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sábado, 21 de setembro de 2013

BÉLA BARTÓK - BIOGRAFIA

             

                    Bartók : Sem modismos, inovação na música Húngara
25 de março de 1881, Nagyszentmiklós (Hungria), hoje Sânnicolau Mare (Romênia) 
26 de setembro de 1945, Nova York (EUA)
                                            
Béla Viktor János Bartók aprendeu música e piano com a mãe, a partir dos cinco anos. Aos oito, perdeu o pai. Estabeleceu-se desde 1894 em Pozsony, um centro cultural importante, onde fez estudos musicais regulares, embasamento técnico de sua atividade criativa.

Bártok realizou, a partir de 1905, em companhia de seu amigo Zoltán Kodály, a pesquisa sistemática da música popular húngara, revelando-a completamente diversa da que se divulga como tal, ocidentalizada e bastante desfigurada pelos músicos ciganos.

Esse levantamento, criterioso e objetivo, daria a matéria-prima fundamental de sua obra, particularmente de 1926 em diante, quando esta amadurece e adquire feição inteiramente original.

Anteriores a esse período, não obstante de mérito e importância indiscutíveis, são os quartetos para cordas nº 1 e nº 2, bem como inúmeras peças para piano, entre as quais o célebre "Allegro barbaro", e a ópera em um ato "O Castelo de Barba Azul", cuja rejeição, por parte do público e de organizações musicais da Hungria, levou o compositor a fundar, juntamente com Kodály e outros jovens, a Sociedade Musical Húngara, infelizmente de curta duração.

Seguem-se o bailado "O mandarim milagroso" e as duas sonatas para violino e piano, produções em que a tonalidade se apresenta progressivamente mais livre e se afirma uma forte tendência, expressionista, que se abrandaria na "Suíte de danças", composta especialmente para as festas de celebração do 50º aniversário da união das cidades de Buda e Pest.

A pouca receptividade dos conterrâneos e do público em geral para com as produções mais acentuadamente modernas do mestre húngaro se reduz ao final da Primeira Guerra Mundial, quando suas obras são publicadas e ele se dedica, ainda mais ativamente, à obstinada prospecção folclórica não apenas da Hungria, como da Bulgária, da Eslováquia e da Romênia.
 

Obras geniais


Alguns anos depois se inicia a fase de maior fecundidade em toda a sua carreira. Surge o "Concerto para piano nº 1", estranho, profundamente individual, o "Quarteto para cordas nº 3", de inusitado expressionismo em um único movimento, o "Quarteto para cordas nº 4", a "Cantata profana" e o "Concerto para piano nº 2".

Bartók se encontra, então, em plena posse de suas características e recursos mais notáveis. Sua música adquire uma vitalidade como que atávica, onde as raízes e ressonâncias telúricas, as aspereza dos ritmos, o tom instintivo e bárbaro recebem, todavia, um tratamento de extremo rigor e artesanal severidade nas técnicas adotadas.

O compositor virtualiza, recria em novas bases o manancial anônimo e popular, edificando uma linguagem de música erudita que, por um lado, preserva a densidade essencial de um inconsciente coletivo e, de outro lado, se submete a uma disciplinada e vigorosa consciência estética.

Bartók filtrou e sintetizou o que de melhor existia, no seu tempo, de técnica e estilística musical. Nesse sentido, fundiu a uma longa tradição de música universal os elementos de sua valiosíssima vivência particular, após todo o processo de catalisação cultural a que soube submetê-la.

É de 1934 o "Quarteto para cordas nº 5", uma de suas obras-primas, a de mais fascinante modernidade, trazendo o clímax da técnica de contraponto que o compositor vinha desenvolvendo sobretudo nos últimos oito anos.

Nos anos seguintes, comporia, dentre outras peças magistrais, o "Concerto para violino", em que a pujança e a delicadeza se contrastam, se completam, a cada instante, com uma originalidade admirável.

Autenticamente democrata, Bartók recusa-se a permanecer em seu país quando o nazismo se instala no poder. Em 1940 estabelece-se nos EUA. Em 1945, precário de saúde e de bens materiais, não deixou de compor e trabalhar no hospital onde morreu.

Levaria, contudo, ainda algum tempo para que o mundo pudesse ver em Bartók, na qualidade de uma invenção e inovação musical poderosamente mergulhada nas raízes de sua terra, na indiferença a todos os modismos, nas novas sonoridades de sua orquestração, assim como no rigor intelectual, e na estrita honestidade artística, um dos maiores gênios musicais da primeira metade do século 20, e um dos mais completos de todos os tempos.

Enciclopédia Mirador Internacional
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terça-feira, 17 de setembro de 2013

ANTÔNIO BANDEIRA - BIOGRAFIA

                                             
                                       ANTÔNIO BANDEIRA
Nasceu em Fortaleza - Ceará - Brasil, em 1922.
Fundou com os pintores de Fortaleza o centro cultural cearense de Belas Artes, até hoje S.C.A.P. (Sociedade de Artes Plásticas), onde realizavam exposições permanentes e faziam um "Salão". Em 1945 vem para o Rio de Janeiro, sendo distinguido pelo adido cultural da França com uma bôlsa de estudos em Paris aos auspícios do governo francês, depois de ter apresentado uma mostra individual no Instituto de Arquitetos do Brasil.
                                      
Desenha no atelier do Professor Narbone e grava no do Professor Galanis, na "École Nationale Supérieure des Beaux Arts", desenha livremente na "Académie de la Grande Chaumiere". Pinta sòzinho na "Cité Universitaire", na mansarda (água-furtada) do Quartier Latin e no atelier do Parc Montsouris, frequentando os pintores de Montparnasse. 
                                  
Passa a frequentar Saint-Germain des Prés, ligando-se a Wols e Bryen, e formam o "BANBRYOLS" (Ban de Bandeira, Bry de Bryen e Ols de Wols), grupo que realmente nunca expôs junto devido à morte do último componente. 
Até 1950 vive completamente integrado entre os pintores da chamada "École de Paris".
                                           
Volta ao Brasil, onde expõe e executa pinturas murais até 1954. Ganha o Prêmio de Viagem ao País no Salão de Arte Moderna. Regressa a Europa com o Prêmio Internazionale Fiat di Torino, obtido na II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. 
                                                
Instala-se definitivamente em Paris, com uma estadia em Bruxelas durante a Exposição Internacional de 1958.
Em 1959 volta ao Brasil. Em 1960 inaugura com uma exposição individual o Museu de Arte Moderna da Bahia e toma parte na delegação brasileira à Bienal de Veneza. Expôs no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, na 5ª Bienal de São Paulo e na XXX Bienal de Veneza.
                                               
Depois da primeira exposição de Fortaleza, em 1942, Antônio Bandeira participou das maiores exposições coletivas internacionais; das Bienais de Veneza e de São Paulo, do Salon de Mai, do Salon Realités Nouvelles, "de 50 anos de Pintura Abstrata", do "Salon D'Art Libre", bem como tem realizado exposições individuais em Paris, Londres, New York, estando suas obras espalhadas em museus e galerias européias e americanas e em várias coleções particulares.

(TEXTO DE ANTÔNIO BANDEIRA)
Primeiro me deram de presente as nuvens, depois um sunga de veludo vermelho, e aí começou a nascer uma liberdade imensa.
Infância girou em tôrno de árvore, era um sólido f'lamboyant vermelho, preto e amarelo que um dia se tornaria em quadro, ou melhor, em seqüência dêles, em pintura, talvez.


Nesse momento nuvens, mar e árvore já formavam um crepúsculo plástico, um nascimento ou uma morte, uma natividade.

A feia humanidade viria depois, e aureolada com os feitos da vida - sofrimento e glória - nem era tão feia assim.

Houve até uma compaixão pictórica, tudo se metamorfoseava em belo. 
A escôlha dos temas enchia o coração do homem e a superfície da tela.
Com o correr dos tempos tôda essa humanidade foi se dando a mão, formando ciranda, como uma linha, uma geometria, um desenho, até se tornar em quadro, digo pintura, porque um quadro é um antecedente do quadro presente, continuando no quadro que vem depois. 
Uma visão do passado, presente e futuro, cadinho de emoções. E falando em cadinho me vem logo à mente a fundição de meu pai, cadinho de raças, carinho de ferro e bronze, carinho também de carne e alma.
Falando ainda em cadinho creio que fundindo homens e bichos, cidades, trens, navios, árvores e lixo, remexendo bem como no disco de Newton, se poderá conseguir uma confusão ou receita psicoplástico-poética que não é nada e é tudo. Diante dessa emoção o homem não deve rir nem chorar, apenas ficar calado. Assim como chuva, nuvens e balão, da guerra não, do céu caindo, sôbre as flores, pela escada, pelo chão, uma mulher parindo.
Depois vem a grande cidade (estamos nela sempre), mas guardamos e conversamos sempre uma certa paisagem longínqua. Infância, objetos, música, perfumes, sêres passados acontecidos ou vividos, ficam eternamente conosco, como conteúdo vivo, como pureza. 
A imensa cidade do dia e da noite, entre atormentada e tranqüila, próxima e distante - para sofrimento e pedaços de felicidade nossa - essa mesma cidade, que as vêzes de tão grande que é, vira uma pequena província.
O campanário de Saint-Germain des Prés recordando as vêzes um outro, o da Igreja de São Benedito, de Fortaleza, onde íamos jogar bola de pano, aproveitando da sombra mansa do oitão do Templo (e nem sabíamos que estávamos num Templo... só hoje). "Lá Tonnelle", o "Bistrot" dos Clochards", com plantas verdinhas parecendo a latada de maracujá do quintal lá de casa. Era verão, havia pombas no chão. Paris era lindo, mais que lindo: era cruel e humano.
Agora vem o vazio, à noite, o minuto da criação, a função da inspiração e transpiração dosada de poesia, o equilíbrio físico e moral. 
A superfície vírgem deve dialogar com o homem.
Devemos purificar, sofrer, rasgar, acarinhar, transformar a matéria vegetal. 
Água ou óleo ou terebentina ou espátula ou pincel amolece, açoita, martiriza a superfície em criação. 
É quase roupa branca se amoldando à manufaturação do homem. 
O enxugamento, o quarador, a côr, o sol, o cérebro, a mão, e enfim o sentimento de uma mensagem transmitida.

Antônio Bandeira
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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

AUGUSTE HERBIN - BIOGRAFIA

                                           
                                                                     AUGUSTE  HERBIN

Auguste Herbin, filho de um operário, nasceu em uma pequena aldeia perto da fronteira com a Bélgica em 29 de abril de 1882. 

Este fundo é refletida na pintura do artista francês do norte com sua abordagem racional e caráter explícito da classe trabalhadora. 

                                      

Antes de se estabelecer em Paris, onde ele entrou para os impressionistas e, posteriormente, os fauvistas, Herbin assistiram à Ecole des Beaux Arts de Lille a partir de 1900 em diante. 
                                       
                                          

Seu estúdio foi situado ao lado de Braque e Picasso, permitindo um estudo aprofundado do cubismo, o que resultou em primeiras pinturas cubistas em 1913. 

                             

Em 1917, ele mudou-se para, numa fase geométrica abstrata antes gradualmente descobrindo Construtivismo. Houve uma curta interrupção nesse desenvolvimento, em 1922, quando o pintor retornou brevemente à pintura figurativa. 

                                          

Em 1929 Herbin foi co-fundador do 'Salon des Surindépendants ". Dois anos depois, ele fundou a associação artista "Abstraction-Création", juntamente com Vantongerloo com quem ele publicou Almanach do grupo até 1937. 

                                         

Depois da guerra, o artista foi o co-fundador e vice-presidente - a partir de 1955, também o presidente - do "Salon des Réalités Nouvelles". De 1938 a sua participação no Trecento italiano levou a Herbin, um estilo de pintura estritamente bidimensional mais concreto com formas geométricas simples. 

                                              

Em 1946 foi desenvolvido o 'alfabeto plastique', um sistema de composição com base na estrutura de cartas. Ele publicou este sistema de composição, bem como as suas teorias de cores - em parte derivado do Goethe 'Farbenlehre' - em seu "L'art non-figuratif não objectif 'em 1949. 

A paralisia lateral, em 1953, obrigou o artista a aprender pintura com a mão esquerda. 

Abordagem de arquitetura típica do Herbin e seus efeitos de cor fez o seu trabalho de pré-guerra amplamente conhecido no mundo da arte internacional - um sucesso que continuou após a guerra. 

Herbin obras expostas na documenta nos anos 1955-1972. Havia uma grande exposição no Museu Guggenheim, em Nova York, em 1979, e teve trabalhos na exposição 'Positionen Unabhängigen Kunst in Europa hum 1937' no Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, em Düsseldorf em 1987. 

Herbin morreu em Paris em 31 de janeiro de 1960. Uma pintura permaneceu inacabado - era chamado 'Fin'.


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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

AUGUSTO DOS ANJOS - BIOGRAFIA

                                            
                                                                  AUGUSTO DOS ANJOS

Augusto dos Anjos nasceu no engenho Pau d'Arco, no município de Sapé, estado da Paraíba. Foi educado nas primeiras letras pelo pai e estudou no Liceu Paraibano, onde viria a ser professor em 1908. Precoce poeta brasileiro, compôs os primeiros versos aos 7 anos de idade.

Em 1903, ingressou no curso de Direito na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1907. Em 1910 casa-se com Ester Fialho. Seu contato com a leitura, influenciaria muito na construção de sua dialética poética e visão de mundo.

Com a obra de Herbert Spencer, teria aprendido a incapacidade de se conhecer a essência das coisas e compreendido a evolução da natureza e da humanidade. De Ernst Haeckel, teria absorvido o conceito da monera como princípio da vida, e de que a morte e a vida são um puro fato químico. Arthur Schopenhauer o teria inspirado a perceber que o aniquilamento da vontade própria seria a única saída para o ser humano. E da Bíblia Sagrada ao qual, também, não contestava sua essência espiritualística, usando-a para contrapor, de forma poeticamente agressiva, os pensamentos remanescentes, em principal os ideais iluministas/materialistas que, endeusando-se, se emergiam na sua época.

Essa filosofia, fora do contexto europeu em que nascera, para Augusto dos Anjos seria a demonstração da realidade que via ao seu redor, com a crise de um modo de produção pré-materialista, proprietários falindo e ex-escravos na miséria. O mundo seria representado por ele, então, como repleto dessa tragédia, cada ser vivenciando-a no nascimento e na morte.

Dedicou-se ao magistério, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde foi professor em vários estabelecimentos de ensino. Faleceu em 12 de novembro de 1914, às 4 horas da madrugada, aos 30 anos, em Leopoldina, Minas Gerais, onde era diretor de um grupo escolar. A causa de sua morte foi a pneumonia.

Durante sua vida, publicou vários poemas em periódicos, o primeiro, Saudade, em 1900. Em 1912, publicou seu livro único de poemas, Eu. Após sua morte, seu amigo Órris Soares organizaria uma edição chamada Eu e Outras Poesias, incluindo poemas até então não publicados pelo autor.


CURIOSIDADES:

01 - Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Cruz do Espírito Santo, 20 de abril de 1884 - Leopoldina, 12 de novembro de 1914) foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Mas muitos críticos, como o poeta Ferreira Gullar, concordam em situá-lo como pré-moderno.

02 - É conhecido como um dos poetas mais críticos do seu tempo, e até hoje sua obra é admirada tanto por leigos como por críticos literários.

03 - É patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras, que teve como fundador o jurista e ensaísta José Flósculo da Nóbrega e como primeiro ocupante o seu biógrafo Humberto Nóbrega, sendo ocupada, atualmente, por José Neumanne Pinto.


04 - Um exemplar do Eu faz parte da biblioteca da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, por causa dos termos científicos que Augusto dos Anjos utilizava em suas composições.

05 - Eu e outras poesias" (disponível gratuitamente em PDF) é a reunião do livro "Eu" (publicado em vida) a outras poesias que foram acrescentadas postumamente à obra.



OBRA POÉTICA

A poesia brasileira estava dominada por simbolismo e parnasianismo, dos quais o poeta paraibano herdou algumas características formais, mas não de conteúdo. A incapacidade do homem de expressar sua essência através da "língua paralítica" (Anjos, p. 204) e a tentativa de usar o verso para expressar da forma mais crua a realidade seriam sua apropriação do trabalho exaustivo com o verso feito pelo poeta parnasiano. A erudição usada apenas para repetir o modelo formal clássico é rompida por Augusto dos Anjos, que se preocupa em utilizar a forma clássica com um conteúdo que a subverte, através de uma tensão que repudia e é atraída pela ciência.

A obra de Augusto dos Anjos pode ser dividida, não com rigor, em três fases, a primeira sendo muito influenciada pelo simbolismo e sem a originalidade que marcaria as posteriores. A essa fase pertencem Saudade e Versos Íntimos. A segunda possui o caráter de sua visão de mundo peculiar. Um exemplo dessa fase é o soneto Psicologia de um Vencido. A última corresponde à sua produção mais complexa e madura, que inclui Ao Luar.

Sua poesia chocou a muitos, principalmente aos poetas parnasianos, mas hoje é um dos poetas brasileiros que mais foram reeditados. Sua popularidade se deveu principalmente ao sucesso entre as camadas populares brasileiras e à divulgação feita pelos modernistas.

Hoje em dia diversas editoras brasileiras publicam edições de Eu e Outros Poemas.


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domingo, 25 de agosto de 2013

AUBREY BEARDSLEY - BIOGRAFIA

                                      
Aubrey Vincent Beardsley, conhecido como Aubrey Beardsley (nasceu em 21 de Agosto de 1872, Brighton, Inglaterra - morreu em 16 de Março de 1898, Menton, França), foi um ilustrador inglês, considerado uma das figuras de destaque do Esteticismo.



     Auto-retrato, caneta e tinta, 1892 - Museu Britânico


Embora oriundo de uma família modesta, Beardsley e a sua irmã, tiveram uma educação rigorosa em música e literatura, incentivada pela sua mãe. No entanto, no final de 1888, foi forçado a deixar a escola e a ir trabalhar como caixeiro. 
Desde a infância, o artista revelou um especial interesse pelo desenho, tendo publicado um poema e uma série de esboços, num jornal da escola. Em 1889, continuou a publicar os seus desenhos e textos numa revista, prosseguindo o trabalho como caixeiro. Beardsley ambicionava viver apenas da sua arte, por isso, decidiu procurar o artista inglês pré-rafaelita, Edward Burne-Jones. Aconselhado por este, frequentou a Escola de Arte de Westminster, em Londres (1891), durante alguns meses em regime nocturno. 

 Vinheta para Bon Mots, tinta preta e grafite sobre papel, 1892 - Museu de Arte Harvard

Em 1893, Beardsley ilustrou uma nova edição de A morte de Artur, por Sir Thomas Malory.Depois de realizar as famosas ilustrações (1894) para a peça de Oscar Wilde, Salomé, o artista ganhou notoriedade. Foi editor de arte do jornal O Livro Amarelo (1894-1895) e The Savoy (1896).
Beardsley foi influenciado pelo estilo pré-rafaelita. As suas ilustrações revelam a concepção do espaço das gravuras japonesas, o estilo elegante e curvilíneo característico da Art Nouveau e o desrespeito pelas proporções. A sensualidade evidente das mulheres nos seus desenhos, surpreenderam os críticos e o público em geral. A maioria das suas imagens, foi realizada com tinta, em preto e branco. 

O aniversário de Madame Cigale,tinta preta, aguada cinza, guache branco e grafite, 
sobre papel, 1892 -Museu de Arte Harvard

Beardsley participou noutros projectos importantes, que incluíram ilustrações para uma edição do poema The Rape of the Lock (1896), por Alexander Pope, e  um livro com os seus desenhos, intitulado Um Livro de cinquenta desenhos (1897). Beardsley escreveu ainda alguns poemas e prosa, como A História de Vénus e Tannhauser.

Projecto para fachada John Davidson's, tinta e grafite sobre papel, 1894 - TATE

A sexualidade de Beardsley originou várias especulações. Embora associado ao grupo homossexual que incluía Oscar Wilde, por diversas vezes foi considerado assexuado, devido à sua devoção ao trabalho e à doença crónica. 

Quatro rainhas encontram Lancelot dormindo,tinta preta e grafite sobre papel, 1893-94 
Museu de Arte Harvard

Beardsley fruía de uma saúde frágil, antes dos dez anos de idade, contraiu tuberculose, doença que o viria a incapacitar. Os ataques recorrentes da doença, impossibilitavam a sua de saída de casa, e por vezes, a realização da sua obra. Em 1897, depois da sua converção ao catolicismo, viajou para Paris com a sua mãe e irmã, aconselhado pelos médicos. 

A morte de Artur,impressão, 1893-94 - Universidade do Estado da Califórnia

Morreu no ano seguinte, em Menton, com 25 anos de idade, 
vítima da doença que o devastava desde criança. 

A toilette de Salomé,caneta e tinta, 1894 - Museu Britânico

O seu estilo moderno e pessoal, fez dele a figura mais importante da arte inglesa, na última década do século XIX. Os seus temas foram retirados da literatura clássica, da história, da Bíblia e do mundo social do seu tempo. O seu trabalho tornou-se amplamente conhecido e admirado no exterior, em vida e logo após a morte. A obra que realizou foi uma parte influente da corrente Art Noveau.

A toilette de Salomé II, caneta e tinta sobre pergaminho japonês, 1893-1894 - 
 Museu Victoria e Alberto

The Peacock Skirt,para Salomé,tinta preta e grafite sobre papel, 1893 -
Museu de Arte Harvard

The Rape of the Lock, o Sonho, caneta e tinta preta, 1896 - Museu J. Paul Getty

A Dama das Camélias, tinta e aguarela sobre papel, 1894 - TATE

Isolda, litografia, 1895 Universidade do Estado da Califórnia

Projecto para a capa The Savoy nº 1,Janeiro de 1896, tinta preta e grafite sobre papel branco 
Museu de Arte Harvard

John Bull para The Savoy, tinta preta e grafite sobre papel, 1895 - Museu de Arte Harvard

O Livro Amarelo, Fantasias, tinta sobre papel, 1894-1897 Universidade do Estado da Califórnia

Projecto para a capa, O Livro Amarelo, tinta spbre papel, 1894 - TATE

 O Livro Amarelo,impressão,1894 - Universidade do Estado da Califórnia

Casal abraçado no céu,litografia, 1896 - Universidade do Estado da Califórnia

Ali Baba,capa para The Forty Thieves, impressão, 1897 - Universidade do Estado da Califórnia

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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

GUSTAVE DORÉ - BIOGRAFIA


GUSTAVE  DORÉ

Paul Gustave Doré nasceu em Paris Estrasburgo, no dia 6 de janeiro de 1832 ,  foi pintor, desenhista e o mais produtivo e bem-sucedido ilustrador francês de livros de meados do século XIX. Seu estilo se caracteriza pela inclinação para a fantasia, mas também produziu trabalhos mais sóbrios, como os notáveis estudos sobre as áreas pobres de Londres, realizados entre 1869           e 1871.
VIDA E OBRA

Filho de um engenheiro, começou a desenhar já aos treze anos suas primeiras litogravuras e aos catorze publicou seu primeiro álbum, intitulado "Les travaux d'Hercule" (Os Trabalhos de Hércules). Aos quinze anos engajou-se como caricaturista do "Journal pour rire", de Charles Philipon. Neste mesmo ano - 1848 - estreou no Salão com dois desenhos a pena.Em 1849, com a morte do pai, já reconhecido apesar de contar apenas dezesseis anos. Passa a maior parte do tempo com a mãe. Em 1851 realiza algumas esculturas com temas religiosos e colabora em diversas revistas e com o "Journal pour tous".

Em 1854 o editor Joseph Bry publica uma edição das obras de Rabelais, contendo uma centena de gravuras feitas por Doré. Entre 1861 a 68 realiza a ilustração da Divina Comédia, de Dante Alighieri.

Após algum tempo desenhando diretamente sobre a madeira e tendo seus trabalhos gravados por amigos, iniciou-se na pintura e na escultura, mas suas obras em tela e esculturas não fizeram tanto sucesso como suas ilustrações em tons acinzentados e altamente detalhadas.

Com aproximadamente 25 anos, começou a trabalhar nas ilustrações de O Inferno de Dante. Em 1868, Doré terminou as ilustrações de O Purgatório e de O Paraíso, e publicou uma segunda parte incluindo todas as ilustrações de A Divina Comédia.
Sua paixão eram mesmo as obras literárias. Ilustrou mais de cento e vinte obras, como os Contos jocosos, de Honoré de Balzac (1855);Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes (1863);O Paraíso Perdido, de Milton; Gargântua e Pantagruel, de Rabelais; O Corvo, de Edgar Allan Poe; a Bíblia; A Balada do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge; contos de fadas de Charles Perrault, como Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Bela Adormecida e Cinderela, entre outras obras–primas. Ilustrou também alguns trabalhos do poeta inglês Lorde Byron, como As Trevas e Manfredo.


Em 1869, Doré foi contratado para ilustrar o livro Londres: Uma Peregrinação, muito criticado por, supostamente, retratar apenas a pobreza da cidade. Mas apesar de todas as críticas, o livro foi um sucesso de vendagem na Inglaterra, valorizando ainda mais o seu trabalho na Europa. Ganhou muito dinheiro ilustrando para diversos livros e obras públicas, mas nunca abriu mão dos trabalho desenvolvidos apenas para seu prazer pessoal.

Gustave Doré morreu no dia e faleceu no dia 23 de janeiro de 1883 aos 51 anos, pobre, pois todo o dinheiro que havia ganho com o seu trabalho foi utilizado para quitar diversas dívidas, deixando incompletas suas ilustrações para uma edição não divulgada de Shakespeare, entre outros trabalhos.

ABAIXO ALGUNS DOS TRABALHOS DE GUSTAVE DORÉ






















































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