Essai sur lês donnés immédiates de la concience (Ensaios sobre os Dados Imediatos da Consciência).
Um de seus mais importantes ensaios Matière et Memóire (Matéria e Memória) traduzido em português, que trata sobre a relação corpo-espírito, foi publicado em 1896 e reeditado com introdução inédita em 1910. E em português no ano de 1999, pela Martins Fontes.
Nos anos seguintes, Bergson publicou mais alguns ensaios e conferências, mas foi em 1907 que ele escreveu sua obra prima LÉvolution Créatrice (A Evolução Criadora). Após alguns anos de indicação para candidatura, finalmente em 1927 com aprovação incondicional ao trabalho deste grande filósofo francês, Bergson foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, em que concorriam mais 35 candidatos. Nesta ocasião, ele fora recomendado por inúmeros escritores de renome de seu próprio país. Entre os candidatos estavam escritores importantes como Thomas Mann, que acabava de publicar A Montanha Mágica, Máximo Gorki, Paulo Bourget e a condessa de Noailles.

No Discurso de Recepção, proferido por Hallström por ocasião da entrega do Prêmio Nobel de Literatura a Bergson em 10/11/1928, consta um breve relato do que se constituiu o pensamento de Bergson. “Aquilo que habitualmente designamos sob o nome de tempo, o tempo medido pelo movimento dum relógio ou pelas revoluções solares, é uma coisa inteiramente diversa: constitui apenas uma forma criada por e para o espírito e a ação… é, em suma, uma aplicação da forma do espaço” Para o autor, o tempo é uma realidade indissoluvelmente ligada à vida e ao sujeito. É o ‘tempo vivo’, a duração”. Na sua concepção o “futuro só nasce no momento em que é vivido” (Bergson, 1964:.21).
Nos anos que se seguiram ao Prêmio Nobel da Literatura, Bergson ministrou inúmeras conferências e discursos entre eles L’Énergie Spirituelle ( A Energia Espiritual) – Ensaios e Conferências em 1919; Derée et Simultanéité (Duração e Simultaneidade) – A propósito da teoria de Einstein em 1922 eLa Pensée et el Mouvant ( O Pensamento e o Movente) em 1933. Após a sua morte em 1941 foram publicadas alguns livros, entre eles, Obras Completas, em 1945 e Memoire et Vie(Memória e Vida), textos escolhidos por Gilles Deleuze, Paris, P.U.F. Em 1999, é traduzido para o português a obraBergsonismo, também escrita por Deleuze, pela Editora 34.
Frases
Sobre duração“Porque a nossa duração não é um instante que substitui outro instante: se assim fosse jamais haveria presente, não haveria prolongamento do passado no atual, não haveria evolução, nem duração concreta. A duração é o progresso contínuo do passado que rói o futuro e que incha avançando” (Bergson, 1964: 44).
“A duração real é aquela que morde as coisas e deixa e nela deixa a parca dos dentes. (…) a repetição só é possível no abstrato: o que se repete é esse ou aquele aspecto que os nossos sentidos e, sobretudo nossa inteligência desligaram da realidade, precisamente porque nossa atividade para a qual se acha voltado todo o nosso esforço da inteligência só pode mover-se entre as repetições. (…) Nós não pensamos o tempo real. Mas o vivemos, porque a vida transborda da inteligência (Bergson, 1964:78)”
Sobre a evolução[...] o papel da vida consiste em inserir indeterminação na matéria. Indeterminadas, quer dizer, imprevisíveis, são as formas que ela cria à medida que evolui (Bergson, 1964:144)”
Sobre a inteligência[...] a inteligência é, antes de mais nada, a faculdade de relacionar um ponto do espaço com outro ponto do espaço, um objeto material a outro objeto material; aplica-se a todas as coisas, mas permanecendo exterior a elas, e não distinguindo nunca,  duma causa profunda, senão a sua difusão em efeitos justapostos (Bergson, 1964:186).”
Sobre a inteligência e a intuição[...] a inteligência e o instinto acham-se voltados em dois sentidos opostos, aquela para a matéria inerte, este para a vida.[...] a inteligência permanece o núcleo luminoso em torno do qual o instinto, mesmo alargado e depurado como intuição, constitui apenas uma vaga nebulosidade. Mas, na ausência do conhecimento propriamente dito, reservado à pura inteligência, a intuição poderá fazer-nos apreender aquilo para que os dados da inteligência são aqui insuficientes, e deixar-nos entrever o meio de os completar. (Bergson, 1964:187)”
Sobre intuição como método“[...] a intuição forma um método, com suas três (ou cinco) regras. Trata-se de um método essencialmente problematizante (crítica de falsos problemas e invenção de verdadeiros), diferenciante (cortes e intersecções) e temporalizante (pensar em termos de duração) (Deleuze, 1999: 26)”.
Links
Traz uma biografia breve de todas as pessoas que receberam o Premio Nobel, nas diversas categorias: Medicina, Literatura, Paz, Física, Economia etc.
www.nobelprize.org

Referências Bibliográficas
BERGSON, H. Ensaio sobre os dados daconsciência. Lisboa: Edições 70, 1988.
____ Evolução criadora. Delta-Rio:1964
____ Matéria e memória. São Paulo:Martins Fontes, 1990
____As duas fontes da moral e dareligião. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
____ História da filosofia. Traduçãode Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural,1996. (Os pensadores)
DELEUZE, Gilles. Bergsonismo. São Paulo: Ed.34, 1999.
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terça-feira, 30 de junho de 2015

ALFREDO VOLPI - BIOGRAFIA

                                         
Alfredo Volpi nasceu em Lucca, Itália, a 14 de abril de 1896. 

Em 1897, a família Volpi emigra para São Paulo e se estabelece na região do Ipiranga, com um pequeno comércio. Destino comum aos filhos de imigrantes italianos, Volpi inicia-se em trabalhos artesanais e, em 1911, torna-se pintor decorador. Talvez daí decorra o gosto pelo trabalho contínuo e gradual da sua linguagem estética, próprio da valorização de um “saber fazer”.

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                     Grande fachada festiva

Até os anos 30, Volpi elabora sua técnica e, principalmente, a partir da década de 1930, emerge um trabalho mais consciente, utilizando-se das cores para a construção de um equilíbrio muito próprio. Por esses tempos, Volpi aproxima-se de artistas como Fúlvio Pennachi e Francisco Rebolo Gonsales, integrando o Grupo Santa Helena. A denominação do grupo, e a inserção de Volpi nele, é oriunda mais de uma proximidade física dos pintores (que pintavam em uma sala do Edifício Santa Helena) e da sua origem comum do que de uma identificação estética. Volpi destoava do grupo especialmente por não ser um pintor conservador.
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                         Sereia



Em 1938, Volpi conhece o pintor italiano Ernesto de Fiori. O encontro seria muito frutífero para ambos, e se deu numa época muito oportuna para Volpi, que enveredava para um caminho de maior liberdade estética.


                  Mulata

Um acontecimento fundamental para a evolução de Volpi foi a sua “estada” em Itanhaém, entre 1939 e 1941. Sua esposa teve problemas de saúde e mudou-se para o litoral, a fim de se tratar. O artista a acompanhou, retornando a São Paulo apenas nos finais de semana, em que procurava vender suas obras. A gravidade da doença de Judite Volpi envolveu o artista em questionamentos que o fizeram rever sua obra e suas concepções, liberando um potencial criativo latente, ao qual Volpi finalmente conseguiria dar vazão. A tensão própria de situações-limite possibilitou para Volpi uma liberdade gestual que imprimiria uma nova dinâmica à sua obra. A série de marinhas que Volpi pinta a partir dessa época evidenciam uma obra muito própria que se desenvolveria gradualmente até atingir um ápice abstrato em que as composições eram compreendidas em termos de cores, linhas e formas. 

                   MADONA

Cabe ressaltar que Volpi recusava teorizações estéreis, mas estava sempre muito bem informado das correntes artísticas do seu tempo, embora não se filiasse explicitamente a nenhuma delas, já que sua trajetória era extremamente pessoal. Esse é um dos pontos que fazem dele um grande pintor: Volpi é moderno e atual sem se importar com rótulos artificiais. A diferença é que ele não precisava ser moderno ou popular; simplesmente era. 

               Festa de São João


CRONOLOGIA

1896 - Nasce em Lucca, na Itália.

1897 – A família Volpi vem para o Brasil.

1911 - Começa a trabalhar como pintor-decorador de paredes.

1914 – Data de sua primeira paisagem conhecida.

1934 – Volpi já participa das sessões conjuntas de desenho de modelo vivo no Grupo Santa Helena.

1937 – Expõe com a Família Artística Paulista.

1944 – Primeira exposição individual.

1950 – Primeira e única viagem à Europa, onde passa quase seis meses.

1952 – Participa da representação brasileira na Bienal de Veneza.

1953 – Prêmio de melhor pintor nacional, na II Bienal de São Paulo.

1956 – Exposição individual no MAM - SP (Museu de Arte Moderna) 

- Participa da exposição de arte concreta em São Paulo.

1957 – Participa da exposição de arte concreta no Rio de Janeiro.

- Exposição retrospectiva no MAM – RJ. 

1958 – Ganha o Prêmio Guggenheim.

- Realiza afrescos na capela Nossa Senhora de Fátima, em Brasília.

1959 – Exposição em Nova York.

- participação na V Mostra Internacional de Tóquio.

1960 – Sala Especial na VI Bienal de São Paulo.

1962 – Recebe o prêmio da crítica carioca, como melhor pintor do ano.

1964 – Participação na Bienal de Veneza.

1966 – Realiza o afresco Dom Bosco no Itamarati.

- Sala Especial na I Bienal da Bahia.

1970 – Ganha prêmio de pintura no II Panorama do MAM – SP.

1972 – Grande retrospectiva do MAM – RJ.

1973 – Recebe a medalha Anchieta da Câmara Municipal de São Paulo. Ordem de Rio Branco no grau de grão-mestre.

1975 – Grande retrospectiva do MAM – SP.

1976 – Comemoração dos seus 80 anos, em exposição retrospectiva: Volpi – a visão essencial, no Museu de Arte Contemporânea de Campinas.

1980 – Exposição Volpi, na FUNARTE, em Brasília.

1981 – Exposição - Volpi Metafísico, no Centro de Controle Operacional do Metrô de São Paulo.

1983 – Homenagem de rua “Pinte com Volpi”, organizada pela Paulistur.

1984 – Exposição Tradição e Ruptura, pela Fundação Bienal de São Paulo.

1986 – Em comemoração aos 80 anos de Volpi, o MAM - SP organiza uma importante retrospectiva, com a participação de 193 obras.

1988 – Morre em 28 de maio. 

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domingo, 21 de junho de 2015

LIMA DUARTE - BIOGRAFIA

                     
                                                                 Lima Duarte
Quando o boiadeiro Antônio José Martins mandou o filho de 16 anos ir conhecer o mundo, certamente não imaginava que naquele momento começava uma história que se confundiria com a própria história da TV brasileira. 
Nascido em 29 de março de 1930, na pequena cidade mineira de Nossa Senhora da Purificação do Desemboque e Santíssimo Sacramento, Ariclenes Venâncio Martins chegou a São Paulo em 1946, a bordo de um caminhão de mangas, sonhando trabalhar no rádio. 

Conseguiu marcar um teste na Tupi, mas foi reprovado por causa do seu forte sotaque caipira: “O sujeito virou para mim e disse: ‘Rapaz, de onde sai sua voz? Do sovaco?’, relembra. 
Ainda assim, arrumou um estágio de aprendiz de sonoplasta, até que suas imitações chamaram a atenção de Oduvaldo Vianna, que o convidou para trabalhar em uma de suas radionovela. 

Só faltava um nome artístico e ele ligou para a mãe, a artista circense América, que era médium, para se aconselhar: “Ela disse: ‘Põe o nome do meu guia de luz que você vai ser muito feliz. Ele se chama Lima Duarte’.”
 
Lima Duarte ficou 26 anos na Rádio Tupi. Na TV, participou do seu programa inaugural, em 18 de setembro de 1950, e de sua primeira telenovela, Sua Vida me Pertence, de Walter Forster. Em 1961, foi trabalhar no grupo Teatro de Arena: “O Teatro de Arena existiu, ou nasceu, em oposição ao TBC, o Teatro Brasileiro de Comédia, que era o grande teatro de São Paulo. 

O TBC era muito elitista, feito pelos italianos da indústria. Não sei por que não representavam em francês ou em italiano mesmo, era só repertório internacional, com atores de formação europeia, diretores europeus e um público completamente europeizado também. Eu, que tinha muito sucesso fazendo os caipiras no rádio, fui chamado por Augusto Boal, Chico de Assis e Oduvaldo Vianna, do Arena. 
A proposta era pôr o brasileiro em cena e achavam que eu era um ator assim, sem vício de importação.” Por sua atuação na peça O Testamento do Cangaceiro, recebeu o Prêmio Saci de Melhor Ator e uma bolsa de estudos em Nancy, na França, para onde foi em 1962. Fez parte do grupo até 1971, participando de importantes montagens e turnês, como na temporada de Arena conta Zumbi na Broadway.
 


Paralelamente ao Arena, continuou fazendo novelas na Tupi, como ator e diretor, entre elas Gutierritos, o Drama dos Humildes, de Walter George Durst, e O Direito de Nascer, Felix Caignet, ambas de 1964. 
Sua experiência mais bem-sucedida na emissora foi na direção de Beto Rockfeller (1968), de Bráulio Pedroso, com Luis Gustavo como protagonista, um marco da moderna dramaturgia brasileira de TV. 
A inovação na linguagem e os altos índices de audiência valeram a Lima e a Bráulio Pedroso o convite para ingressar na Globo. O primeiro trabalho da dupla na emissora carioca foi O Bofe (1972), que, entretanto, não obteve maior repercussão.
Após a experiência malsucedida, ele recebeu um convite para interpretar um matador em O Bem amado, de Dias Gomes, a primeira novela colorida da TV. Surgia, assim, um dos mais célebres tipos da televisão brasileira: Zeca Diabo. A princípio, o personagem iria aparecer em apenas três capítulos, mas ficou até fim: “O Zeca Diabo tinha tanta força, foi feito com tanto amor, cheio de ideias tão interessantes, que ele não pôde mais sair da novela e acabou matando o Odorico”, conta. 
E o sucesso foi tão grande que O Bem amado virou seriado, em 1980. Lima voltou a viver o personagem depois de participar de obras importantes, como Os ossos do Barão (1974), O Rebu (1975) e Pecado Capital(1976). 
O papel do solitário empresário Salviano Lisboa lhe valeu o prêmio de Melhor Ator da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA): “Eu pensava em um homem que viveu 25, 30 anos com uma mulher, e que não sabe nada do jogo amoroso, do jogo da conquista, afinal de contas é um homem que viveu para os filhos. Morre a mulher, mas ele ainda é vital. De repente, entra a secretária, de cabelos negros, um vestido amarelo, ele sente os apelos, mas não sabe jogar. Ele tinha medo de olhar para ela como uma mulher. E as mulheres começaram a gostar muito dele, porque ele não era grosseiro, tropeçava nas palavras, nos gestos”, diz. 
Outro trabalho marcante desta época foi O crime de Zé Bigorna, especial(1974), escrito por Lauro César Muniz, que protagonizou e dirigiu.

Em 1985, ajudou a criar outro personagem popular genuinamente brasileiro: o Sinhozinho Malta, de Roque Santeiro, escrita por Dias Gomes e Aguinaldo Silva, que lhe valeu outro prêmio de Melhor Ator da APCA: “Na minha fase do Teatro de Arena, nós tínhamos o Seminário de Dramaturgia, onde pedíamos aos autores peças brasileiras e estudávamos as possibilidades de montá-las. 
O Dias enviou várias. Essa coisa do brasileiro, do patético, do grandioso, do maravilhoso, do mesquinho, do fantástico, do que o brasileiro é capaz, o Dias Gomes sabia muito e escreveu sobre isso”, diz. 
Depois, o ator ainda encarnou mais um tipo brasileiro marcante, o Sassá Mutema de O salvador da pátria (1989): “É a história de um homem que é o Brasil: um homem que caminha mais e mais sobre menos e menos. Ele era um nada. Era linda a história do Sassá Mutema, a metáfora dele era riquíssima. Isso foi conversado mesmo, foi proposto. Ele era nada, não sabia ler, não sabia escrever, não sabia amar, não sabia nada”, conta.

 


Contracenou com Zilda Cardoso em Meu bem, meu mal (1990), de Cassiano Gabus Mendes, na qual interpretou o magnata Dom Lázaro Venturini. 
Em seguida, atuou em novelas como Rainha da sucata(1990), de Silvio de Abreu; e Pedra sobre pedra (1992) e Fera ferida (1993/1994), ambas de de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn. 
Em Pedra sobre pedra, foi Murilo Pontes, que mantinha uma relação apaixonada e conturbada com a Pilar Pontes de Renata Sorrah, na fictícia Resplendor. “Eu gostava daquele amor. Eu gosto muito dessas coisas desesperadas. Digo coisas que eu não diria nunca, visto uma roupa que eu não vestiria nunca, emito conceitos, vivo paixões que eu não viveria nunca. Quando você encontra uma companheira como a Renata Sorrah, que também é capaz de fingir que vive uma desesperada paixão, é muito gostoso”. 

O ambicioso e prepotente Major Bentes, que ditava as regras na cidade de Tubiacanga, em Fera ferida, é mais um papel inesquecível de sua carreira.
 
Fez ainda A próxima vítima (1995), de Silvio de Abreu; Uga Uga (2000), Carlos Lombardi; Belíssima(2005), também de Silvio de Abreu; e Araguaia (2010), de Walther Negrão. Em Da cor do pecado(2004), de João Emanuel Carneiro, viveu o amargurado empresário Afonso Lambertini; e em Caminho das índias (2009), interpretou o brâmane Shankar. A última, escrita por Gloria Perez e chamada lá fora de India - A Love Story, ganhou o prêmio Emmy Internacional de Melhor Telenovela.
Lima Duarte participou também de diversas minisséries da Globo. A primeira foi O tempo e o vento (1985), baseada na obra de Erico Verissimo. Atuou também em Agosto (1993), de Jorge Furtado e Giba Assis Brasil, baseada no romance de  Rubem Fonseca; Engraçadinha...Seus amores e seus pecados (1995), de Leopoldo Serran, a partir da obra de Nelson Rodrigues; e O auto da compadecida(1999), adaptação da peça de Ariano Suassuna por Adriana Falcão, Guel Arraes e João Falcão.

No cinema, atuou em 31 filmes, entre eles O Grande Momento (1958), de Roberto Santos; Guerra Conjugal (1975), de Joaquim Pedro de Andrade; A Queda (1976), de Ruy Guerra; Sargento Getúlio(1978), de Hermano Penna, que lhe deu o prêmio de Melhor Ator nos festivais de Gramado e de Havana; Os Sete Gatinhos (1980), de Neville d’Almeida; Corpo em Delito (1990), de Nuno César Abreu;A Ostra e o Vento (1997), de Walter Lima Jr.; Eu Tu Eles (2000), de Andrucha Waddington; Palavra e Utopia, do português Manoel de Oliveira, no qual interpretou o Padre Antônio Vieira; e Filhos deFrancisco (2005), de Breno Silveira. 
É padrasto da atriz Débora Duarte e avô das também atrizes Paloma e Daniela Duarte.
[Depoimentos concedidos ao Memória Globo por Lima Duarte em 22/05/2001 e 09/05/2011.]
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domingo, 24 de maio de 2015

GALILEO EMENDABILI - BIOGRAFIA

                              


1898 – Ancona – It – Nasce na capital da Província das Marcas (Marche), junto ao Mar Adriático, na Itália Central, aos 08 de maio, Galileo Ugo Emendabili, filho de Ludovico Emendabili, artesão moveleiro, e de Enrica Angioletti. O casal nutre família numerosa, composta por dez filhos.

1906 – Ancona – It - Aos 8 anos de idade torna-se aprendiz de entalhador de móveis no atelier do surdo-mudo Augusto Clementi, que foi um dos mais significativos ebanistas de sua época na Itália. Emendabili passa a dominar a linguagem gestual (Libras) dos surdos-mudos por meio da qual se comunica com seu mestre-entalhador e com os demais aprendizes surdos-mudos do atelier.

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1908 – Ancona – It - Passa a entalhar os móveis produzidos na fábrica artesanal de seu pai.
1909 - Ancona - It - Seu talento é descoberto por acaso, enquanto esboçava uma Nossa Senhora com o Menino sobre um fragmento de pedra lavrada com cacos de tijolos e cerâmicas de diferentes cores, por Don Enrico Ruschioni, Capelão da Igreja do Santíssimo Sacramento e depois do Cemitério. Ao ver seus entalhes em madeira Dom Enrico recomenda Galileo Ugo Emendabili (como fez com Amerigo Asciutti e Albano Cimarosa, pintores) para estudar Belas Artes com os recursos da herança Sabini, destinada a financiar estudantes sem meios para o estudo das Letras e das Artes.  

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1910 – Ancona – It - Estuda escultura com o escultor Domenico Jollo, verista, considerado o "pequeno mestre do tempo" por Ghedini, e desenho com Ludovico Spagnolini.
1915 – Urbino – It - Matricula-se no Curso Superior de Escultura na Real Academia de Belas Artes de Urbino – Marcas – Itália Central, dita Raffaelica (Raffaelo Sanzio), sediada no Palácio Ducal de Montefeltro, sede do segundo centro cultural do Renascimento Italiano. A turma de 1915 iniciou com 52 alunos. Ao final da I Guerra Mundial (1918), os matriculados eram 32. Luigi Serra, professor de História da Arte e redator da Rassegna Marchigiana, então em combate, substituído foi por Aristide Merigo. Aulas de Escultura com Domenico Jollo. Vittorio Morelli também lecionou Escultura na Academia. Antes, fora indicado para o magistério de História da Arte. Aulas de Anatomia com Antonio Venturi. Arquitetura com Luigi Garlatti Venturini. Pintura com Luigi Scorrano, aluno dedicado de Domenico Morelli. O colega Giacomo Borghesi tomba no campo de batalha. Corrado Corradi é muito ferido no rosto, trazendo consigo marca indelével por toda a vida. Galileo Emendabili é reformado por "pleurite" (provavelmente tuberculose ou pneumonia). Destacaram-se nesta turma, Urbano Polverini, de Ancona e Alessandro Gallucci, de Pesaro, pintores. A turma de Escultura termina com apenas dois alunos: Silvio Ceccarelli, de Senigália, e Galileo Emendabili, de Ancona. Para poder estudar, divide o aluguel de um quarto com o colega pintor Urbano Polverini in Via Raffaello, alimentando-se por 75 centavos a refeição, na Rosettaal Mercatale, cidade baixa. Noites boêmias, de valsa e polca, eram passadas pelos acadêmicos nas proximidades do Teatro Sanzio, por duas liras, no Tordinone, cujo temido segurança, alto 1,90 metro, notório era pela potência de seus bíceps e famoso ficara entre os estudantes pelo sugestivo apelido: Mammasantissima.

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1918 – Itália - Designado por unanimidade pela banca examinadora do Real Instituto de Belas Artes para a obtenção, junto ao Ministério da Instrução Pública, de bolsa de estudo para financiar as suas viagens de estudos artísticos. Passa a viajar pelo eixo Urbino - Roma. Visita, com frequência, o ateliê do escultor Arturo Dazzi, em Roma.
1918 - Ancona - It - Estabelece seus primeiros contatos com as obras dos escultores: Ivan Mestrovic, admirando-lhe as obras do período romano; e, atento aos movimentos artísticos italianos, influencia-se muito pela obra expressionista de Adolfo Wildt, e pela arte renovadora de Arturo Martini.
                       
1918 - Urbino - It - Passa a assinar "Valori Plastici", revista fundada por Mário Broglio naquele ano, influenciando-se pela obra de Arturo Martini e pelo "primitivismo" da arte italiana no período tido como "albores da arte", o Trecento e o Quattrocentotoscano, bem como pela teoria da forma do escultor e teórico Adolf von Hildebrand.
1918 - Urbino - It - Assina a revista "Architettura e Arti Figurative", dirigida pelo arquiteto Marcelo Piacentini, ainda não engajado como arquiteto do regime e por Gustavo Gianoni. Por meio desta revista se aprofunda no expressionismo de Wildt.
1919 – Urbino – It - Diploma-se, com distinção, no curso de Escultura, pela Real Academia de Belas Artes.
                        

1919 - Ancona - It - Abre seu segundo atelier italiano em Via Barilari, a Capodimonte (An), no mesmo quarteirão onde seu pai transferiu a fábrica de móveis e a família.
1919 - Ancona - It - Esculpe "Busto femminile".

1920 – Ancona – It - Abre seu terceiro atelier em Via Stagni, nº 20.
1920 - Ancona - It - Entalha o Porta-Bandeira de Combate do Real Explorador Ancona (exposta no Museu Sacrario della Marina al Vittoriano, Roma).
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1921 - Ancona - It - Entalha o Studio encomendado pela "Associazione Legionari Fiumani" do poeta Gabriele D'Annunzio, que liderou, à frente dos legionários, a tomada de Fiume. Manufatura de Augusto Clementi.

1921 - Ancona - It - Esculpe o busto a Giuseppe Mazzini, sediada na Residenza Municipale (sede do Governo Municipal).
                       

1921 - Ancona - It - Expõe, pela primeira vez, suas obras conjuntamente com Urbano Polverini, Filandro Castellani, Vittorio Morelli, entre muitos outros artistas, na histórica e renovadora "Esposizione Regionale D'Arte" (cartaz expositivo ao encargo do ilustre Adolfo De Carolis), levando ao ingente público que acorreu à exposição, obras de pintura, escultura, arquitetura, incisões, decoração, arte popular, móveis, ferro batido,  joias e ourivesaria, cerâmicas, vidros, tecidos, e outras expressões artísticas e artesanais. A exposição foi referida por Luigi Serra na revista "Emporium" como revolucionária e capaz de romper com a: "monotonia di una omogenità faticosamente lambicata, di aggruppamenti metodici".

1921 – Ancona – It - Em período de turbulência política, com o Fascismo em ascensão na Itália, Galileo Emendabili, liberal e republicano, foi o escolhido e comissionado por uma associação cidadã para esculpir o monumento memorialista “Libertà”, em homenagem ao jovem republicano Giuseppe Meloni, emboscado e assassinado por guardas reais fiéis ao Fascismo ao sair do Teatro das Musas. A escultura expressionista, com elementos art déco, e expressionista, é polêmica, tanto pela altivez do semblante, expressando indignação e desprezo, como pelo fato de despedaçar com a mãos o punhal assassino, testemunhando a recusa imperariva e categórica da conquista do poder pela violência.  O assassinato político de Meloni causou comossão pública, tumulto e agitação social em Ancona. O memorial foi erigido no cemitério Tavernelle em cerimônia concorrida por várias centenas de pessoas. Esta obra marca o destino na Itália de Galileo Emendabili.
                       


1921 – Ancona – It - Passa a ser perseguido como intelectual de oposição.
1922 - Ancona - It - Entalha em nogueira a "Dea Nikè - Vittoria Alata".

1922 - Ancona - Torrete - It - Entalha em madeira a "Aquila lignea" para a Società di Mutuo Soccorso "Goffredo Mameli".
1922 - Ancona - It - Esculpe "Recluso".

1922 - Ancona - It - A partir de sua escultura "Testa virile" (1921)concebe o projeto do Monumento ai Caduti da I Grande Guerra.
1922 – Pesaro, Fabriano e Fano – It – Ascensão do Fascismo na Itália. Emendabili participa de três concursos públicos na Itália para os monumentos aos heróis da Grande Guerra (1914-1918), na Itália. Por razões políticas, os seus projetos obtiveram os respectivos segundo lugares, em concurso dirigido para privilegiar artistas fiéis ao novo ideário.
1923 - Ancona - It - Aos 15 de abril casa-se com Malvina Manfrini, a quem conhecia deste a infância. Dedicada e companheira de toda uma vida, deu-lhe dois filhos: Plínio e Fiammetta.
                  

1923 – Genova – It - Cerceado em seu trabalho artístico parte aos 06 de junho, destino Buenos Aires. Alertado pelo comandante do vapor Duca degli Abruzzi(naufragado em sua viagem de retorno) que se tramava a bordo seu assassinato, por razões de dissidência política, interrompe a viagem e desembarca com sua jovem esposa Malvina no Porto de Santos, Estado de São Paulo, Brasil, aos 03 de julho. De Santos, como lhe recomendou o comandante, parte para a Capital Paulista, de numerosa coletividade italiana, fixando nova pátria.
1923 - São Paulo - SP - A poder viver com a jovem mulher empregou-se junto a amigos, como vendedor de tintas, na Casa Sparapani, no Centro de São Paulo.
1923 - São Paulo - SP - Conhece o fotógrafo Hugo Zanella, que o acompanhará, pelo registro de sua fotografia, por toda a sua vida e sua obra. No detalhe, a escultura "Cristo", de 1950, para o Monumento ao Sagrado Coração de Jesus, fotografada por Zanella. A incidência da fotografia no registro da obra emendabiliana será, post mortem do artista e do fotógrafo, objeto de aprofundado estudo de parte de Silvana Brunelli Zimmerman, do Departamento de Artes Plásticas da ECA - USP.
                     
1923 - São Paulo – SP - Inicia sua jornada artística no Brasil com o primeiro ofício aprendido na tenra infância – entalhador – no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, cuja direção o empregou de imediato ao ver um seu esboço, de complexo relevo em sucessivas dimensões e profundidades, ali mesmo desenhado por Emendabili em um pequeno recorte de papel.
1923 - São Paulo - SP - Esculpe a "Maternidade Eslava" (Coleção Emanuel Araújo).

1924 – São Paulo – SP - Conhece o jornalista e crítico de arte tatuiano Raul de Polillo, o qual tece as primeiras críticas brasileiras à arte emendabiliana. Abre seu primeiro atelier paulistano na Rua das Flores, hoje Praça Clóvis Bevilaqua.

1925 – São Paulo – SP – Concebe e esculpe o memorial “Sons celestiais”, no Cemitério do Araçá, em harmonia com a art-déco da arquitetura linear, um de seus primeiros trabalhos em São Paulo. A concepção é composta por duas figuras femininas tocando duas liras.
1925 – São Paulo – SP - Ganha o seu primeiro concurso, obtendo o primeiro prêmio no Concurso Internacional para o monumento ao cientista e cafeicultor Luiz Pereira Barreto, erigido na Praça Marechal Deodoro.
                      
1925 - São Paulo - SP - Esculpe o monumento memorial à família Bertolucci - "Oferenda".

1925/1970 - São Paulo - SP - Realiza vários monumentos memorialistas para os Cemitérios São Paulo, da Consolação e do Araçá na foto abaixo, "Pietà", bronze de 1930.

1926 - Tatuí - SP - Esculpe o monumento memorialista “Cristo Bom Pastor”, da família Salles Gomes, colocado no Cemitério Municipal. Esta escultura memorialista será, em 1942, objeto de artigo e de crítica do modernista Mário de Andrade, memorando uma sua visita ao atelier da Rua Bela Cintra, referindo o que sentiu ao se deparar com a peça: "Era um Cristo altivo, eu quase diria insolente - O Cristo sobranceiro que um dia perdeu a paciência e expulsou os vendilhões do templo. Emendabili fixou esse sentimento ou ressentimento de Cristo no  belo rosto erguido, na testa ampla, repositório de idéias de libertação dos oprimidos...".
1927 – São Paulo – SP - Projeta para o Centenário dos Cursos Jurídicos no Brasil, o “Marco Histórico”.
1928 – São Paulo – SP – Esculpe “Plínio Velho – Plínio Moço”.
                   
1928 – São Paulo – SP - Inauguração do “Monumento a Luiz Pereira Barreto”, na Praça Marechal Deodoro. Emendabili teve de se ater ao extremo rigor acadêmico do edital. Executou-o com primor escultórico, mas não compareceu à inauguração.

1929 – São Paulo – SP - Muda-se para seu segundo atelier paulistano, o grande atelier da Rua Bela Cintra. Concorre em São Paulo e vence o Concurso Internacional para o monumento em homenagem ao arquiteto Ramos de Azevedo.


1929 - São Paulo - SP - Esculpe a "Deusa Nikè" (Vitória) para o Monumento a Ramos de Azevedo, inspirada numa sua peça, em madeira entalhada, ainda em Ancona, em 1922.
                            


1929 - São Paulo - SP - Conhece e descobre o incomensurável talento e valor artístico de Fulvio Pennacchi, do Grupo Santa Helena, por acaso, observando papéis de embrulho desenhados por Pennacchi no local onde trabalhava. Ambos foram fraternos amigos e parceiros de arte por toda a vida artística.

1929/1930 - São Paulo - SP - Esculpe a figuração de todo o Monumento a Ramos de Azevedo diretamente no gesso.

1930 – São Paulo – SP - Executa várias obras expressionistas, destacando-se “Cabeça de Mulato” e “Pietà”.

1932/1933 - São Paulo - SP - Fase de fundição e de montagem do "Monumento a Ramos de Azevedo". Na segunda fotografia, Galileo Emendabili segura o filho Plínio pelas mãos.
                        

1932 – São Paulo – SP – Engaja-se e empenha-se para o êxito do Exército Constitucionalista, identificando-se com a Revolução Constitucionalista de 1932, guerra civil contrária à ditadura Vargas.
1932 – São Paulo – SP - Por elevar o nome da Itália no exterior, é agraciado pelo Rei da Itália Vittorio Emanuele III, com o grau de Cavaleiro da Ordem da Coroa.
1933 – São Paulo – SP - Esculpe a grande estátua “Anjo”, inspirado no Quattrocentoitaliano, para o Memorial para a família Bento Ferraz.

1933 - São Paulo - SP - A partir desta data trabalha com a colaboração de Fulvio Pennacchi, o qual passa a elaborar desenhos para alguns de seus projetos.
1934 – São Paulo – SP - Inauguração em 25 de janeiro do “Monumento a Ramos de Azevedo” na Av. Tiradentes. Atualmente o monumento encontra-se no campus da Cidade Universitária, em frente ao IPT. Emendabili o considerou, ao final da vida, como o ápice de maior expressão de sua escultura, ao lado de sua última peça: “Pietá”.
                      
1934 – São Paulo – SP - Participa do Concurso Internacional para erigir o monumento aos Heróis Constitucionalistas de 1932. Obtém o primeiro lugar com a maquete“32”, e, o segundo lugar, com a maquete “Constituição”. Concorreu com artistas modernistas, destacamente com o projeto de Flávio de Carvalho. Participa da comissão julgadora, dentre outras personalidades de vanguarda, o escritor, ensaísta, folclorista, musicólogo, articulista, historiador, e modernista paulistano Mário de Andrade. Galileo Emendabili é o único autor intelectual da arquitetura e da arte inserida na obra. O engenheiro Mário Pucci encarregado foi dos cálculos de engenharia para a construção do monumento, assinando o projeto de edificação.

1934 - São Paulo - SP - Importante crítica do romancista, jornalista e crítico de Arte tatuiano Raul de Polillo, sobre a obra do artista, no "Correio Paulistano" - Diários Associados. Sobre o projeto do "32" escreveu: "..uma obra de arte imortal pela força de sua mensagem".
1934 - São Paulo - SP - Esculpe os altos relevos do Obelisco e os baixo relevos da "Porta da Vida" e a da "Porta da Glória" do "32" - "Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932".
                                  

1934 – São Paulo – SP – Esculpe a figura de Eça de Queiróz. Ofereceu esta obra de arte a Raul de Polillo, o qual, por sua vez, doou o bronze ao Museu da Casa da Cultura Paulo Setúbal, em Tatuí – SP.
1935 – Ribeirão Preto – SP - Obtém o 1º prêmio no Concurso Internacional para o monumento ao Herói Constitucionalista de 1932.

1936 - São Paulo - SP - Concebe e executa o monumento memorialista à família Parello - "Busca Eterna".

1936 - São Paulo - SP - Concebe e executa a escultura "Agonia".
1936 – Santos – SP - Concorre para homenagear os Heróis Constitucionalistas de 1932. Esculpe "Os Combatentes".

1937 – Ribeirão Preto – SP - Inauguração do monumento “O Granadeiro”, na Praça XV de Novembro.
                       
1938 - São Paulo - SP - Concebe e executa o monumento memorialista à família José Giorgi - "Subida do Gólgota".

1938 - São Paulo - SP - Concebe e executa o monumento memorialista à família Guilherme Giorgi - "Pietà".

1938 - São Paulo - SP - Pelo cinquentenário da abolição da escravatura no Brasil, esculpiu "Redenção".

1938/1945 – Colabora com o prefeito Prestes Maia no “Plano de Avenidas”, especialmente em ralação à monumentalidade dos túneis quando do projeto da Avenida 9 de Julho.  Concebe em coautoria com Prestes Maia o projeto para a construção do Centro Administrativo de São Paulo (não executado). Prestes Maia inicia tramitação legal para ceder em comodato a Galileo Emendabili ampla área para seu último e definitivo atelier no que viria a ser o Parque Ibirapuera, junto ao Viveiro Manequinho Lopes.
                         

1939 - São Paulo - SP - Concebe, projeta e executa para si e família as duas residências na Rua Maria Figueiredo, Paraíso, adornando-as com afrescos de Fúlvio Pennacchi e móveis sob seu desenho executados por Luis Pássaro. Quando da demolição das casas, em 1984, todos os afrescos foram cuidadosamente retirados por obra e arte do engenheiro e arquiteto Paulo Sproviero, devidamente recolocados, intactos, no antigo edifício da Pirelli e em coleções particulares.
1940/1948 - São Paulo - SP - Projeta e executa todos os altares, o batistério, os cálices sagrados, todos os móveis e todas as estátuas de terracota, mármore e bronze da Igreja Nossa Senhora da Paz, inclusive, em mármore de Carrara, a imagem homônima, no Bairro do Glicério. Fulvio Pennacchi encarrega-se de executar todos os afrescos e as cerâmicas da "Via  Crucis".

1940 - São Paulo - SP - Esculpe o painél "Primavera".

1940 - Rio de Janeiro - RJ - Concebe o projeto "Puritas" para o monumento a Oswaldo Cruz.
               

1941 - São Paulo - SP - Projeta e concorre ao concurso internacional para o monumento a Duque de Caxias. Obteve o primeiro lugar com o projeto "Passagem da Ponte", em referência à passagem do Pacificador e suas tropas pela Ponte Itororó. Getúlio Vargas, ao saber ser Galileo Emendabili, o autor do "32", o  vencedor do concurso, de imediato mandou anulá-lo. Galileo Emendabili concorreu novamente ao renovado concurso obtendo dirigidamente o segundo lugar. Esculpe "Caboclo e Gaúcho" e a expressiva escultura equestre monumental de Duque de Caxias.

1942 - São Paulo - SP – Galileo Emendabili é reconhecido como artista-escultor, pela Escola Nacional de Belas Artes – ENBA.
1942 - São Paulo - SP - Mário de Andrade, romancista, poeta, musicólogo, folclorista, crítico de Artes Plásticas, escreve longo e abrangente ensaio sobre o artista e sua obra: "Emendabili e o sinal dos tempos", escrevendo: "... me parece justo sublinhar a contribuição de Emendabili no campos das artes plásticas, consagrando valores sem os quais a escultura perde a sua força de eternidade e mesmo a sua dignidade como sinal dos tempos".
                      

1942- São Paulo - SP - Concebe e executa a escultura "São Luís" de entronização central da  Capela São Luís, na Avenida Paulista.
1944 - São Paulo - SP - Concebe e executa o monumento memorialista à família Forte - "Ausência" (Túmulo do Pão).

1944 - São Paulo - SP - Osório César, psiquiatra, principal fundador da Escola Livre de Artes Plásticas - ELAP - e crítico de Artes Plásticas, publica marcante nota sobre o artista e sua obra.
1947 – São Paulo - SP – Inaugura no Aeroporto de Congonhas o monumento ao aviador pioneiro Edu Chaves – “A Asa”, atualmente sediado na praça à frente do átrio do sagão central.

1948 - São Paulo - SP - Concebe e executa o monumento memorialista da família Mencarini - "Paternità".
                       
1948 - São Paulo - SP - Concebe e executa o monumento memorialista da família Varan Kentnedjian, inclusive a "Porta Mística - Profana" e o "Cristo dourado ressurreto". A porta foi qualificada por Menotti Del Picchia como a mais bela, significativa e importante porta artística, em bronze, de toda a América Latina.

1949 - São Paulo - SP - Executa e entrona o busto de Ruy Barbosa, solenizando o átrio do Tribunal de Justiça de São Paulo.
1949/1972 - São Paulo - SP - Executa continuamente o “32”, denominado posteriormente “Monumento Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932”, no Parque Ibirapuera, ainda inacabado. Passa a executar no mármore o "Herói Jacente - Guardião do Templo".
                     

1950 - São Paulo - SP - Classifica-se em 1º lugar com a maquete "Sacrário", para a construção do “Monumento ao Sagrado Coração de Jesus”, projeto não realizado. Concebe o projeto, e executa as portas místicas e a escultura "Cristo". Envia ao vaticano maquete explicativa sobre a obra. Recebe carta elogiosa do Papa Pio XII, por meio de seu secretário particular, Cardeal Montini, futuro papa Paulo VI. Doa aoMuseo del Vaticano a obra em bronze "Madona co'l Bambino" (1941) .

1950 - São Paulo - SP - Início das obras do "32" - Complexo Arquitetônico - Escultóreo - Pictórico - Literário (poemas de Guilherme de Almeida - o quarto Príncipe dos Poetas Brasileiros pela Academia Brasileira de Letras - nas faces do Obelisco e a "Oração ante à Última Trincheira", inscrita no Túnel de Acesso à Cripta). Emendabili acompanha diariamente as obras. Na foto abaixo, o artista aparece no canto inferior esquerdo, o segundo da esquerda para a direita, com as mãos nos bolsos.
                   
1951/1956 - Veneza - It - Concepção de Emendabili e execução, pelo Studio Padan, dos mosaícos: "Natividade (Fundação de São Paulo)"; "Martírio (Tombamento do Herói Constitucionalista)"; "Ressurreição (Constituição de 1934)"; e "Classes Trabalhadoras", para adornarem a Cripta do "32" e a circunferência da ogiva de 32 metros de altura inscrita na base interna do "Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932".

1952 - São Paulo - SP - O governo republicano italiano lhe confere a Comenda da Estrela da Solidariedade - 2ª classe.
1952 - São Paulo - SP - Executa a porta da capela do túmulo da família Antonio Cândido de Camargo, no Cemitério São Paulo.
1953 – São Paulo - SP - Traduz no mármore travertino o memorial “Adeus”, da família Joaquim dos Santos Azevedo.

1954 - São Paulo - SP - Sérgio Milliet, romancista, ensaísta, poeta, publica no "O Estado de São Paulo" em janeiro, análise retrospectiva da obra e do artista.
1954 - São Paulo - SP - Luiz Martins, romancista, ensaísta, cronista e crítico de Artes Plásticas elabora e publica nota crítica do "32" - "Monumento Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932", enaltecendo a obra. De igual, Ciro Mendes, redator de "O Estado de São Paulo" e crítico de Artes Plásticas, no homônimo cotidiano.
                  
1954 - São Paulo - SP - Quirino da Silva, consagrado pintor e crítico de Artes Plásticas tece análise crítica sobre a obra emendabiliana e o artista, publicada no "Diário da Noite", qualificando Emendabili como: "lúcido, por mergulhar fundo nas temáticas que o inspiram; polêmico, porque jamais foi escravo de modismos; inteligente, por compreender as lições pioneiras de Adolfo Wildt; e versátil, por admirar a revolução de Rodin e captar a beleza plástica do pré-renascimento pela obra de Donatello".
1954 - São Paulo - SP - Guilherme de Almeida, o Príncipe dos Poetas Brasileiros, compõe o poema: "A ESPADA DE PEDRA", cujo texto reproduz a forma do Complexo composto pelo Obelisco e pelo Mausoléu, o "32". A parte final do poema está inscrito na pedra marmórea das quatro faces do Obelisco:
AOS ÉPICOS DE JULHO DE 32 QUE FIÉIS CUMPRIDORES DE
SAGRADA PROMESSA FEITA A SEUS MAIORES - OS QUE
HOUVERAM AS TERRAS E AS GENTES POR SUA FORÇA E FÉ -
NA LEI PUSERAM SUA FORÇA E EM SÃO PAULO SUA FÉ.

1954 - São Paulo - SP - Menotti Del Picchia, poeta modernista, romancista e crítico de Artes Plásticas, Membro da Academia Paulista e Brasileira de Letras, em longo artigo publicado, qualifica o artista em suas esculturas em mármore e terracota colocadas nos altares da Igreja Nossa Senhora da Paz, também por ele projetados, além do batistério, como: "... um sóbrio escultor donatelliano, com a sensação mística de um umbro como Piero della Francesca", e, sobre a igreja: "... não é apenas um templo para devoções sinceras. é, também, um temário sugestivo para o estudo de nossos arquitetos, escultores e pintores. Sob esse ângulo educacional, ela é um verdadeiro milagre, mais que uma obra prima"


1954 – São Paulo – SP - Por ocasião do IV Centenário da Cidade de São Paulo, é inaugurado precariamente o complexo arquitetônico-escultórico-pictórico-literário (Poemas de Guilherme de Almeida) “32” – “Monumento Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932”, sua mais importante, complexa e maior obra, constituindo o segundo memorial do mundo em área construída (Folha de São Paulo) e o monumento símbolo do Estado de São Paulo.

1954 - São Paulo - SP - Esculpe a quadrilogia "Os Trabalhadores".

1954 – Belo Horizonte – MG – Esculpe em mármore de Carrara e em terracota duas versões de “Nossa Senhora das Graças”; a de terracota sediada na Capela e, a em mármore de Carrara, na clausura, do Mosteiro de Nossa Senhora das Graças.

1954 – São Paulo - SP – Projeta o monumento “Anchieta”.
1954 – São Paulo - SP – Projeta o monumento “La Sorgente” (A Fonte), com o qual a Colônia Italiana deveria homenagear São Paulo. na parte inferior do monumento observam-se várias saídas de água. Emendabili inspirou-se em sua cidade, Ancona (Marche - Itália), na qual uma fonte, denomindada "Le Canelle", jorra água potável ao público e à população.
                              
1954 - São Paulo - SP - Trabalha no projeto da construção da Capela São Francisco de Assis - “Capela Umbra” -, para as famílias Ferrabino, Carraro e Salvi, no Cemitério São Paulo.

1955 – São Paulo - SP – Executa para a Liga das Senhoras Católicas de São Paulo, a estátua de “Nossa Senhora Mãe dos Pobres”.
1955 - São Paulo - SP - Concebe e executa o monumento memorialista à família Vida Maud Asherman - "Maternidade".

1956 – São Paulo - SP - Esculpe a porta “Árvore Genealógica”. Concebe e executa o memorial à família Moffarej Nader.

1956 - São Paulo - SP - Esculpe a cerãmica "Primavera".

1956/1959 – Guarulhos - SP – Concebe para a Capela Stella Maris, o “Cristo Triunfante na Cruz”, a estátua de “Stella Maris” e 15 relevos da “Via Sacra”, em cerâmica.
                       

1958 – São Paulo - SP - Galileo Emendabili (segurando o chapéu e a capa), inaugura as duas portas em bronze de acesso à cúpula ogival inscrita na base do interior do Obelisco, na presença do presidente da República Juscelino Kubitschek e do governador do Estado de São Paulo Carvalho Pinto.

1958 - São Paulo - SP - Recebe no "Monumento Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932" o presidente da República Italiana Giovanni Groncchi.

1962 – São Paulo – SP – Esculpe a estátua “Meditação”, que integra o acervo do Museu de Arte de São Paulo – (MASP).
1962 - São Paulo - SP - Esculpe "Adão e Eva - Troca de Corações", pela qual o governo de São Paulo agraciou aos cirurgiões cardiologistas Christian Barnard, sul africano, pioneiro dos transplantes cardíacos e o brasileiro Euriclides de Jesus Zerbini, pioneiro dos transplantes cardíacos no Brasil.
                     
1962 – São Paulo - SP – Concebe o projeto e executa a maquete para o monumento à Imigração Italiana e todos os imigrantes.

1962 - São Paulo - SP - Torna-se, por indeclináveis méritos, pelo realizado pela arte no país que o acolheu, e por São Paulo, Cidadão Paulistano, em título honorário conferido pela Câmara Municipal, tornando-se um igual na cidadania.

1964 – São Paulo - SP – Idealiza por vários esboços e esculpe a maquete do monumento "São Paulo Andando", a ser erguido no Pico do Jaraguá, de dimensões colossais, não executado.

1964 - São Paulo / Ilhabela - SP - Concebe e projeta o monumento a Américo Vespucci, descobridor do litoral ao sul da Bahia, fluminense e, paulista (1501/1502), inclusive Ilhabela.

1967 - São Paulo - SP - Idealiza, esculpe e funde em bronze a medalha comemorativa do cinquentenário literário de Guilherme de Almeida (ABL).

1967 - São Paulo - SP - O artista plástico Marcelo Piccinini realiza neste ano vários trabalhos importantes em cerâmica no atelier de Emendabili.
1967 - São Paulo - SP - É comunicado a Galileo Emendabili da inexorabilidade de desmontagem do "Monumento a Ramos de Azevedo". Lutara arduamente por anos para evitar a retirada do monumento de seu sítio original. O fato abala severamente sua saúde, por ser aquela a obra a que mais amava em sua escultura (foto do arquivo de Silvana Brunelli Zimmerman).

                             

1968 – São Paulo – SP – O governador de São Paulo Roberto de Abreu Sodré agracia o cirurgião sul-africano Christian Barnard, o pioneiro dos transplantes de coração, em visita ao Brasil, com a escultura em bronze “Adão e Eva - Troca de Corações”. Peça igual é também oferecida ao cirurgião brasileiro Euclydes de Jesus Zerbini, pioneiro no Brasil em transplantes cardíacos.
1968 - São Paulo - SP - Esculpe o busto do Governador de São Paulo Abreu Sodré, para a Assembleia Legislativa de São Paulo.
1969 – São Bernardo do Campo – SP - Idealiza o monumento “Fundadores de São Bernardo do Campo – João Ramalho e Bartira”. Abaixo, um dos esboços do interior da obra. 

1969 - São Paulo - SP - Esculpe o busto do jornalista Vicente Leporace.
1969 - São Paulo - SP - Idealiza o monumento "A Lira", para Campinas, terra natal de Guilherme de Almeida, falecido neste ano, em sua homenagem.

1969 – São Paulo – SP - Pelo abandono das esculturas em bronze do “Monumento a Ramos de Azevedo”, retirado de seu sítio original, sofre seu primeiro enfarto. Entra em áspero confronto público, pelos jornais e pelo rádio com o prefeito de São Paulo, então nomeado pelo governo militar, Paulo Salim Maluf. Este inicia processo para cassar o comodato de seu atelier, visando retomá-lo. Vicente Leporace, jornalista, em seu programa de rádio pela Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, “O Trabuco”, abre espaço para Emendabili defender a si, a obra e o seu atelier. A questão toda passa a ser exaustivamente tratada pela imprensa paulista, sobretudo em "O Estado de São Paulo", e pela Rádio Bandeirantes, emblematizada como uma das bandeiras de resistência à ditadura em São Paulo. O advogado Otávio Mamede passa corajosamente a defender a Galileo Emendabili.

                             

1969 - São Paulo - SP – Pelo agravamento de seu estado de saúde e dado o extenuante trabalho na escultura, inicia seus trabalhos de desenho e pintura.
1970 - São Paulo - SP - Esculpe o busto do prefeito Faria Lima sediado no Tribunal de Contas de São Paulo e na Câmara de Vereadores do Município de São Paulo. 
1970 – São Paulo – SP – Esculpe uma segunda versão de “Amerigo Vespucci”.

1970 – São Paulo - SP - Exposição na Assembleia Legislativa de São Paulo de projetos a monumentos públicos: “Imigração Italiana no Brasil”; “Fundadores de São Bernardo do Campo”; e, “Todos os Imigrantes do Brasil”.
1970 -São Paulo - SP - Executa o memorial "A Descida da Cruz" para a família Raia.
                 
1971 - São Paulo - SP - Paulo Duarte, redator-chefe de "O Estado de São Paulo", escritor, ensaísta, historiador, antigo diretor do "Museu do Homem", em crítica publicada, qualifica a obra emendabiliana como monumental e universal, e seu autor como um: "... homem de ideias e ideais puros, viveu intensamente a história de São Paulo como se fosse um paulista de nobres estirpes. O nome de Emendabili está indelevelmente ligado ao patrimônio cultural e cívico de nossa terra". Paulo Duarte engaja-se pela preservação do atelier e do Monumento a Ramos de Azevedo, pondo-se ao lado da luta do artista.
1971/1972 – São Paulo – SP – Durante a gestão de José Carlos de Figueiredo Ferraz, engenheiro e então prefeito de São Paulo, o jornalista Bóris Casoy, então Secretário Municipal de Imprensa, correndo riscos pessoais e profissionais, passa a deliberadamente ocultar o processo de retomada do atelier, iniciado antes de sua gestão, tomando os autos para si, impedindo a sua tramitação, em auxílio à Galileo Emendabili e à sua obra.
1972 - São Bernardo do Campo - SP - Recebe o título de Cidadão da Cidade de São Bernardo do Campo.
1972 – Águas de Lindóya – SP – Projeta os monumentos: “Os Fundadores de Águas de Lindóya”“A Índia Lindóya”“Águas Purificadoras”Torre Transparente” (esboço da Índia Lindóya, abaixo).

                   
1972 – Águas de Lindóya - SP - Recebe o título de Cidadão da Cidade de Águas de Lindóya.
1972 - São Paulo - SP - Recebe a Medalha Anchieta.
1972 – São Paulo - SP – Exposição no Paço das Artes, retrospectiva “50 anos de artes no Brasil – Esculturas – Arquitetura – Desenhos”.
1972 – São Paulo – SP – Concebe e executa sua última escultura – “Pietà”. Concebeu cinco versões da mesma peça, uma delas, em gesso, 47 cm de altura, integra o acervo do MASP.

1973 - São Paulo - SP - A coletividade italiana, no Circolo Italiano, lhe agracia com o prêmio "Presença Italiana no Brasil", conferido somente a cidadãos brasileiros natos. Emendabili, italiano, é agraciado e o recebe como única exceção.
1973 - São Paulo - SP - Com a destituição sumária de Figueiredo Ferraz à frente da Prefeitura de São Paulo, por lideranças civis afinadas com a linha dura do regime militar em São Paulo, crescem as pressões sobre o artista para que deixe de se pronunciar sobre o abandono do "Monumento a Ramos de Azevedo", e as dificuldades para a sua reconstrução no campus da USP (cuja direção administrativa decidira acolher a obra), e que calasse sobre a ameaça contínua de despejo retorsivo e forçado de seu atelier. Sofre uma sucessão de enfartos. Num destes, foi encontrado inconsciente em seu quarto, tendo numa das mãos uma esferográfica e, em outra, o significativo desenho exposto abaixo.


               
1974 – São Paulo – SP - Encanta Galileo Emendabili aos 76 anos, aos 14 de janeiro, após 55 anos ininterruptos de produção artística, 51 deles no Brasil, sem nunca ter se ausentado do País que o adotou, muito produzindo no campo da escultura, arquitetura, desenhos, pintura, mosaicos, afrescos e cerâmicas, deixando dois filhos e nove netos.
1974 - São Paulo - SP – Dado que Galileo Emendabili, de forma pública, afrontou autoridades civis que representavam a ditadura do governo militar em São Paulo pela agressão e posterior abandono do "Monumento a Ramos de Azevedo" à sua sorte, dia seguinte à sua morte, durante a gestão do então prefeito nomeado pelo governo militar - Miguel Colasuonno - determinada foi, sem comunicar previamente à família, a desocupação imediata de todo o acervo do atelier no Parque Manequinho Lopes, no Ibirapuera. O atelier foi arrombado, e centenas de obras de arte foram truculentamente colocadas sobre caminhões da prefeitura e jogadas atabalhoadamente, por funcionários sem qualificação alguma para este fim, em pátios, a céu aberto. Aos 17 de janeiro, ato sucessivo, o atelier foi posto abaixo 48 horas após o sepultamento do artista.
              

1974 - São Paulo - SP - Fiammetta Emendabili, filha do artista, inicia embaixada junto à direção do Liceu de Artes e Ofícios, visando para lá transferir e abrigar as obras, junto ao espaço do primeiro local de trabalho artístico no Brasil de seu pai, o que foi permitido.
1976 – São Paulo – SP - Fiammetta Emendabili, filha do artista, resgata as obras do pai do Liceu de Artes e Ofícios, restaurando peças danificadas, descartando peças sem mais nenhuma possibilidade de recuperação, a modo de reintegrar peças íntegras e restauradas ao acervo por ela curado.
1980 - São Paulo - SP - É realizado documentário sobre “O Monumento a Ramos de Azevedo e o Monumento Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932”, pela TV Cultura.
1982 - São Paulo - SP - É realizado o vídeo: “Ancona: San Paolo solo andata”, exibido pela RAI-Marche, sob curadoria de Fabíola Brugiamolini. Francesco Ghedini, um dos mais importantes críticos de Artes Plásticas em âmbito italiano e europeu, faz profunda e marcante análise crítica retrospectiva da obra emendabiliana.
1982 - São Paulo - SP - Nélson Werneck Sodré, oficial do Exército Brasileiro, historiador, escritor e crítico literário publica nota: "Fidelidade à História"; guardando de Galileo Emendabili: "... indelével impressão, quer como artista, quer como ser humano. Culto, inteligente, sensível, ele soube edificar, para além dos monumentos que ergueu, uma sólida reputação de artista fiel à História e aos ideais e ideias democráticas de seu tempo".
1983 - São Paulo - SP - Oliveira Ribeiro Neto, membro da Academia Paulista de Letras, elabora e publica artigo sobre Emendabili e sua obra.
1983 - São Paulo - SP - José Henrique Fabre Rolim, membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABAC), tece longo artigo sobre as obras públicas de Emendabili, ressaltando que no âmbito da arte contemporânea: "... a escultura de Galileo Emendabili, ocupa uma dos capítulos mais representativos pela grandiosidade arquitetônica". Repara também a maior nódoa histórica recaída sobre a obra emendabiliana, quando em vida o artista. A anulação do concurso para a edificação do Monumento ao Duque de Caxias, em que Emendabili sagrou-se vencedor com o projeto "Passagem da Ponte" (1941), mas que foi anulado por determinação de Getúlio Vargas ao saber ser ele o premiado, mandando fosse realizado outro concurso de forma dirigida. Escreveu Rolim a respeito: "O monumento ao Duque de Caxias, em São Paulo, no ano de 1941, ficou em 2º lugar perdendo para o escultor Victor Brecheret, que realizou uma estátua equestre numa visão excessivamente clássica. Deve-se frisar que a maquete "Passagem da Ponte" em homenagem ao patrono do exército nacional, Duque de Caxias, se destacou pela vibrante força dos elementos. (...). Uma grande injustiça foi cometida com o não aproveitamento dessa obra dinâmica, soberba, empolgando o espírito pátrio de um povo, num expressionismo incontestavelmente puro, filtrando a essência do movimento intrínseco dos personagens, na marcha heróica dos defensores da liberdade". 
1983 - São Paulo - SP - Fúlvio Pennacchi, exímio pintor, autor de inúmeros afrescos, ceramista, aquarelista, integrante do Grupo Santa Helena, descoberto por Emendabili, tece testemunho sobre o artista, sua obra, e a associação artística de ambos. Disse Pennacchi: "E Emendabili, mesmo exausto fisicamente, continuava desenhando e criando obras tão grandiosas, que pareciam, para nós, trabalhos de um jovem. Sempre teve no coração o amor filial, a família, Deus e a pátria".
1983 - São Paulo - SP - Paulo Mendes de Almeida, crítico de Artes Plásticas, jornalista e escritor, publica artigo em que define Emendabili como o artista que perfeitamente adequou: "... forma e a substância dos modelos retratados - o que é importante nas artes em geral, mas especialmente na escultura figurativa".
1987 - São Paulo - SP - Pietro Maria Bardi, então Diretor do MASP, crítico de Artes Plásticas, expert, define em artigo ao escultor Galileo Emendabili como: "... uma das aquisições mais significativas que o Brasil obteve da Itália, pois trouxe para nós o magistério da sua arte, rica em sentimento e originalidade. Os numerosos monumentos que executou em São Paulo, sendo o mais significativo o da Revolução de 32, dão testemunho de seu talento. O Museu de Arte de São Paulo exibe, em sua coleção de esculturas, a obra 'Descida da Cruz', bronze doado pela filha do artista, Fiammetta Emendabili".
1987 - São Paulo - SP - Pietro Maria Bardi, Diretor do MASP, define Galileo Emendabili como: "O Modigliani da Escultura".
1987 - São Paulo SP – Lançamento conjunto, no MASP e no Istituto Italiano de Cultura di San Paolo, do livro “Galileo Emendabili”, com textos de Maurício Loureiro Gama, o tatuiano jornalista mais expressivo de seu tempo, homem de Jornal, Rádio e Televisão, membro da Academia Paulista de Letras, pioneiro da televisão brasileira e do telejornal (foi sua a face e a voz primeiramente vista e ouvida, quando da inauguração da TV no Brasil), ensaísta, escritor, comentarista político, crítico de Artes Plásticas, advogado e o maior biógrafo do artista.

                            
1987 – São Paulo SP - Abre-se a grande e individual exposição retrospectiva de sua obra no MASP. Ainda sobre o artista, Pietro Maria Bardi, Diretor do MASP, no prefácio ao livro: "Galileo Emendabili", de autoria de Maurício Loureiro Gama, lançado na exposição, escreveu: "Emendabili na praça da Paulicéia, deve ser considerado como um dos escultores que correspondiam ao gosto de seu tempo. Em certas obras comissionadas nota-se a originalidade de uma inventiva que, sem dúvida, custou-lhe até discussões para dar vida às próprias convicções. O visitante verá, em peças de pessoal inspiração, o tratamento empregado, bastante diverso, e em certos momentos, até polêmico."
1988 - São Paulo SP – Com a constitucionalização democrática do Brasil, inaugurado foi na Praça do Imigrante Italiano, espaço livre, situado na confluência da Avenida 9 de Julho com a Rua Peruíbe, no Jardim Paulistano, o “Monumento ao Imigrante Italiano”, que corresponde apenas a uma parte do projeto original colossal do artista, concebido em 1964.
1992 - São Paulo - SP - Bruno Pedro Giovannetti Neto edita importante livro com fotografias suas: "Artistas Italianos nas Praças de São Paulo" detalhando, inclusive, por imagens expressivas, as obras emendabilianas ("Monumento ao Imigrante Italiano"                                           
1993 - Sua biografia é elaborada pela eminente historiadora, professora titular de Artes Plásticas da USP e crítica de Artes Plásticas Annateresa Fabris, assim publicada no Dizionario Biografico degli Italiani, editado pelo Istituto della Enciclopedia Italiana. Annatereza Fabris, inicia assim, com extremo afinco, dedicação, metodologia e excelsa qualificação, avançados e aprofundados estudos sobre a obra emendabiliana.
1994 - São Paulo - SP - É recriado o estúdio do escultor, por iniciativa de William Maluf, no 1º Salão Paulistano de Antiquários ocorrido no Museu Brasileiro de Escultura – MuBE. A partir desta data, o MuBE incorpora ao seu acervo os estudos emendabilianos das cabeças de "Ceres" e "Hygea" (bronzes), do Monumento a Luiz Pereira Barreto.
1996 - São Paulo - SP - O emérito professor de História da Arte da USP Tadeu Chiarelli, antigo Curador-Chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo e antigo Chefe do Departamento de Artes Plásticas, coordenador do Centro de Estudos Arte e Fotografia e do Grupo de Estudos em Crítica de Arte e Curadoria do Departamento de Artes Plásticas da ECA-USP, atual Diretor do Museu de Arte Contemporânea da USP, escreve o importante ensaio: "Plano em repouso/plano em tensão: considerações sobre a teoria da forma de Adolf Von Hildebrand e a arte brasileira do século XX"; focando distintivamente sobre Galileo Emendabili, sintetizando a influência de Hildebrand na escultura e na arquitetura emendabiliana (nº 40 da Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo). Chiarelli escreve propriamente sobre Emendabili, ressaltando a influência direta sobre ele da teoria desenvolvida por Hildebrand, a qual Emendabili profundamente estudou por meio da revista "Valori Plastici", referindo-se ao artista no sentido que: "Na verdade, o artista italiano, a partir das teorias do escultor alemão, soube construir uma poética extremamente singular e significativa dentro do quadro da escultura ligada aos valores do Retorno à Ordem Internacional".
1997 - São Paulo SP - Lançamento do livro “Monumento a Ramos de Azevedo: do concurso ao exílio”, organizado por Annateresa Fabris, professora titular da Universidade de São Paulo na área de Artes, com ênfase em Artes, Teoria e História da Arte Contemporânea, que escreveu o primeiro capítulo, objetivo, detalhadamente histórico, do concurso internacional e as ferrenhas polêmicas entre críticos de arte e artistas e projetos preteridos na escolha, acompanhando a trajetória do monumento até seu exílio para o campus da USP, na Cidade Universitária, nos anos 1970; Traz o livro um segundo capítulo, magistralmente escrito por Tadeu Chiarelli, já apresentado nesta biografia: "A obra de Galileo Emendabili: Síntese e superação de influências", bibliografia sob cuidados de Silvana Brunelli Zimmerman, adiante qualificada. Tadeu Chirelli, de renome e reconhecimento internacional e nacional, ao todo extreme de dúvida, no capítulo expõe, não como mero crítico de arte (mais das vezes tomados por paixões, quando não, por interesses inconfessáveis), mas como doutor em Artes Plásticas, aprofundados e detalhados estudos chiarellianos sobre o conjunto da obra emendabiliana. Chiarelli, assim, surge pioneiro, enquanto sério pesquisador e profundo estudioso das Artes Plásticas, debruçado a se deter amplamente sobre a obra, o seu autor, os primórdios, as influências, denotando pleno domínio sobre toda a História da Arte, capaz de compreender, expondo de forma comparativa e fundamentada, consistente e objetiva, despojada de paixões e preconceitos, metodológica, toda a essência da obra emendabiliana, as suas influências, o seu evoluir para um sintetismo formal, as aspirações plásticas de Emendabili, a singularidade evolutiva da poética escultural emendabiliana, e, sobretudo, as superações individualíssimas de estilo, que distingue o artista no cenário artístico nacional e internacional, publicando em capítulo este profundo e fecundo estudo, de todo despojado de conjuntos meramente opinativos, quando não de engajamentos ideológicos e idiossincráticos, mais das vezes eivados de dolosa e calibrada má-fé, quando não de manifesta desonestidade intelectual.

1997 - São Paulo - SP - Exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo (Diretor: Emanuel Araújo) sobre a trajetória do "Monumento a Ramos de Azevedo", retirado de seu sítio original e transposto para o campus da Cidade Universitária de São Paulo.
1999 – Ancona – It – Lançamento do livro “Galileo Emendabili. Uno Scultore Emigrante nell’Ancona del Primo Novecento” - em celebração ao centenário de nascimento do artista, editado pela Regione Marche  (Região das Marcas), em colaboração com o Comune D'Ancona (Prefeitura de Ancona), sendo a curadoria e o texto de Fabiola Brugiamolini, Assessora de Bens Culturais da Prefeitura de Ancona, historiadora e crítica de Artes Plásticas.



1999 – Ancona – It - Repercutida exposição, em âmbito europeu, no Lazzaretto – Molle Vanviteliana - Pinacoteca de Ancona: – “Galileo Emendabili. Uno Scultore Emigrante nella’Ancona del Primo Novecento” - em celebração ao centenário de nascimento do artista, sob curadoria de Fabiola Brugiamolini.

1999 - Ancona - It - O Museo Tattile Omero, sediado na Molle Vanviteliana - Pinacoteca Comunale - reproduz em gesso o memorial a Giuseppe Meloni, destacando singularmente a escultura "Libertá" (1921) na sua coleção junto ao Departamento de Arte Moderna e Contemporânea relativa ao Primo Novecento.
2000 - São Paulo - SP - A pesquisadora e professora de Artes pela USP Silvana Brunelli Zimmermann defende junto ao Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, a dissertação de mestrado: “A obra escultórica de Galileo Emendabili: uma contribuição para o meio artístico paulistano”. Silvana Brunelli Zimmerman, com a dissertação, passa a ser, ao lado de Tadeu Chiarelli e de Annatereza Fabris, integrante de um grupo de estudos avançados balizados, altamente qualificado, e capaz de produzir estudos metodológicos que refugam posições meramente opinativas sobre o conjunto da obra emendabiliana. 
2005 – São Paulo - SP – Exposição retrospectiva no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal – “Galileo Emendabili – Esculpindo a vida”.



2007 – São Paulo - SP – Na Praça Vinícius de Moraes é inaugurado o “Monumento a São Paulo”, colocando-se em bronze a maquete do colossal projeto, cuja concepção, desenho e execução do projeto coube ao engenheiro e arquiteto Paulo Sproviero.
2007 – São Paulo - SP – Na Praça Luis Carlos Paraná, é inaugurado o “Monumento às Musas”, antes sediadas no Museu da Casa Brasileira, cuja concepção, desenho e execução do projeto coube ao engenheiro e arquiteto Paulo Sproviero.
2007 – Belo Horizonte – MG - Doação por Paulo Emendabili Souza Barros de Carvalhosa, neto do artista, do painel em cores pastéis da “Via Crucis”, para as freiras do Mosteiro de Nossa Senhora das Graças, a solenizar a capela homônima.
2008 - Brasília - DF - Henrique Gougon, artista plástico e um dos maiores especialista em arte muralista no Brasil, inscreve em seu "Mosáicos do Brasil", o obra mural de Emendabili no "32", destacando os mosaícos colocados na Cripta e na base da ogiva monumental inserida na base do obelisco.
2009 - São Paulo - SP - A TV Cultura, por meio do programa "Janela Aberta", leva ao ar programa especial sobre a Igreja Nossa Senhora da Paz.
2009 - Ancona - It - Francesco Nagni, do grupo Il Vecchio Faro, toma a iniciativa de organizar intervenção teatral da vida e da obra de Galileo Emendabili. A pesquisa iconográfica ficou à cargo de Sandro Censi, responsável pelo Arquivo Fotográfico de Ancona. Intervieram: Como apresentador, Carlo Ceccati; como relatores históricos, Antonio Luccarini e Giuseppe Barbone; enquanto o jornalista Terenzio Montesi (RAI) leu trechos das cartas emendabilianas enviadas ao meio artístico italiano sobre o Brasil e sua arte, no período de 1929 a 1965. Referida também, em suas cartas, pensamentos que refletem a sua polêmica entrevista ao "Jornal da Tarde", nos anos 1970: "A revolução que houve no Brasil não ocorreu, propriamente, nos âmbitos da pintura e da escultura e, sim, no da arquitetura. A revolução tecnológica, chamada de diabólica, arrasta também as artes plásticas. Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e outros arquitetos modernos revolucionaram a arquitetura, dando um novo semblante ao Brasil. Sendo a arquiteura a "mestra das artes", o Brasil pode se vangloriar de ter enviado a nova mensagem à América do Norte. Sem ofender ninguém, devo salientar que saiu daqui essa mensagem. Um dia, como hoje se diz Vale do Nilo, Roma ou Atenas, vai-se dizer Brasília. É um marco divisor na história da arquitetura brasileira".
2009 – São Paulo - SP – Exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo – “Monumetria”, sobre o Monumento a Ramos de Azevedo, realizada sob iniciativa do Grupo DELENGUAAMANO - Gilberto Mariotti - Néstor Gutiérrez - Santiago Reyes.

2010 - São Paulo - SP - José de Souza Martins, jornalista, ensaísta e crítico de Artes Plásticas escreve no cotidiano "O Estado de São Paulo" sobre Emendabili e Pennacchi e suas atuações na Igreja Nossa Senhora da Paz:  "Pennacchi chegou a São Paulo em 1929 e Emendabili em 1923. Eram tempos difíceis. Os dois artistas foram dádivas da imigração à cultura paulista. Presentes do Natal eterno".
2011 - São Paulo - SP - José de Souza Martins, jornalista, ensaísta e crítico de Artes Plásticas, escreve no "O Estado de São Paulo" sobre os monumentos memoriais "Ausência", no Cemitério São Paulo, e, "Adeus", no Cemitério da Consolação, referindo: "Nas representações funerárias da arte de Emendábili não há ruptura. Antes, morte e vida se completam numa bela e imensa ternura, a arte proposta como liturgia da esperança".

                              
2012 - São Paulo - SP - A pedido do Secretário de Estado da Cultura Andréa Matarazzo (antigo Embaixador do Brasil na Itália) ao Juiz de Direito Federal, atual Desembargador Federal Fausto Martin de Sanctis, obras de Galileo Emendabili que compunham composições escultóricas do Monumento a Ramos de Azevedo foram resgatadas, destinadas e colocadas no hall da Sala São Paulo.
2012 – São Paulo – SP – Exposição no Centro Cultural FIESP – Ruth Escobar – “Fundição Artística no Brasil”, sob a curadoria de Gilberto Habib Oliveira e a Assessoria Técnica de Israel Kislansky, autor, inclusive de fotos no catálogo expositivo, onde foram expostas, dentre obras de outros artistas, com destaque: O esboço em gesso da cabeça do cavalo do “Monumento a Ramos de Azevedo” e; peça em bronze, com base em mármore, entalhada pelo artista: “Troca de Corações”, também denominada “Adão e Eva”. Catálogo com foto em destaque, dupla página, de Israel Kislansky, da "Musa da Engenharia".

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